Novo equipamento
faz mapeamento do coração em 3D que oferece maior precisão; Hospital Marcelino
Champagnat é o único do Paraná a dispor dessa tecnologia
Equipamento permite a realização de mapeamento cardíaco de alta densidade, em 3D
Créditos: Divulgação
“Sentimento de desconforto, coração acelerado e, às
vezes, descompassado”. Essas eram as queixas do gerente de TI Luiz Henrique
Prohamann, 56 anos. Os sintomas surgiram há dois anos e, desde então, ele toma
medicamentos para controlar a arritmia cardíaca - que são interrupções nas vias
elétricas do coração e que fazem com que o órgão bata muito mais rápido ou
devagar do que o ideal.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Arritmias
Cardíacas (Sobrac), o problema afeta uma em cada quatro pessoas ao longo da
vida e é responsável pela morte súbita de 300 mil brasileiros todos os anos.
Segundo o cardiologista do Hospital Marcelino Champagnat, Mauricio Montemezzo,
boa parte das arritmias cardíacas têm cura e algumas exigem apenas o
acompanhamento clínico. “Casos mais simples podem ser tratados com consultas
cardiológicas de rotina, outros com medicação, mas alguns mais graves pedem
cirurgia que - dependendo da técnica - pode ser realizada sem a necessidade de
abrir o tórax do paciente, diminuindo o tempo de recuperação e melhorando a
qualidade de vida”, explica.
Novas tecnologias
Normalmente, é o raio x que direciona o cirurgião
para localizar os cateteres no coração. Com a técnica bidimensional, é preciso
movimentar a radiografia e a precisão não é exata. Por isso, o Hospital
Marcelino Champagnat, que completa 11 anos em 2022 e é referência em
cardiologia, investiu na aquisição de um equipamento eletroeletrônico, chamado
EnSite X. Além da instituição paranaense, apenas dois outros hospitais possuem
o equipamento: um em Porto Alegre e outro no Rio de Janeiro.
A tecnologia permite a realização do mapeamento
cardíaco de alta densidade, em 3D. “A grande vantagem é conseguirmos ter acesso
à morfologia perfeita do coração; onde o cateter vai encostando, ele vai
desenhando. É como pegar uma canetinha e ir contornando o formato do órgão”,
conta Montemezzo. “Nós também conseguimos mapear os potenciais elétricos,
transformar em cores e desenhar o circuito da arritmia, identificando mais
facilmente o potencial do problema e cauterizando esses locais”, complementa.
O sistema de mapeamento eletrônico é realizado por
meio de um procedimento microinvasivo, com a inserção de uma cânula na virilha
do paciente que vai até o coração. A alta é rápida e os cuidados pós-cirúrgicos
são para evitar esforços nos primeiros sete dias e compressas de gelo para que
não haja inchaço no local.
Nenhum comentário:
Postar um comentário