Um inacreditável
fim de partida, revelou na última semana, o que nem os amigos mais próximos da
medalhista de ouro e bronze nas Olímpiadas, Walewska, poderiam imaginar: a
morte da atleta, motivada por hipótese de suicídio.
Após uma
declaração de amor e dor, feita, por vídeo, pela apresentadora e amiga Glenda
Kozlowski, fica clara a surpresa em descobrir que a mineira de 43 anos, estaria
sofrendo dessa comorbidade.
Problema esse
que, infelizmente, muitos ainda confundem com desânimo, preguiça, desinteresse,
problema espiritual, entre outros.
Relatos dão
conta de que a campeã olímpica enfrentava a dor de um processo de separação, o
que pode ter culminado em um luto romântico que pode ter estimulado a
depressão, apesar de amigos declararem que, a amiga não dava nenhum sinal de
que vivia episódios depressivos, por ser sempre alegre e espirituosa. Um
verdadeiro choque, pois muitas pessoas convivem com a depressão sem saber ao
certo o que se passa.
Outros não falam
sobre o que sentem por medo dos julgamentos. Tanto que, confundir os sinais e
sintomas, faz parte de uma sociedade que ainda se esquiva da busca pelo autoconhecimento,
capaz de desmistificar a doença e favorecer uma vida mais equilibrada e
saudável para quem se depara com os efeitos nocivos provocados por essa dor
emocional.
Mas como
identificar os sinais da depressão? a intensidade e frequência com que se sente
desanimado, estagnado e sem ânimo, são os fatores principais para identificar
que algo está errado.
Essa
sensação de apatia de forma contínua, por um longo período, sem qualquer motivo
aparente, não é normal e pode ser indicativo de depressão sim.
Além disso, a
falta de dopamina, um neurotransmissor ligado à sensação de prazer, pode estar
em baixa produção no organismo. A sensação de que tudo parece monótono e
exaustivo, pode levar à necessidade de isolamento, uma falta de alegria,
excesso de pensamentos negativos, vontade de permanecer na cama e um constante
desalento. Ou seja, tudo se torna um grande desafio.
Os principais
sinais são: sentir-se culpado por estar desanimado, enquanto os outros parecem
normais; mal levantou da cama e já quer voltar para ela; começa a descuidar da
sua aparência ou não se importar mais com a alimentação adequada; O bom humor
das pessoas parece não fazer sentido e pode causar até irritação; tem vontade
de abandonar objetivos que antes eram motivo de alegria; perde rapidamente o
foco e a concentração, o que traz um sentimento de inutilidade; o cansaço
físico e psicológico são tão grandes que se questiona se não está doente de
outra coisa; tem visto ou se comunicado cada vez menos com pessoas que foram
sempre importantes na sua vida; e se for confrontado com qualquer problema que
precisa resolver, começa a pensar que gostaria "de sumir", para não
ter que lidar com tal situação.
Porém, é
importante frisar que a depressão é tratável e sem auxílio psicológico e
psiquiátrico, fica mais difícil encarar todos esses sintomas, independente do
que se está vivendo, seja um luto romântico ou qualquer outro desafio. Só
através da aceitação de nossos altos e baixos, podemos encontrar ferramentas
para reconstruir o equilíbrio e evitar ideações suicidas, provocadas pela
depressão.
Portanto, a
triste partida de Walewska reforça a necessidade de se falar mais sobre o tema.
É preciso estar claro que ter depressão não é
estar tristinho, é estar doente. Depressão é coisa séria e se não tratada pode
levar a consequências irreversíveis.
Por isso é
fundamental, prestar atenção em como reagimos às nossas
necessidades e emoções, fingir que elas não estão ali só vai deixá-las mais
intensas e provocar adoecimento físico e emocional.
Dra.
Andréa Ladislau - Psicanalista
Nenhum comentário:
Postar um comentário