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quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Combate ao linfoma: informação e diagnóstico precoce podem salvar vidas

O linfoma é um tipo de câncer que se origina nos linfócitos, células do sistema imunológico responsáveis pela defesa do organismo. A condição é caracterizada pelo crescimento indolor dos linfonodos (gânglios) no pescoço, axilas e virilha. Existem vários tipos e subtipos de linfomas, que, de maneira geral, são classificados em dois principais grupos: o linfoma de Hodgkin (LH) – também conhecido como Doença de Hodgkin – e o linfoma não-Hodgkin (LNH).

“O primeiro apresenta células doentes misturadas às células normais e o segundo tem apenas células com câncer. Pessoas jovens e saudáveis podem apresentar a doença, no entanto, aqueles com o sistema imunológico comprometido têm risco maior de desenvolvê-la. É o caso de pessoas com o vírus HIV, com deficiência de imunidade em razão de doenças genéticas hereditárias ou as que utilizam drogas imunossupressoras para evitar a rejeição do órgão transplantado, por exemplo”, explica o Dr. Alex Freire Sandes, hematologista do Fleury Medicina e Saúde.

No caso do linfoma de Hodgkin, além da axila, pescoço e virilha, a doença também pode surgir no tórax e provocar tosse, falta de ar e dor na região da pelve ou do abdômen, cujos sintomas são desconforto e distensão abdominal. Em ambos os casos, febre, cansaço, suor noturno, perda de peso e coceira no corpo também são sinais de alerta. Na maioria das vezes, não é possível estabelecer uma causa para o aparecimento do linfoma, mas alguns tipos de infecção, como a causada pela bactéria Helicobacter pylori, pelos vírus HTLV1 ou Epstein-Barr, e a exposição a agentes químicos e radioativos podem favorecer o surgimento da doença.

O diagnóstico é estabelecido por meio de uma combinação de exames clínicos, laboratoriais e radiológicos. Uma biópsia da região afetada é frequentemente realizada para identificar o tipo e a classificação do linfoma. Testes anatomopatológicos e imuno-histológicos são essenciais para esse diagnóstico. Dependendo do caso, podem ser realizados também testes imunofenotípicos, citogenéticos e genético-moleculares para fornecer informações adicionais que ajudarão a determinar o tratamento mais adequado. Para avaliar a extensão da doença, podem ser solicitados outros exames, como a tomografia por emissão de pósitrons acoplada à tomografia computadorizada (PET-CT), ultrassonografias e testes bioquímicos específicos.

“O tratamento pode usar a quimioterapia associada à terapia com anticorpos monoclonais, que são drogas que se ligam diretamente em proteínas específicas da membrana da célula neoplásica de defesa humana feitas em laboratório. Há boas perspectivas com o avanço da terapia celular e na adoção de técnicas como o CAR-T Cells, que utiliza células modificadas do próprio sistema imunológico do paciente para combater o câncer”, explica o médico.

Para o especialista, ter uma data de conscientização sobre os linfomas é uma estratégia relevante para conscientizar a população acerca de uma doença ainda pouco conhecida. “É importante levar mais informações sobre os linfomas e orientar a população sobre os sinais e sintomas, pois o diagnóstico precoce aumenta as chances de cura”, finaliza.


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