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domingo, 3 de julho de 2022

Socialização na escola: como ajudar os alunos com dificuldade na saúde mental durante as férias

Sem acesso à escola, crianças e adolescentes perdem o vínculo diário com colegas, professores e amigos; Diante da retomada presencial, o Colégio Anglo Chácara promove a primeira edição do Chácara Camp, com atividades internas e externas, também pensadas para o corpo e a mente de alunos de 6 a 10 anos

O projeto “Chácara Camp” é um curso de férias pensado para atender às solicitações das famílias, despertando a criatividade e conhecimento / Foto: Divulgação

 

Em 2020, deixamos de lado abraços, encontros e passeios. Por dois anos, a pandemia da Covid-19 interviu na rotina de cada um. Aulas físicas nas escolas, trabalhos presenciais em grupos e brincadeiras no parque deram lugar às telas e a uma rotina digital. Agora, em 2022, tomando todas as medidas preventivas, o retorno das aulas presenciais efetivamente foi um suspiro. Mas, e agora? O meu filho não socializa na escola, o que fazer? Tanto tempo longe do colégio não afetou somente o método de ensino, a interação entre os alunos também. 

 

É preciso reaprender a socializar e se apresentar diante dos colegas. Algo que parece muito simples, mas que é fundamental para a constituição seja da criança, seja do adolescente. Reconhecer-se entre pares e poder validar os sentimentos são razões pelas quais as relações sociais são basais em ambas as fases, ainda que cada uma tenha suas particularidades. É durante momentos como o recreio/intervalo, por exemplo, que as crianças desenvolvem suas habilidades sociais e emocionais, bem como o senso de coletividade e empatia.

 

Um estudo realizado pelo Conselho Nacional da Juventude, em maio de 2021, mostrou que 54% dos adolescentes passaram a sentir ansiedade, 56% utilizaram as redes sociais de forma exagerada e 48% reclamaram de exaustão e cansaço constante. “A falta de convívio social fez com que as crianças pensassem apenas em si mesmas, em suas necessidades. Ao retornar para a escola, as crianças apresentaram pouco repertório para resolver conflitos e baixa tolerância à frustração. Percebemos uma “imaturidade social”. Sem dúvida nenhuma, a maior perda nessa pandemia foram as relações interpessoais. Dificuldades relacionadas ao controle da atenção e foco são evidentes”, comenta a coordenadora pedagógica do Fundamental I, Solange Salzo.

 

Antes da pandemia, os alunos chegavam à sala de aula já com hipóteses e conhecimento prévio sobre determinados assuntos. Isso porque existia troca e diálogo dentro de casa, muitas vezes era algo que o irmão mais velho já tinha aprendido e comentava, além da existência da vida social. A falta dessa conversa em quatro semestres infelizmente desencadeou diversos problemas, mentais e pessoais, nos alunos. “A ausência de socialização traz um prejuízo para as crianças tanto do ponto de vista pedagógico, uma vez que ela aprende a partir da troca entre seus pares, como das relações interpessoais. Afinal, conviver com o outro gera frustração e conflitos que são resolvidos com o diálogo”, acrescenta Solange. 

 

Chácara Camp - atividades nas férias

Diante das novas realidades que se apresentam, às instituições de ensino buscam desenvolver e manter ações em toda a rede. Antes do retorno, as escolas criaram planejamentos com estratégias pedagógicas para amenizar, acolher e intervir no sentido de coletivizar as questões que atravessam crianças e adolescentes, entendendo que o sofrimento não é uma questão individual, mas a consequência do momento histórico que o mundo inteiro viveu.

 

Com o intuito de promover um lugar de exploração, descoberta, convívio, conexões sociais, integração e experiências, o Colégio Anglo Chácara promove o 1º Chácara Camp. Um verdadeiro refúgio para as férias.

 

As atividades ofertadas dividem-se em atividades internas e externas. “As internas são pensadas nas linguagens das artes, despertando a criatividade e consciência corporal, jogos e brincadeiras coletivas valorizando o movimento corporal e a convivência. Já as atividades externas exploram saídas culturais e lúdicas, lugares pensados para proporcionar o gostinho das férias, conhecer lugares novos e muita diversão”, afirma a coordenadora pedagógica.

 

O Chácara Camp contará com profissionais formados em pedagogia, todos funcionários do colégio e da Arte Educadora, que além de pedagogos, possuem pós-graduação em Linguagem das Artes. Ao todo, serão oito profissionais da educação e dois inspetores. Tudo será supervisionado pela coordenadora pedagógica. O projeto acontece somente com crianças de 6 a 10 anos (Fundamental I).

 

“As saídas pedagógicas foram pensadas para que o aluno, ao participar do Chácara Camp, possa aproveitar suas férias, conhecendo São Paulo, partindo da premissa que os espaços são educativos e proporcionam uma vida ao ar livre, fora do videogame e da televisão. Nada mais gostoso do que fazer descobertas rodeados pelos amigos”, completa Solange.

 

Na primeira semana de programação, haverá caça ao tesouro, piquenique no Parque Alfredo Volpi, visita ao Museu da Imaginação, passeio de bicicleta no Parque Villa Lobos e cinema. Na segunda, acontecerá uma atividade Masterchef, visita ao zoológico e ao Museu da Ilusão, além de um piquenique no Burle Marx. Para finalizar, infláveis estarão espalhados no colégio para brincar sem titubear. O Chácara Camp está agendado de 18 a 29 de julho, das 8h às 18h.

 

 

Anglo Chácara Santo Antônio

 

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