Médico da
Origen BH esclarece algumas dúvidas comuns sobre o tema
A menopausa é o evento fisiológico caracterizado
pelo fim dos ciclos menstruais das mulheres – o que ocorre, geralmente, entre
os 45 e 55 anos. Com o adiamento cada vez mais comum de realizar o sonho de ter
filhos, deixando a gravidez para depois dos 40 anos ou nos casos em que a
mulher apresenta sintomas da menopausa precoce – fim da vida fértil bem jovem,
antes dos 40 anos, - elas têm buscado informações sobre as chances de
engravidar numa fase mais madura da vida.
De acordo com o médico ginecologista na clínica Origen, Rodrigo Hurtado,
professor Adjunto Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade
de Medicina UFMG, a menopausa ocorre porque a reserva ovariana - nome
dado à quantidade de óvulos armazenados no organismo desde que a mulher nasce
- se reduz tão drasticamente que impossibilita a ovulação e, em
consequência, reduz muito a chance de gravidez. Daí em diante, a mulher não tem
mais ovulação e menstruação, assim como sofre uma queda drástica da produção de
estrogênio e progesterona, hormônios reprodutivos produzidos nos ovários e, em
menor quantidade, nas glândulas suprarrenais”, explica.
O número de óvulos que a mulher terá armazenado e
disponível nos seus ovários é definido durante a nona semana de vida
intrauterina. “As meninas que nascem com mais estoque de óvulos, menstruam mais
cedo e entram na menopausa mais tarde. Já aquelas que têm uma reserva menor,
menstruam mais tarde e entram na menopausa mais cedo”, esclarece Hurtado.
Segundo o médico, a grande questão quando se fala
de menopausa e fertilidade é que a qualidade dos óvulos vai diminuindo
progressivamente e, a partir dos 35 anos, fica comprometida. “Na menopausa,
existem menos de 1.000 óvulos restantes nos ovários, causando uma dificuldade
muito grande em se produzir embriões de boa qualidade, consequentemente, a
fertilidade fica mais reduzida”, explica.
Questionado sobre as chances de gravidez em
mulheres que já estão no climatério e continuam seu ciclo menstrual regular,
Rodrigo Hurtado ressalta que pode ocorrer, sim, mas as chances são bem
pequenas, em torno de 5%. “Com mais de 45 anos, as chances de engravidar
naturalmente são de menos 1%. Para esses casos de pessoas que já passaram dos
40 anos, ainda menstruam e querem engravidar, uma possibilidade via medicina
reprodutiva é adotar a óvulo-doação, quando a mulher e seu parceiro fazem a
fertilização in vitro usando um óvulo doado de uma mulher jovem. Outra
possibilidade é a fertilização in vitro com seleção embrionária cromossômica
(PGTa), usando os óvulos da mulher, mas adotando um exame para identificar
alterações nos cromossomos por meio de análise de células biopsiadas do embrião
gerado”, comenta.
De toda forma, há exames que podem ser feitos para
avaliar se a mulher após os 40 anos tem chances de engravidar - usualmente
utiliza-se a contagem de folículos antrais (AFC) e a dosagem de hormônio anti
mulleriano (AMH).
Como ocorre o ciclo menstrual
- A partir da menarca, início do ciclo menstrual da
menina, os ovários começam a desenvolver vários folículos. Um deles cresce o
suficiente, amadurece e libera um óvulo para a fecundação, enquanto os demais
interrompem seu desenvolvimento e não voltam a compor a reserva ovariana. Assim
passam-se os anos, a jovem passa pela vida adulta e essa reserva vai
diminuindo, ao longo dos anos, progressivamente, até a menopausa.
Menopausa precoce - A menopausa precoce, ou falência ovariana
prematura (FOP), é caracterizada pela parada dos ciclos ovulatórios e
menstruais antes dos 40 anos. Em muitos casos, a mulher ainda não teve filhos e
precisa recorrer às técnicas da medicina reprodutiva para engravidar. Os
mecanismos envolvidos na menopausa precoce incluem depleção e/ou disfunção
folicular. No primeiro caso, ocorre a redução do número de folículos ovarianos.
Já a disfunção é determinada pela baixa resposta folicular ao estímulo dor
hormônios hipofisários FSH e LH, que regulam a foliculogênese. Muitos dos casos
de menopausa precoce não têm causa
definida. As ocorrências mais comuns são alterações genéticas ou cromossômicas
e fatores iatrogênicos. Doenças autoimunes também são apontadas.
Clínica Origen de Medicina Reprodutiva
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