Entenda o porquê a
doença pode aumentar em até 50% o risco de infarto
Controlar rigorosamente a dieta, monitorar os
níveis glicêmicos e ficar alerta a qualquer sinal de desconforto é o que as
pessoas diabéticas acabam fazendo na sua rotina de acompanhamento da doença. No
Brasil, essas pessoas já somam cerca de 6,9% da população, o que representa em
torno de 13 milhões de brasileiros, segundo estimativas da Sociedade Brasileira
de Diabetes (SBD). Mas, qual a relação do diabetes com a saúde do sistema
cardiovascular?
Segundo o cirurgião cardiovascular e membro da
Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, Dr. Elcio Pires Junior, a
relação é direta e preocupante, já que a SBD aponta que as chances de uma
pessoa diabética sofrer um infarto chegam a 40% a mais para homens e 50% a mais
para mulheres.
“Para entender por que o diabetes influencia o
sistema cardiovascular é preciso pensar no sangue. Quando alguém é diabético
significa que o pâncreas não consegue produzir em quantidade suficiente o
hormônio capaz de controlar os níveis de glicose no sangue: a insulina. Assim,
a glicose permanece alta e isso descompensa a saúde do sangue, tornando o
colesterol mais prejudicial e favorecendo a produção de coágulos, o que pode
obstruir artérias e causar infartos e acidentes vasculares graves”.
Quando nem sempre o diabético consegue manter
regularmente os níveis de glicose sob controle, uma artéria pode sofrer uma
obstrução. Quando isso acontece, o coração entra em sofrimento porque falta
oxigênio. Assim, parte do tecido sadio pode morrer e deixar no lugar uma cicatriz.
As consequências desse sofrimento vão depender do tamanho da área afetada,
podendo gerar uma insuficiência cardíaca crônica ou até mesmo ser fatal.
“O paciente diabético pode se prevenir do risco de
infartos e acidentes vasculares mantendo um programa de prevenção. Muitas
pessoas não tratam o suficiente da doença, porque não sentem sintomas
que as obriguem a ficarem em alerta. Isso é um erro. Seguir as orientações
médicas à risca pode salvar a vida do paciente. E isso inclui uma alimentação
saudável, praticar atividade física regular, eliminar o hábito de fumar e
claro, fazer exames periódicos e usar medicações preventivas prescritas”,
explicou o cirurgião cardiovascular.
Ainda segundo o especialista, outra orientação
para manter a saúde cardiovascular quando relacionada ao diabetes são os
fatores de risco, que devem ser levados em consideração para a prevenção e
controle. São eles: herança genética, pressão alta, colesterol
alto, Síndrome de Ovários Policísticos, apneia do sono, doenças renais
crônicas, sobrepeso e diagnóstico de pré-diabetes.
Em todos os casos, os sinais de alerta
para o infarto em pessoas diabéticas podem envolver sintomas atípicos
que merecem atenção. Geralmente, quando procuram ajuda médica, esses pacientes
relatam confusão mental, falta de ar, náuseas, fadiga, sudorese excessiva e até
síncope. Por não apresentarem, os sintomas clássicos, como dor do peito e no
braço, acabam demorando para buscar atendimento médico de urgência, mas
a recomendação é entrar em contato com o médico a qualquer sinal de
desconforto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário