Psicoterapeuta
avalia o que essa prática representa no amadurecimento e na autonomia de um
pré-adolescente ou adolescentePixabay - joaogbjunior
Essa é uma dúvida comum entre pais e mães: Quando é
a hora de dar mesada? Geralmente, a mesada é introduzida como uma ferramenta
para ensinar princípios financeiros e promover a autonomia e o amadurecimento
financeiro. A decisão de dar mesada a um filho pré-adolescente ou adolescente
pode variar de acordo com o contexto, cultura familiar, circunstâncias
financeiras e crenças dos pais ou responsáveis em relação à temática.
“Não existe uma idade exata apropriada para começar
a dar mesada aos filhos, apesar de muitos pais considerarem começar a dar entre
10 e 12 anos, pois nessa idade os filhos começam a compreender mais sobre
alguns conceitos financeiros básicos, ter mais responsabilidades e podem, pela
maturidade cognitiva, desenvolver maior autonomia. Mas alguns pontos
importantes devem ser trabalhados com as crianças a partir do momento em que os
responsáveis resolvem dar mesada”, esclarece Helen Mavichian, psicoterapeuta
infantojuvenil.
De acordo com ela, a mesada pode ser uma
oportunidade para ensinar aos pré-adolescentes e adolescentes conceitos
financeiros importantes, como poupança, orçamento, gastos responsáveis, a
diferença entre necessidades e desejos e a habilidade de gerenciar recursos,
mostrando o valor do dinheiro e importância da economia. Uma educação
financeira feita desde cedo, de forma consciente, com um diálogo aberto e
participativo é essencial para que, no futuro, os filhos tenham uma relação
madura e responsável com o dinheiro, o que sustenta a independência financeira
na fase adulta.
“Ao receber uma mesada, as crianças e adolescentes
têm a chance de tomar decisões financeiras por conta própria, mesmo que
pequenas e simples podem promover autonomia e auxiliar no desenvolvimento do
senso de responsabilidade mais aguçado. É importante lembrar que a quantia e
periodicidade dessa mesada deve ser adaptada a idade, necessidades e maturidade
dessa criança ou adolescente. É normal que os jovens cometam erros financeiros
ao administrar sua própria mesada. No entanto, esses erros podem servir como
oportunidades de aprendizado, desde que os pais estejam dispostos a orientar e
discutir as consequências”, complementa.
No consultório, Helen aponta que é possível
perceber como algumas crianças demonstram mais interesse ao falar sobre
dinheiro e valores dos materiais. Ela conta que alguns pacientes chegam até a
questionar qual o valor de um jogo ou um brinquedo que está na sala de atendimento.
Ou seja, a maioria das crianças com a curiosidade mais aflorada quando se trata
de finanças, provavelmente já recebe mesada ou tem um contato maior com
dinheiro, conversa com os responsáveis e cuidadores sobre ou até mesmo vê seus
pais pagando contas e ensinando-os sobre o valor monetário dos produtos.
“Manter a comunicação aberta com o seu filho é
sempre essencial, em todas as situações e áreas da vida. Se demonstrar
disponível e ser uma figura de acolhimento é muito necessário para que sua
criança e adolescente saiba que pode contar com você como responsável para
ajudá-lo e ensiná-lo”, conclui Helen.
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