Mergulho de profundidade pode gerar
lesão no tímpano e levar à perda da audição
Barotrauma é uma lesão do tecido provocada por
mudanças na pressão atmosférica, que comprime ou expande os gases em diferentes
estruturas do corpo. Essa lesão pode ocorrer nos pulmões, trato
gastrintestinal, dentes, olhos, face e ouvidos, esse último com maior
frequência.
Conforme o Dr. José Ricardo Gurgel Testa, otorrinolaringologista do Hospital Paulista, por definição, o barotrauma no ouvido gera um trauma e deixa a membrana timpânica (tímpano) avermelhada ou com hemorragia --mais raro e indica alto nível de gravidade. O sintoma mais comum é a dor, mas pode ocorrer também sensação de ouvido tapado ou zumbido.
Segundo o especialista, o problema pode acontecer por pressão física, como no mergulho de profundidade.
A maioria dos casos de barotrauma é de emergência. O
indivíduo passa no pronto-socorro, faz uma avaliação e, eventualmente,
complementa com exames auditivos.
Em caso de suspeita de barotrauma, o otorrino recomenda não molhar o ouvido e esclarece que a ideia, popularmente difundida, de jogar álcool é incorreta. “Nada deve ser introduzido, a menos que o médico examine e oriente.”
Segundo Dr. Testa, quando há um trauma somente da membrana timpânica, sem afetar a orelha interna, além de não molhar o ouvido, não deve haver exposição a ambientes ruidosos ou de pressão por um período entre uma semana e dez dias.
Mergulho
“No mergulho de profundidade é importante que se
observe os sintomas nasais, pois o problema pode comprometer a tuba auditiva, que
não conseguirá equalizar a pressão e terá um trauma na membrana timpânica ou na
orelha interna”, pontua.
Ele ressalta que no mergulho de piscina é mais raro
acontecer, mas é possível sofrer um trauma ao bater a orelha, colidir com uma
onda ou ainda ao pular de trampolim e cair de rosto na água.
Voo
Dr. Testa pontua que, se o avião despressurizar
rápido ou se for um voo curto que sobe e desce muito rápido, às vezes, não dá
tempo de fazer essa compensação de pressão, podendo haver o barotrauma.
Nessas condições, o problema não é tão frequente em
adultos, porque a tuba auditiva é mais larga. “A compensação da pressão pode
ser feita engolindo a própria saliva, mascando chiclete ou bebendo água”,
explica.
Já em criança pequena, que não sabe compensar a
pressão direito, é comum haver dor de ouvido. Neste caso, o médico recomenda
que, para deglutir e, então, abrir a tuba auditiva, seja dada à criança uma
mamadeira com água ou chupeta.
Serra
O especialista esclarece que, na serra, subindo ou
descendo, é mais difícil haver um barotrauma. O que comumente ocorre é um pouco
de dor e sensação de pressão.
Hospital Paulista de Otorrinolaringologia
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