Dra. Viviane Monteiro afirma que a falta de
informação sobre o prazer feminino e estímulo ao autoconhecimento são os
principais fatores para descontentamento quanto à vida sexual das mulheres
A sexualidade e o prazer, principalmente o feminino, ainda é um tema muito intrigante, não à toa, a todo momento surgem novas pesquisas sobre esse universo do estímulo sexual. A “descoberta” do Ponto G, é prova desse movimento das mulheres em busca de mais autoconhecimento. No entanto, essa pauta segue sendo motivo de polêmica até mesmo no médico. Afinal existe ou não o Ponto G?
Uma pesquisa feita pelo ProSex (Programa de Estudos em Sexualidade) da USP (Universidade de São Paulo), revelou que 55,6% das mulheres brasileiras não atingem o orgasmo em suas relações, o que as leva a questionarem a existência de um ponto erógeno capaz de promover tanto prazer.
Segundo a ginecologista, Dra. Viviane Monteiro, o famigerado Ponto G é na verdade uma zona erógena que compreende a extensão do clitóris, entre a uretra e o canal vaginal, indo até a parte interna da vagina, onde existem terminações nervosas e pequenos vasos sanguíneos que aumentam a sensibilidade e contribuem para o prazer, seja através da penetração ou de estímulos locais.
“Ao contrário do que muitos acreditam, o Ponto G não funciona como um botão, que ao ser tocado irá proporcionar uma onda de prazer instantâneo, toda essa zona erógena deve ser estimulada para levar a um orgasmo. Vale destacar que cada mulher sente prazer quando estimulada de diferentes formas, em diferentes pontos. Não há uma receita que agrade a todas as mulheres”, explica a ginecologista.
Com o aumento do foco sobre essa zona erógena, a autocobrança das mulheres em atingir o orgasmo também cresceu, e consequentemente, a frustração e descontentamento quando não ocorre também. Mas, a especialista reforça que o autoconhecimento é o primeiro passo para alcançar diferentes níveis de prazer.
“Nossos corpos são
repletos de “Pontos G” e assim como nem todo corpo será igual, as mulheres
gostam de coisas diferentes. Além das variações de sensibilidade, as
experiências pessoais também podem influenciar no prazer, por isso, conhecer o
próprio corpo e avaliar as sensações que o estímulo de cada região causa é a melhor
forma de alcançar a satisfação sexual. Vale sempre bater um papo franco com
seu(sua) parceiro(a) também, para juntos(as), entenderem o que funciona mais
para ambos(as)”, complementa a médica.
Viviane
Monteiro - Formada pela Universidade Federal Fluminense (UFF), fez residência
médica no Instituto Fernandes Figueira (IFF) onde atualmente é doutoranda em
Pesquisa Aplicada à Saúde da Criança e da Mulher. É especialista em Ginecologia
e Obstetrícia (TEGO), em Medicina Fetal, Gestação de Alto Risco e
Ultrassonografia Obstétrica e Ginecológica pelo Colégio Brasileiro de
Radiologia. É Membro da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de
Janeiro (SGORJ) e mestre em Ciência Médicas pela Universidade Fluminense (UFF).
Em sua clínica particular localizada no bairro de Ipanema no Rio de Janeiro, o
espaço que acolhe suas pacientes, também exalta obras de artistas mulheres, com
peças únicas distribuídas em 250m². A médica ainda conduz um projeto de
educação sexual e saúde íntima na comunidade da Rocinha, como parte do programa
Oficina do Sucesso.
@dravivianemonteiro
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