A
cirurgiã-dentista Maria Fernanda Braga explica os efeitos de desempenhar
erroneamente essa funçãoDivulgação
A respiração é um movimento involuntário que é
essencial para a sobrevivência humana. O ato de inspirar e expirar levam
oxigênio para o organismo, o que é fundamental para o seu funcionamento. O
sistema respiratório tem os seus mecanismos de proteção e desempenho, porém, alguns
hábitos podem interferir nessa dinâmica e causar sérios impactos.
“Quase 100% da população pratica a respiração
bucal, esse hábito, no entanto leva a uma série de alterações tanto no
desenvolvimento quanto na oxigenação. Isso porque a boca não faz parte do
sistema respiratório e não desempenha função nesse movimento”, informa a
cirurgiã-dentista Maria Fernanda Braga.
Segundo Maria Fernanda, a respiração nasal é a
correta, pois nela o ar percorre três etapas. "Quando o ar entra pelo
nariz, ele passa pela filtração, que retira os microrganismos e impurezas,
impedindo que esses resíduos entrem para as vias aéreas. Na sequência ele passa
pela umidificação e aquecimento, processos responsáveis por deixar o ar mais
úmido e na temperatura do corpo, isso ajuda a evitar irritações no tecido
pulmonar”.
Por conta de alterações no padrão de crescimento
dos ossos do rosto, encaixe incorreto das arcadas dentárias e músculos do rosto
trabalhando de forma errada, algumas pessoas respiram pela boca e isso pode
causar diversas doenças e ativar processos inflamatórios. “Quando inspiramos
pela boca, levamos contaminação para o meio interno, pois nessa região não
existe a filtragem que é feita no sistema respiratório. Esse processo pode
desencadear doenças como faringite, amigdalite, resfriado, gripe e
pneumonia", comenta a especialista.
“O desalinhamento dos dentes e mau posicionamento
das arcadas pode acarretar dores de cabeça, alteração de posicionamento das
vértebras do pescoço e até consequências estruturais envolvendo as costas
influenciando no equilíbrio. Isso porque quando a respiração é feita
predominante pela boca a postura corporal é alterada e o posicionamento da
cabeça acaba forçando essas regiões que estão interligadas e conectadas à
boca”, explica a cirurgiã-dentista referência nessa área.
A grande quantidade de ar inspirado durante a
respiração bucal, pode levar ao acúmulo de gases no estômago e intestino. Isso
pode causar distensão visceral e inchaço abdominal, que podem gerar dor,
desconforto e até desenvolver a síndrome do intestino irritável.
Os riscos são ainda maiores quando se trata de
crianças. "A respiração incorreta durante o desenvolvimento da criança
pode causar um déficit de oxigênio, prejudicar a qualidade do sono, e assim
atrapalhar o desempenho da produção hormonal, ou seja, prejudica no crescimento
e em alguns casos até implica no desenvolvimento de enurese noturna, por conta
de inibir a liberação de hormônio antidiurético, que é o hábito de urinar na
cama”, alerta.
“O profissional da saúde bucal tem um papel muito importante no diagnóstico e correção desse problema, com uma análise completa da estrutura óssea e dentária do paciente somada a outros exames específicos é possível identificar as alterações estruturais que causam a respiração bucal, e com isso desenvolver um plano de tratamento, seja ele cirúrgico ou não”, finaliza Maria Fernanda Braga.
Maria Fernanda Braga - CRO RJ-41346 - Cirurgiã-dentista, especializada em bebês e crianças, com formação e especialização pela UFRJ. É escritora, desenhista e idealizadora do projeto de prevenção da saúde bucal “As Aventuras de Dentix”, que cria uma comunicação facilitada para fazer a informação chegar para as famílias.
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