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quarta-feira, 5 de julho de 2023

Cinco medidas para evitar doenças respiratórias nas escolas

Assegurar a boa qualidade do ar externo é uma medida fortemente disseminada e compreendida ao redor do mundo – mas, pouco ainda se fala, especialmente no Brasil, sobre o mesmo cuidado nos ambientes internos. Em locais de grande concentração de pessoas, como as escolas, se torna fundamental garantir essa qualidade de ar internamente, não apenas para evitar a disseminação de doenças respiratórias, mas, acima de tudo, para manter a boa saúde como um todo das crianças e, assim, prezar por um local de estudos seguro para todos.

A própria Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece, desde a década de 80, a importância deste tema para evitar doenças respiratórias. Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, por exemplo, foi registrado um aumento de 30% nas internações de crianças de até cinco anos por síndrome respiratória aguda grave nos primeiros quatro meses de 2022, em relação ao mesmo período de 2021. Este ano, não tem sido diferente. Só no mês de maio, a ocupação de UTIs pediátricas em São Paulo ultrapassou os 80%.

Isso acontece pois, na maioria das escolas, são utilizados sistemas básicos de ventilação natural, os quais são inadequados para atender às necessidades dos alunos e, consequentemente, abrem margem para a maior incidência de tais doenças respiratórias. Afinal, muitos estudos já comprovam que a exposição a vários poluentes atmosféricos em edifícios escolares que não dispõem de sistemas de filtragem adequados, pode causar graves danos à saúde.

Em ambientes fechados, a probabilidade de disseminação de vírus respiratórios é potencializada quando as temperaturas caem, principalmente quando os devidos cuidados com a filtragem do ar não são mantidos periodicamente. Para evitar que estas doenças se alastrem nas escolas, confira cinco cuidados essenciais que fazem a diferença:


#1 Manutenção do ar-condicionado: este já se tornou um eletrodoméstico usual para controlar a temperatura dos ambientes internos e manter um conforto térmico. Mas, muitos desconhecem o cuidado necessário para que atinja seu propósito, principalmente em locais coletivos. Toda instalação de ar-condicionado nas escolas precisa ser muito bem planejada, projetada e cuidada, realizando sua manutenção periodicamente em, no mínimo, uma vez a cada mês – mesmo durante o inverno. Suas peças devem estar sempre em ordem, garantindo a correta filtragem do ar, eliminando contaminantes biológicos altamente propícios de se espalharem em ambientes fechados. Disseminando essa importância, a cartilha desenvolvida pela ABRAVA (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e Aquecimento) contém todos os impactos positivos da manutenção da qualidade do ar interno (QAI) para a saúde de seus ocupantes, assim como observações técnicas e explicações de como assegurar esse objetivo.


#2 Cuidado com a ventilação natural: não é incomum notar escolas que aderem à ventilação natural, ao invés do ar-condicionado. Porém, em épocas de temperaturas mais baixas, quando as janelas costumam ficar fechadas e os ventiladores desligados, há uma maior concentração da poluição externa nos ambientes internos – o que, junto com a baixa incidência de chuva e ar mais seco, cria o cenário favorável para a disseminação das doenças respiratórias nas escolas. A falta de renovação do ar nesses locais é extremamente prejudicial à saúde de todos, o que deve ser repensado a fim de contar com o auxílio de um mecanismo que garanta essa filtragem adequada.


#3 Limpeza adequada dos carpetes e estofados: a higienização de qualquer superfície em tecido, como carpetes, sofás e cadeiras, é fundamental para garantir a qualidade do ar interno. Mesmo quando esses itens parecem limpos, é preciso considerar que microrganismos invisíveis a olho nu podem se alojar nesses objetos. Por isso, é preciso contar com profissionais especializados, que conseguem fazer uma adequada higienização, contando com produtos e tecnologias específicas para este fim. Uma das maiores iniciativas para essa missão é o Guia desenvolvido pela ABRITAC (Comitê de Tapetes, carpetes e capachos da ABIT - Associação Brasileira da Indústria Têxtil e Confecção), o qual reúne as melhores práticas de manutenção e cuidados voltados aos revestimentos têxteis de pisos, através das técnicas e procedimentos corretos para higienizá-los devidamente. O conteúdo pode ser acessado no link a seguir: https://bit.ly/3WOQHFb.


#4 Produtos utilizados na limpeza do ambiente: certos produtos químicos utilizados rotineiramente na limpeza dos ambientes não são ideais para a saúde, principalmente aqueles com alta emissão química e fortes perfumes que podem, na verdade, mascarar problemas. Seu uso constante pode desencadear desconfortos, irritações, dores de cabeça e até alergias. Por isso, é recomendado que as escolas optem por produtos com baixa emissão de gases voláteis e com odor neutro em ambientes de uso coletivo, que serão mais agradáveis para todos e evitarão desencadear problemas respiratórios.


#5 Remediação correta do mofo: todo ambiente inteiro está sujeito ao mofo, e o que irá impedir que cause danos à saúde é a forma na qual ele é eliminado. Seus esporos podem se espalhar rapidamente e com muita facilidade, caso sejam apenas limpos superficialmente, uma vez que suas partículas permeiam profundamente as estruturas do local. Por isso, é preciso solicitar os serviços de profissionais preparados para remediar o mofo, isolando a área e criando um sistema de ventilação para tirar esporos internos, eliminando-os por completo. É apenas através desta retirada com segurança que será possível garantir o fim deste fungo e evitar danos graves ao sistema respiratório.

Os ambientes escolares podem se tornar locais perfeitos para a propagação de doenças respiratórias, caso os devidos cuidados não sejam tomados. Felizmente, existem muitos mecanismos simples e eficazes de barrar essa disseminação, que vão desde os cuidados dos próprios alunos, utilizando máscaras quando estão com sintomas de gripe ou resfriado, até as ações da própria instituição no que diz respeito à higienização e filtragem interna do ar.

Além de se sentirem mais confortáveis em climas internos mais frios – ao contrário dos ambientes termicamente neutros mais agradáveis aos adultos – a própria produtividade dos alunos será favorecida, enquanto o descuido com a qualidade do ar interno irá prejudicar seu desempenho cognitivo.

Todos os sistemas de ventilação utilizados precisam ser limpos e cuidados frequentemente, assegurando seu funcionamento correto para a retirada das impurezas externas. Esse ainda é um grande desafio nas salas de aulas, que precisam ser imediatamente combatidos em prol da saúde de todos. Precisamos compreender e disseminar cada vez mais essa importância, garantindo que todos tenham um ambiente escolar mais seguro.

Abordando a fundo este tema, a Brasindoor irá realizar um evento presencial no Senac Tiradentes, no dia 27 de julho, das 08h às 17h, contando com diversos especialistas do ramo em um cronograma de palestras sobre como promover essa gestão corretamente. As inscrições estão abertas no link a seguir: http://brasindoor.com.br/.

 


Leonardo Cozac - presidente da Brasindoor - Sociedade Brasileira de Meio Ambiente e Controle de Qualidade do Ar de Interiores.


Brasindoor
http://www.brasindoor.com.br/


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