Quatro décadas
depois da confirmação dos primeiros diagnósticos, dados do Ministério da Saúde
apontam que 52% dos casos são em pessoas entre 20 e 34 anosMais de 50% dos casos de HIV no Brasil são em jovens de 20 a 34 anos
Créditos: Envato
Mais de 50 mil casos de HIV foram diagnosticados em
2021 no Brasil. Quarenta anos após a confirmação do primeiro diagnóstico no
país - que ocorreu em 1982, segundo o Unaids - mais de 920 mil brasileiros
vivem com HIV/aids. Dados do Ministério da Saúde apontam que entre os anos de
2007 e 2021, 52% dos casos eram em jovens com idades entre 20 e 34 anos. Para
os especialistas, a falta de vivência com o período mais crítico da doença e as
terapias disponíveis com menos efeitos colaterais e maior eficácia estão entre
os motivos para a falta de prevenção.
“Os mais jovens não viveram a fase mais crítica da
doença e os avanços tecnológicos e farmacológicos foram muito significativos
neste período. Hoje, o tratamento para pacientes com baixa carga viral,
consiste em dois ou três comprimidos diários, e essa maior eficácia para
impedir a replicação viral faz com que muitos encarem a aids como uma doença
crônica, como é a diabetes e a hipertensão”, esclarece a infectologista do
Hospital Marcelino Champagnat, Camila Ahrens.
Mesmo com menos efeitos colaterais provocados pelas
novas drogas disponíveis para o tratamento, ainda é comum casos de enjôo,
vômito, mal-estar, perda de apetite, dor de cabeça e perda de gordura em todo o
corpo, principalmente no início do tratamento. “Tomar o coquetel sempre na dose
e na hora certa ajuda a evitar que o vírus fique mais forte, e a qualidade da
alimentação é fundamental para prevenir doenças crônicas e fortalecer o sistema
imunológico”, afirma a médica.
Apoio ao tratamento
Para usar a alimentação como uma aliada no
tratamento, a nutricionista Heloisa Falcão recomenda o consumo de alimentos com
potencial anti-inflamatórios, como laranja, acerola e linhaça, além dos ricos
em ômega 3 - atum, sardinha - e a semente chia, que são aconselhados para
proteger o fígado, o pâncreas, o coração e o intestino. “Soropositivos também
devem estar sempre atentos à higiene dos alimentos, já que isso diminui os
riscos de contaminação com microorganismos, como giardia e salmonella. Ainda é
importante evitar o consumo de alimentos crus, como carpaccio, sushi, rosbife
ou malpassado, devido ao maior risco de contaminação e infecção intestinal que
eles oferecem”, explica.
Fazer pequenas refeições ajuda a diminuir os
enjôos, e evitar consumo de alimentos gordurosos e açucarados, como
refrigerantes e sucos industrializados, auxilia nos casos de diarréia.
“Dependendo da situação, podemos inserir na dieta suplementos naturais que
colaboram na absorção dos nutrientes, garantindo mais qualidade de vida”,
ressalta a nutricionista.
Prevenção
A aids é causada pela infecção do vírus HIV, que
ataca o sistema imunológico, responsável pela defesa do organismo. Capaz de
alterar o DNA das células, o vírus rompe os linfócitos em busca de outros para
continuar a infecção.
Os
principais casos de contaminação ocorrem por sexo desprotegido: seja vaginal,
anal ou oral. Também é possível transmitir a doença por transfusão de sangue
contaminado, instrumentos não esterilizados que furam ou cortam e durante a
gravidez, no momento do parto ou da amamentação, por isso o pré-natal é tão
importante para mãe e criança.
Nenhum comentário:
Postar um comentário