No Brasil 40% da população têm problema de refração, a maioria preferia se livrar dos óculos ou lentes de contato, mas 20% têm medo de fazer a cirurgia refrativa para eliminar a miopia, hipermetropia ou astigmatismo. Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, presidente do Instituto Penido Burnier, é o que mostra um levantamento nos prontuários de 1,25 mil pacientes do hospital. O especialista esclarece que como toda cirurgia, a refrativa também tem risco e o maior deles é uma infecção no olho que no mundo todo só acontece em 0,24% dos procedimentos.
Membro da BRASCRS (Associação
Brasileira de Catarata e Cirurgia refrativa) Queiroz Neto que a cirurgia só
pode ser feita após os 21 anos e o grau deve estar estabilizado há 1 ano. O
oftalmologista reconhece que antes de tomar a decisão de operar é preciso
conversar muito com o cirurgião, retirar todas as dúvidas, saber como a
cirurgia é feita e o que pode dar errado para sentir mais segurança em tomar a
decisão. Uma dúvida frequente é se o
grau pode voltar, comenta. “O grau não volta porque todos os equipamentos de
laser que hoje são usados têm boa precisão, independente da técnica cirúrgica”. Além disso, salienta, há algum tempo, a córnea
era examinada com um tomógrafo que faz a leitura de milhares de pontos de suas
duas faces, interna e externa, para determinar o desgaste a ser feito pelo
laser que proporcionasse a melhor correção refrativa. Hoje, ressalta,
algorítimos da Inteligência Artificial integram os dados da tomografia com a
avaliação biomecânica da córnea eliminando, desta forma, o risco de grau
residual com muito mais precisão, especialmente entre pacientes com
astigmatismo que possam ter alguma irregularidade insipiente na córnea que
passe despercebido.
Técnicas cirúrgicas
Queiroz Neto ressalta que a cirurgia pode ser feita com o implante de uma microlente no olho para corrigir altos graus de miopia, hipermetropia e astigmatismo. Para quem tem baixo e moderado erro refrativo são 3 técnicas: Lasik, Ilasik e PRK.
Na Lasik, explica, utilizamos uma fina lâmina para recortar um flap da córnea e aplicar o laser que corrige o grau. Na Ilasik recortamos esta lamela e moldamos a córnea com o laser femtosegundo que é ultrarrápido e preciso. Nessas duas técnicas a recuperação é mais rápida, o pós cirúrgico menos dolorido e no Ilasik o desgaste da córnea é 30% menor,
Na PRK fazemos a raspagem do
epitélio, camada externa da córnea, para aplicamos o laser. É indicada para
córneas mais finas, mas tem a desvantagem de ter uma recuperação mais lenta.
Riscos
Queiroz Neto afirma que não
há risco de ficar cego em uma cirurgia refrativa. Entretanto, o flap pode
descolar caso o olho sofra um grave trauma, mas pode ser reposicionado pelo cirurgião.
O problema é que a recuperação é lenta. Também pode acontecer do flap formar
rugas e a visão ficar embaçada, caso a pessoa coce os olhos. Neste caso
recomenda consultar o oftalmologista imediatamente.
Contraindicações
A cirurgia refrativa é contraindicada
para crianças e adolescentes, grau instável, olho seco severo, gestantes
portadoras de glaucoma ou diabetes porque o grau pode ficar instável e quando o
paciente tem doenças na córnea. Embora o olho fique mais ressecado após a
cirurgia devido a aplicação do laser e alteração do formato da córnea, em um
mês volta ao normal.
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