Pesquisa estimou que 70% das crianças com autismo são mais propensas a terem seletividade alimentar
A
seletividade alimentar não é um problema exclusivo das crianças com diagnóstico
de Transtorno do Espectro Autismo (TEA), mas uma pesquisa feita pela Penn State
College of Medicine, nos Estados Unidos, estimou que as crianças com autismo
são 15 vezes mais propensas a terem seletividade alimentar que os neurotípicos.
Os pesquisadores avaliaram os comportamentos alimentares em entrevistas com
pais de mais de 2 mil crianças. O estudo descobriu que comportamentos
alimentares atípicos estavam presentes em 70% das crianças com TEA.
Também
chamada de TARE (Transtorno Alimentar Restritivo/Evitativo), a seletividade,
pode englobar mais de uma situação e pode incluir tanto uma recusa total aos
alimentos oferecidos, como um repertório alimentar restrito, com casos de
crianças que comem poucos ou até mesmo apenas um único tipo de alimento, por exemplo.
A
Profa. Dra. Giovana Escobal aponta que a seletividade é uma classe de
comportamentos de ordem superior que pode englobar restrições comportamentais
relacionadas a pessoas, tarefas, preferências, estímulos, ambientes, outros
comportamentos, e pode refletir na recusa de alimentos pela textura, cor, odor,
sabor, etc., ou na seleção de apenas alimentos preferidos ou conhecidos, por
exemplo. Consequentemente, comportamentos disruptivos podem aparecer para
fugirem/se esquivarem dos alimentos que não querem. Adicionalmente, questões de
saúde como desnutrição e queda na densidade óssea podem surgir.
Para
a especialista, é importante avaliar e analisar os problemas de alimentação que
podem estar relacionados a razões médicas primeiro (e.g., problemas gastrointestinais,
disfagia, deglutição disfuncional, etc.). Depois disso, deve-se garantir que as
outras necessidades de saúde da criança sejam reconhecidas e gerenciadas. O
fonoaudiólogo, exemplificando, pode avaliar se os movimentos orofaciais, a
mordida, a deglutição, a mastigação, dentre outros comportamentos, está
adequada. O Terapeuta ocupacional pode avaliar a questão sensorial e a
capacidade motora global, por exemplo. “É muito importante que seja
realizada uma intervenção precoce para que diferentes profissionais analisem
funcionalmente essas questões e direcionem o melhor tratamento”, esclarece.
“Em
função da seletividade alimentar ser frequente e preocupante, intervenções em
ABA são efetivas, portanto, fundamentais para tratar os problemas de comportamento
alimentar”, conclui.
Instituto referência em terapia ABA
http://www.abacare.com.br/
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