O linfoma é um tipo de câncer que se origina nos linfócitos, células do sistema imunológico responsáveis pela defesa do organismo. A condição é caracterizada pelo crescimento indolor dos linfonodos (gânglios) no pescoço, axilas e virilha. Existem vários tipos e subtipos de linfomas, que, de maneira geral, são classificados em dois principais grupos: o linfoma de Hodgkin (LH) – também conhecido como Doença de Hodgkin – e o linfoma não-Hodgkin (LNH).
“O primeiro apresenta células doentes misturadas às
células normais e o segundo tem apenas células com câncer. Pessoas jovens e
saudáveis podem apresentar a doença, no entanto, aqueles com o sistema
imunológico comprometido têm risco maior de desenvolvê-la. É o caso de pessoas
com o vírus HIV, com deficiência de imunidade em razão de doenças genéticas
hereditárias ou as que utilizam drogas imunossupressoras para evitar a rejeição
do órgão transplantado, por exemplo”, explica o Dr. Alex Freire Sandes,
hematologista do Fleury Medicina e Saúde.
No caso do linfoma de Hodgkin, além da axila,
pescoço e virilha, a doença também pode surgir no tórax e provocar tosse, falta
de ar e dor na região da pelve ou do abdômen, cujos sintomas são desconforto e
distensão abdominal. Em ambos os casos, febre, cansaço, suor noturno, perda de
peso e coceira no corpo também são sinais de alerta. Na maioria das vezes, não
é possível estabelecer uma causa para o aparecimento do linfoma, mas alguns
tipos de infecção, como a causada pela bactéria Helicobacter pylori, pelos
vírus HTLV1 ou Epstein-Barr, e a exposição a agentes químicos e radioativos
podem favorecer o surgimento da doença.
O diagnóstico é estabelecido por meio de uma
combinação de exames clínicos, laboratoriais e radiológicos. Uma biópsia da
região afetada é frequentemente realizada para identificar o tipo e a
classificação do linfoma. Testes anatomopatológicos e imuno-histológicos são
essenciais para esse diagnóstico. Dependendo do caso, podem ser realizados
também testes imunofenotípicos, citogenéticos e genético-moleculares para
fornecer informações adicionais que ajudarão a determinar o tratamento mais
adequado. Para avaliar a extensão da doença, podem ser solicitados outros
exames, como a tomografia por emissão de pósitrons acoplada à tomografia
computadorizada (PET-CT), ultrassonografias e testes bioquímicos específicos.
“O tratamento pode usar a quimioterapia associada à
terapia com anticorpos monoclonais, que são drogas que se ligam diretamente em
proteínas específicas da membrana da célula neoplásica de defesa humana feitas
em laboratório. Há boas perspectivas com o avanço da terapia celular e na
adoção de técnicas como o CAR-T Cells, que utiliza células modificadas do
próprio sistema imunológico do paciente para combater o câncer”, explica o
médico.
Para o especialista, ter uma data de
conscientização sobre os linfomas é uma estratégia relevante para conscientizar
a população acerca de uma doença ainda pouco conhecida. “É importante levar
mais informações sobre os linfomas e orientar a população sobre os sinais e
sintomas, pois o diagnóstico precoce aumenta as chances de cura”, finaliza.
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