Pesquisa
científica realizada por fonoaudiólogos do Hospital Paulista, em parceria com
Centro Universitário FAM, testou a massagem Shiroabhyanga como complemento ao
tratamento convencional, com uso de aparelho auditivo retroauricular
Estudo científico produzido pela equipe de
fonoaudiologia do Hospital Paulista - referência em saúde de ouvido, nariz e
garganta -, em parceria com alunos do curso de Medicina do Centro Universitário
FAM, constatou que houve melhora no grau de intensidade do zumbido na avaliação
pré e pós aplicação do questionário de gravidade do zumbido em pacientes que
associaram o tratamento convencional, feito com aparelho auditivo
retroauricular, à massagem Shiroabhyanga – um dos tratamentos do zumbido
pela Ayurveda.
A Ayurveda – terapia complementar milenar de origem
indiana que utiliza técnicas de massagem, nutrição, aromaterapia e fitoterapia
– pode ser uma aliada importante no tratamento ao chamado “zumbido de ouvido”,
também conhecido por tinnitus.
O estudo, que já tinha recebido menção honrosa da
reitoria e da coordenadoria de pesquisas e extensão da FAM, também foi um dos
destaques do 22ª Congresso da FORL - Fundação de Otorrinolaringologia, ocorrido
em agosto.
A convite da organização do evento, a equipe de fonoaudiologia do Hospital
Paulista ministrou um painel exclusivo dedicado ao tema, que reuniu dezenas de
profissionais da área médica.
Além de Christiane Nicodemo, o trabalho científico é assinado pelos
fonoaudiólogos Kézia Neves Pereira, Kleber de Magalhães Galvão, Larissa Veloso
Rocha, Luís Ferreira Gomes Neto e Sabrina Suellen Rolim Figueiredo.
Metodologia
Intitulado de “Cuidados Tradicionais e Integrativos no Manejo do Zumbido
Associado à Perda Auditiva em Adultos”, o trabalho científico foi realizado
durante um ano e reuniu 20 pacientes que sofrem de zumbido, em variados graus
de intensidade.
Eles foram divididos em dois grupos; controle e pesquisa. No grupo pesquisa,
além dos testes audiológicos convencionais, uso de aparelho auditivo
retroauricular de adaptação aberta, os pacientes também foram submetidos a
sessões de Shiroabhyanga (massagem com óleo na cabeça). A partir daí, foram
estabelecidos comparativos em relação aos resultados dos dois grupos
analisados.
Ao final da análise estatística observou-se que o
grupo pesquisa que constava 10 pacientes, 30% apresentavam grau catastrófico,
40% grau moderado e 30% grau leve na pré-avaliação. Após os cuidados
tradicionais (uso de prótese auditiva com adaptação aberta), exercícios de
respiração (orientou-se a pratica de três minutos diários de respiração lenta,
profunda e silenciosa) e a massagem Shiroabhyanga aplicada por trinta minutos
uma vez por semana durante quatro semanas. Após período de tratamento, paciente
respondeu novamente o teste de gravidade de zumbido e obtivemos os seguintes
resultados: Grupo pesquisa: 10% nível catastrófico, 30% nível moderado, 20%
grau leve e restante 40% não se queixava mais do zumbido. No grupo controle os
10% de grau catastrófico se mantiveram antes e após o tratamento convencional,
enquanto os do 40% do grau moderado passaram a 20% apresentaram melhora
evoluindo para grau leve finalizando após a intervenção com aparelho 40% no
grau leve, no entanto, não houve ninguém sem queixa de percepção do zumbido.
O estudo apontou que a Ayurveda, ciência
milenar com cursos reconhecidos pelo MEC, pode ser um complemento no tratamento
convencional audiológico do zumbido, novos estudos são necessários com uma
amostra maior.
Números
Levantamento publicado em 2022 pela revista científica JAMA
Neurology, realizado com base em quase 800 estudos, indicou que o
zumbido afeta 14% da população mundial adulta – cerca de 740 milhões de
pessoas. No Brasil, estima-se que 28 milhões de pessoas sofram com esse
distúrbio, segundo dados da Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde.
Também por aqui, um estudo publicado em 2014, pelo Brazilian Journal of
Otorhinolaryngology, mostrou que a condição acomete 22% da
população de São Paulo, seguindo a média nacional. Revelou ainda que os
sintomas afetam um percentual maior de mulheres (26%) em comparação com os
homens (17%), aumentando significativamente com a idade.
Sem causas específicas
A fisiopatologia do zumbido é de causa idiopática. Ou seja, de natureza
ainda desconhecida - o que reforça a importância do aprofundamento dos estudos
relacionados ao tema, sobretudo no que envolve os aspectos emocionais.
Muitas podem ser as razões que envolvem esse tipo de distúrbio. As associações
mais comuns envolvem surdez, infecção no ouvido, exposição sonora, uso
excessivo de fone de ouvido, anemia, diabetes, estresse, cigarro, doenças
autoimunes, problemas na tireoide, uso de drogas, bebidas alcoólicas,
medicamentos, doenças autoimunes e pressão alta, dentre várias outras
possibilidades.
Hospital Paulista de Otorrinolaringologia
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