CEO da Korú, Daniel Spolaor, faz uma análise de 2022 e aponta o que as empresas devem seguir no próximo ano
O fim do ano se aproxima e, nas empresas, é chegada
a hora de celebrar os bons resultados e avaliar o que e como pode ser
melhorado. As pessoas estão no centro das transformações corporativas e a Korú
tem ajudado diversas empresas e Recursos Humanos. A startup é uma
aceleradora de oportunidades e plataforma de empregabilidade e seu CEO, Daniel
Spolaor, já pontua quais são as principais tendências para a área em 2023:
redesenho organizacional, saúde mental, turnover e retenção e ESG – sigla para
Ambiental, Social e Governança, em inglês. Antes de fundar a Korú, Daniel teve
16 anos de experiência em grandes corporações, com ampla atuação em RH,
ocupando cargos como diretor de Gente da Ambev para a América do Sul, diretor
de Gente e Estratégia da AmbevTech e diretor de Gente e Operações da Falconi.
A Korú (www.escolakoru.com.br)
acredita que o futuro de uma sociedade sustentável está na integração das
minorias em sala de aula e nas empresas. A accesstech faz parcerias com
organizações pelo investimento na educação tecnológica do próprio time e também
fora da empresa, para quem precisa, por meio de um sistema de bolsas de
Diversidade e Inclusão – marcas como Ambev, Sinch, Votorantim, Arcor e
Luxxótica já se associaram. Recentemente, a Korú se uniu ao Movimento Tech,
iniciativa do iFood e da XP Inc., que tem o objetivo de acelerar a capacitação
e a empregabilidade de jovens em tecnologia até 2030.
Veja o que o CEO tem a dizer sobre cada uma das
tendências de RH para o ano que vem:
Redesenho organizacional
Em 2022 vimos uma onda de cortes de gastos,
desligamentos em massa (layoffs) e cancelamento de vagas. Isso ocorreu
principalmente nas empresas de tecnologia, que, ao não encontrarem novos
investidores, precisaram controlar a queima de caixa e ter rentabilidade como
objetivo. De acordo com o CEO da Korú, este foi um ano de ajuste urgente e, em
2023, as empresas devem se voltar para o redesenho organizacional, buscando
mais eficiência.
“Agora as empresas podem parar
e analisar onde estão os gargalos, os desperdícios. Existe ainda uma tendência
ao controle de custos, por isso não veremos um aquecimento brutal de mercado
acontecendo. Mas vão começar a nascer, a partir de 2023, melhores estruturas
organizacionais e ‘seniorização’ dos times. Ou seja, podemos esperar um
amadurecimento das estratégias das empresas”, explica
Daniel.
Saúde mental
"A saúde mental ainda é
um dos maiores tabus e motivos de desalinhamento entre pessoas e
organizações", afirma o especialista. Ele comenta que há um
crescimento do interesse e das pesquisas sobre o tema após a pandemia de
Covid-19, uma vez que ela causou o aumento da ansiedade e depressão em 25% em
todo o mundo, segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS), mas que as ações das organizações nesse
sentido ainda são fracas. A maioria dos programas de benefícios são centrados
em saúde física, mesmo entre grandes corporações.
De acordo com a OMS e a Organização Internacional
do Trabalho (OIT), em
relatório publicado neste ano, estima-se que 12 bilhões de dias de trabalho
são perdidos anualmente devido aos problemas de saúde mental que custam à
economia global quase um trilhão de dólares. “Investir na saúde mental dos colaboradores
significa manter uma equipe mais equilibrada, focada, feliz e,
consequentemente, mais produtiva”, diz Daniel.
O CEO acrescenta que considera importante o
movimento que as healthtechs estão fazendo de se voltarem para o tema da saúde
mental e oferecerem soluções para as empresas: “O desenho de programas de
saúde mental está se intensificando no mercado e isso vai contribuir para
elevar o nível de aprendizado das organizações sobre o assunto, ajudando na
forma como o RH lida com os problemas de saúde mental dos funcionários”.
Turnover e Retenção
A partir da pandemia, as empresas viram um
movimento muito forte de desligamentos voluntários (mesmo em período de crise
econômica), conhecido como a Grande Renúncia. Esse não é um movimento
generalizado, esclarece Daniel, sendo mais forte no Brasil, nos EUA e na
Inglaterra. Só no Brasil, de janeiro a maio de 2022, o país registrou 2,9
milhões de pedidos de demissão de trabalhadores com carteira assinada, segundo
o
levantamento da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro
(Firjan) com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do
Ministério do Trabalho.
“O índice de turnover [taxa de
rotatividade de colaboradores] foi nas alturas, consumindo mais dinheiro, tempo
e energia para novas contratações. As organizações estão acordando para a
questão: reter pessoas é muito mais importante do que contratar novas. Se antes
o RH estava focado na contratação, agora vemos sua atenção se voltar para o
turnover e a criação de projetos para a retenção de talentos. Gerenciar isso
está em alta”, comenta Daniel.
ESG
Daniel aponta que o ESG é uma pauta permanente, uma
consolidação da discussão sobre sustentabilidade que se fazia anos atrás. "O
RH que, até então, estava pouco incluído nessa discussão, se vê no centro dela
quando a 'sustentabilidade' evolui para 'ESG'. Essa é uma pauta que será cada
vez mais forte e, mais do que uma tendência, é uma questão de sobrevivência",
garante.
Ele acredita que se aprofundando no tema, o RH
deverá focar, especialmente, em Diversidade e Inclusão e Emprego e Renda,
pontos importantes tanto para a atração e retenção de talentos quanto para o
posicionamento de marca. "Os consumidores e colaboradores não vão mais
se enganar e se identificar com organizações que não representam suas
realidades individuais, então o RH precisa entrar de cabeça na tendência
ESG", aconselha o CEO da Korú.
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