As gigantes baleias-francas no sul do Brasil continuam na categoria “ameaçadas de extinção”. A situação é delicada. A população está se recuperando, mas muito lentamente. Mesmo com todo o esforço das pessoas conscientes em defesa dos animais marinhos, as consequências da poluição dos oceanos podem ser fatais.
Uma das hipóteses é que a poluição diminui a oferta de
alimentos, com isso, animais marinhos como as baleias-francas, e outros, tem se
reproduzido mais lentamente do que deveriam. Atualmente, a baleia-franca-austral
é classificada como ‘ameaçada de extinção’ na Lista Vermelha das Espécies
Ameaçadas do Brasil.
Dia da baleia-franca
Todo 31 de julho é comemorado o “Dia da Baleia-Franca”. As
conhecidas ‘gigantes catarinenses’ têm esse apelido popular porque muitas delas
nascem no Estado. São mamíferos marinhos da ordem Cetacea, e até hoje foram
registrados apenas grupos de no máximo 12 indivíduos.
As datas comemorativas ajudam a trazer o assunto à tona.
De fato, muito é preciso fazer para melhorar a vida em geral no Planeta. A
consciência ambiental é coletiva, mas as ações começam e dependem de cada
indivíduo. Todos podemos ajudar, reciclando o lixo, denunciado o despejo de
esgoto nos rios e praias, entre outras atitudes em prol do meio ambiente.
Desde sua fundação no ano de 2000, a equipe da R3 Animal
atuou em dezenas de necrópsias de baleias-francas. Entre os motivos da
mortalidade estão, inclusive, acidentes envolvendo a colisão com embarcações.
O Centro de Pesquisa, Reabilitação e Despetrolização de
Animais Marinhos (CePRAM / R3 Animal) executa o Projeto de Monitoramento de
Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) no trecho 03, na ilha de Santa Catarina.
R3 Multimídia
Confira no vídeo as imagens de duas baleias-francas,
avistadas em Florianópolis, na Praia do Moçambique, no início de julho deste
ano e registradas pela equipe da R3 Animal.
Gigantes catarinenses
As baleias-francas podem chegar a 17 metros de comprimento
e pesar até 90 toneladas. Elas já nascem gigantes, medindo entre 4 e 5 metros e
pesando cerca de duas toneladas. São encontradas em águas tropicais, temperadas
e circumpolares do Hemisfério Sul.
A baleia-franca (Eubalaena australis) é conhecida por
outros nomes populares, como baleia-franca-austral, baleia-verdadeira, ballena
franca austral, southern right whale.
Reconhecimento
Ao avistar as cetáceas, algumas características podem
facilitar no reconhecimento da espécie. As baleias-francas normalmente vivem
nas regiões costeiras, e tem cor escura (as albinas são raríssimas), dorso liso
e não tem nadadeira dorsal. Na cabeça ficam expostas quantidades significativas
de calosidades - marcas brancas formadas por centenas de pequenos crustáceos
chamados ciamídeos (“piolhos de baleia”) com a coloração branca ou amarelada.
Essas calosidades são como impressões digitais das baleias.
Em Santa Catarina elas podem ser avistadas com certa
facilidade em especial nas praias do Sul. Itapirubá, Gamboa e Siriú são algumas
das praias preferidas das gigantes. Mas em todo o litoral catarinense elas
podem ser encontradas.
SAIBA MAIS:
“O Dia da Baleia-Franca foi instituído oficialmente pelo
Ministério do Meio Ambiente, a partir de proposta do Instituto Australis, em
função da constatação do retorno de uma baleia-franca que encalhou há 17 anos,
e foi devolvida ao mar. O encalhe foi em 2003 e o retorno foi no dia 31 de
julho de 2017, quando a baleia catalogada com o número B291 foi avistada de
volta a Santa Catarina pela primeira vez depois do resgate. Como o resgate
desta baleia ocorreu no pôr-do-sol, e o retorno foi registrado na Praia do Sol
(Laguna, SC), ela recebeu o nome “Sunset”, daí o nome do evento, Sunset da
Baleia” (Instituto Australis).
Conheça o Instituto Australis: http://baleiafranca.org.br.
O Centro de Pesquisa, Reabilitação e Despetrolização de
Animais Marinhos (CePRAM/R3 Animal) fica localizado no Parque Estadual do Rio
Vermelho, unidade de conservação sob responsabilidade do Instituto do Meio Ambiente
(IMA-SC), em parceria com a Polícia Militar Ambiental.
O PMP-BS é uma atividade desenvolvida para o atendimento
de condicionante do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama, das
atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na
Bacia de Santos.
O objetivo do PMP-BS é avaliar possíveis impactos das
atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e
mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e atendimento
veterinário aos animais vivos e necropsia dos encontrados mortos.
O PMP-BS é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ,
sendo dividido em 15 trechos. A R3 Animal executa o Trecho 3, na Ilha de Santa
Catarina.
Baleias-francas na Praia do Moçambique, em Florianópolis na temporada de inverno 2023. |
Texto, fotos e vídeo: Ricardo Wegrzynovski / R3 Animal)
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