Alerta é da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul
Muita gente ignora ou dá pouca importância
para o assunto, mas a classificação indicativa é um guia valioso que fornece
orientações sobre o conteúdo e a faixa etária adequada para cada produção
audiovisual. Ao seguir essas recomendações, os pais podem garantir que seus
filhos sejam expostos a conteúdos apropriados para sua idade, levando em
consideração aspectos como violência, linguagem, sexualidade e temas sensíveis.
“Fazer
este tipo de classificação tem por objetivo proteger e respeitar as limitações
que uma criança tem, frente a fatos da realidade que ela não tem maturidade
para entender e processar adequadamente àquelas informações que estão chegando
até ela naquele momento. Isto nos remete a não aceitar pela correlação com a
“censura”, mas difere em muito do simples ato de censurar por motivos morais,
políticos ou religiosos para adultos e maduros que a maioria o são. Uma criança
é um ser em desenvolvimento e em cada idade ela apresenta condições e
limitações de entender adequadamente o que está acontecendo ao seu redor. O que
não quer dizer que devemos mentir para eles ou criá-los numa ilha de fantasia”,
explica o médico pediatra da SPRS, Renato Santos Coelho
Com o
avanço tecnológico e a fácil acessibilidade aos diversos tipos de mídia, a
supervisão adequada torna-se ainda mais essencial. O pediatra ressalta a
importância de compreender como a classificação indicativa de filmes pode influenciar
a saúde física, mental e emocional das crianças.
“Expor
uma criança a programas de TV ou a filmes ou desenhos que a coloque de frente
com fatos e imagens que não condizem com a realidade, com ficções ou
imaginações, poderá causar medos e ansiedades e traumas que dificilmente se
conseguirá corrigir, ou pelo menos com muita intervenção terapêutica. Quando
permitimos que eles possam assistir TV, canais de Youtube, streaming ou TV por
assinatura, devemos estabelecer regras prévias com eles, exercer o papel de
pais : educar e proteger e fiscalizar. Fazer cumprir o filtro nestes canais,
com a limitação da classificação indicativa de idade e estar ao lado deles,
quando ainda muito pequenos, e estão assistindo a filmes que inadvertidamente
acabaram frente a eles, como na casa de parentes com outras crianças de mais
idade. Para impedir e/ou protegê-los estando ao lado deles”, acrescenta.
A Vida é Bela
O médico pediatra, cita o exemplo do filme A Vida É Bela. O longa-metragem retrata a saga de um pai tentando filtrar a realidade cruel de um campo de concentração, durante a segunda guerra mundial, porque ele sabia que seu filho não tinha maturidade para processar aquilo tudo. Por esta razão, os pais devem estar presentes, e ao lado de seus filhos, quando eles estão assistindo filmes, desenhos e a programas de TV para traduzir e fazer o contraponto do que eles estão assistindo.
Como funciona no Brasil
A
classificação indicativa dos filmes no Brasil é definida por um órgão vinculado
ao Ministério da Justiça. A atribuição da classificação é baseada em critérios
e padrões estabelecidos por essa instituição, levando em consideração aspectos
como violência, linguagem, sexo, drogas e temas sensíveis. Uma equipe de
especialistas em diversas áreas analisa o conteúdo dos filmes e decide qual
classificação indicativa é adequada para cada faixa etária: livre (L), 10 anos
(10), 12 anos (12), 14 anos (14), 16 anos (16) e 18 anos (18). Essa
classificação tem como objetivo orientar os pais e responsáveis na escolha de
filmes adequados para seus filhos, levando em conta os conteúdos que podem ser
mais adequados ou inadequados para cada faixa etária.
Marcelo Matusiak
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