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quinta-feira, 14 de setembro de 2023

Empresas devem inserir jovens no mercado de trabalho

Ter essa visão é fundamental para negócios de sucesso

 

O mercado de trabalho contemporâneo está em constante evolução, moldado por avanços tecnológicos, mudanças culturais e demandas econômicas em fluxo. Nesse contexto, é fundamental reconhecer e abraçar a importância de dar oportunidades aos jovens. Essa prática não apenas beneficia os indivíduos em busca de crescimento profissional, mas também enriquece as organizações e a sociedade como um todo. Sendo assim, confira alguns motivos para investir no estágio e dar chance para a garotada:

 

Renovação de ideias e energia: os mais novos trazem consigo perspectivas frescas e inovadoras, impulsionadas por uma visão do mundo criada com transformações sociais e tecnológicas recentes. Eles são naturalmente propensos a questionar o status quo e a propor soluções criativas para os desafios das empresas. Ao proporcionar-lhes oportunidades, as organizações podem renovar sua cultura interna e abrir caminho para o desenvolvimento de ideias, fortalecendo o progresso.

 

Capacidade de adaptação: a última geração cresceu em um ambiente onde a mudança é normal. Isso lhes confere uma vantagem natural em termos de adaptabilidade a novidades digitais, metodologias de trabalho e situações desafiadoras. Quem dá chance a essas pessoas aproveita essas habilidades, tornando suas equipes mais ágeis e prontas para encarar as incertezas do mundo atual.

 

Fomento à diversidade e inclusão: a colaboração entre diferentes faixas etárias enriquece o ambiente, promovendo a troca de conhecimentos e experiências. Essa diversidade de perspectivas leva a soluções mais abrangentes e a uma cultura organizacional mais rica, valorizando a contribuição de todos os membros.

 

Desenvolvimento de liderança futura: ao proporcionar-lhes responsabilidades e obstáculos, as contratantes estão preparando os próximos líderes. Essa abordagem não apenas garante a continuidade do sucesso do negócio, mas também cria um ciclo de desenvolvimento com aprendizado e crescimento. Afinal, o indivíduo já estará familiarizado com as tradições e costumes do local, pronto para passar isso adiante.

 

Crescimento pessoal e profissional: a oportunidade de adquirir vivência prática, aprender com colegas mais experientes e enfrentar situações laborais molda suas trajetórias de carreira. Isso pode ser decisivo para a evolução de competências essenciais e a construção de uma base sólida. 


Em suma, essa estratégia agrega valor a todos os envolvidos. As companhias demonstram compromisso com a inovação e, os integrantes, contribuem com suas ideias e energia, enquanto desenvolvem competências cruciais para sua jornada. 

Há algum tempo, a juventude brasileira compreende o poder da qualificação como um meio para melhorar suas chances de sucesso, algo fundamental para continuar seus estudos universitários. Conforme um levantamento intitulado "Síntese", conduzido pelo Instituto da Oportunidade Social - IOS, 87,4% dos acadêmicos com ensino médio concluído provêm de escolas públicas. No entanto, apenas 18% dos menores de 25 anos buscam a graduação e a maioria (74%) opta por instituições de ensino privado. 

Esses números demonstram como, sem uma ocupação remunerada, há dificuldades para prosseguir com suas formações e muitas empresas insistem em considerar essa questão como pré-requisito. Por isso, a bolsa-auxílio é tão relevante.  A legislação não determina um valor mínimo, mas o interessante é proporcionar uma quantia compatível com com o custo de vida no local, as exigências e as tarefas a serem realizadas. Afinal, esse dinheiro, muitas vezes, é utilizado para arcar com gastos estudantis, ajudar nas contas de casa ou sustentar uma família. Caso a remuneração ultrapasse a faixa de isenção da Tabela do IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte), um desconto na fonte pode ocorrer. 

De acordo com o estudo, a população entre 15 e 29 anos é a maior já registrada, ultrapassando 47 milhões de cidadãos. Contudo, essa parcela é a mais afetada pelo desemprego no país. Os programas voltados para inserir os mais novos nas organizações são de responsabilidade delas próprias e devem ser encarados como uma ação genuína.  

Recentemente, um ranking divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE posicionou o Brasil em segundo lugar entre as nações com mais integrantes no grupo “nem-nem”, com um índice de 35,9%. A África do Sul lidera com 46,2%. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, em 2019, o eram 9,3 milhões de alunos no ensino médio, dos quais 7,1% estavam matriculados em cursos técnicos. A pandemia acelerou esse processo e a busca por qualificação tem aumentado. 

Esses programas educacionais, muitos deles sem custos associados, são apoiados e financiados por organizações não governamentais (ONGs) em colaboração com as corporações. Essa iniciativa visa capacitar e preparar os indivíduos. Esses cursos não apenas oferecem formação técnica, mas também focam no desenvolvimento de skills interpessoais e no aprimoramento do raciocínio lógico, comunicação e expressão. 

Esse é o caminho a ser seguido, especialmente no setor de tecnologia, o qual pretende cultivar rapidamente novos talentos, devido à incessante demanda por uma crescente quantidade de posições. Até 2025, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação - Brasscom, cerca de 800 mil vagas precisarão ser preenchidas e a escassez de bons integrantes já está se tornando evidente. No estágio, os participantes têm diversos benefícios:

 

·         Carga horária: é limitada em seis horas diárias e 30h semanais. Horas (jornadas) extras não são permitidas. Assim, possibilita ao aluno conciliar os estudos e a prática organizacional. Em época de provas, esse tempo pode ser reduzido pela metade. Para isso, a instituição de ensino deve enviar o calendário para a contratante no início do período letivo. Contudo, isso pode ser abatido da remuneração no final do mês.

 

·         Recesso remunerado: a cada 12 meses na companhia, esse membro tem direito a 30 dias de recesso remunerado (ou proporcional). Aqui, aconselho a combinar esse momento com as férias escolares. Assim, é possível um descanso completo, aproveitar com familiares e amigos ou tirar do papel algum projeto pessoal.

 

·         Auxílio-transporte: ofertado apenas quando há necessidade de deslocamento. Quanto ao home office, por exemplo, não existe essa obrigatoriedade.

 

Portanto, abra as portas do seu negócio para essa juventude motivada, ávida por mostrar seu potencial e contribuir para o desenvolvimento. Dessa forma, além de fortalecer sua equipe, você estará colaborando com a economia e a educação do Brasil. Essa luta é de todos nós. Conte com a Abres!

 

 

Carlos Henrique Mencaci - presidente da Associação Brasileira de Estágios - Abres


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