Assiduidade ao
tratamento é baixa, mesmo com terapias disponíveis no Sistema Único de Saúde
O Rio de Janeiro possui 147.510[1]
pessoas diagnosticadas com insuficiência cardíaca, uma das principais causas de
mortalidade e morbidade do mundo[2]. A insuficiência cardíaca é uma doença
crônica que chama atenção para a condição grave e atinge, principalmente, a
população idosa[3]. Contudo, outros fatores de risco podem
ser levados em consideração como sedentarismo, tabagismo, diabetes, hipertensão
e predisposição genética[4].
A internação de pacientes com insuficiência
cardíaca gera uma perda de 22 bilhões de reais por ano à economia do País, por
custos no sistema de saúde e redução de produtividade, tanto do paciente quanto
dos cuidadores[5]. O custo médio de internação é de R$
1.600,00[6]
por dia, sendo que o paciente fica em ambiente hospitalar por aproximadamente
10 dias². Além disso, a sobrevida é de 35%, após cinco anos de diagnóstico[7].
A forma mais eficaz de evitar a internação e a
abstenção do mercado de trabalho dos pacientes e cuidadores, é a assiduidade no
tratamento que, por vezes, é afetada por diversos fatores, dentre eles,
econômicos. A boa notícia é que a população carioca tem acesso a tratamentos na
farmácia do Sistema Único de Saúde do Rio de Janeiro (SUS-RJ). “Pacientes que
estejam com o tratamento interrompido, ou sendo realizado de forma incompleta,
devem procurar com urgência a unidade de posto de saúde mais próxima de sua
residência e realizar a solicitação ou agendamento com um médico
cardiologista”, comenta Dr. Ricardo Mourilhe, Professor Adjunto de Cardiologia
e Chefe da Clínica de Insuficiência Cardíaca da Universidade do Estado do Rio
de Janeiro.
Ainda segundo o especialista, é importante alertar sobre a necessidade da continuidade do tratamento. “Pacientes que deixam de tratar corretamente renunciam à qualidade de vida e estão predispostos a diversos riscos de saúde, que podem ser fatais. Por isso é extremamente importante que o tratamento seja acompanhado por um médico e as medicações sejam utilizadas de forma correta.”
Sobre a insuficiência cardíaca e o tratamento
A insuficiência cardíaca é uma doença crônica e
está presente na vida de cerca de dois milhões de pacientes no Brasil, país
onde são diagnosticados 240 mil novos casos por ano, segundo dados do DATASUS2.
De acordo com projeções, estima-se que em 2025 o Brasil terá a sexta maior
população de idosos[8], o que também deve resultar no aumento
dos casos de insuficiência cardíaca.
O paciente de insuficiência cardíaca sofre com a
falta do bombeamento correto do sangue, impedindo a sua boa circulação e, por
consequência, comprometendo as necessidades do órgão do corpo. Sua origem pode
ser dar sedentarismo, má alimentação[9], episódios de infarto, o diabetes,
hipertensão, arritmia cardíaca, entre outras enfermidades[10].
Apesar de não haver cura e ser crônica, existem tratamentos disponíveis no
Brasil que auxiliam na melhor qualidade de vida[11],
realizado através de uma combinação de remédios.
[1] Nogueira et al. Acta Fisiatr
2019; 26(1):95-101.
[2] Cardoso, Daniel Madeira,
Ferreira, Miriã V S et al. Análise da produção científica mundial sobre
insuficiência cardíaca e as tendências de progressão do conhecimento: um estudo
bibliométrico. Brazilian Journal of Development 2021, p. 52845. Disponível em: https://brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/view/30436. Acesso em 24 jun. 2022.
[3] Souza, Marília Pacheco, et
al. "Perfil epidemiológico de idosos com insuficiência cardíaca na unidade
de terapia intensiva." Revista Enfermagem Contemporânea 6.1 (2017): 42-48.
[4] Biolo, Andréia, and L. E.
Rhode. "O impacto dos polimorfismos genéticos e da farmacogenética na
avaliação e manejo da insuficiência cardíaca." Rev Soc
CardioL RS 3 (2004): 1-5.
[5] Stevens B, Pezzullo L,
Verdian L et al. The Economic Burden of Heart Diseases in Brazil. World
Congress of Cardiology & Cardiovascular Health 2016 Poster code: PS023.
[6] Brasil, Ministério da Saúde.
Banco de dados do Sistema Único de Saúde-DATASUS. Sistema de Informações
Hospitalares-SIH Disponível em https://datasus.saude.gov.br/acesso-a-informacao/producao-hospitalar-sih-sus/ [Acessado em 23 de maio de 2022] .
[7] Comitê Coordenador da
Diretriz de Insuficiência Cardíaca Rohde, Luis Eduardo Paim et al. Diretriz
Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica e Aguda. Arquivos Brasileiros de
Cardiologia [online]. 2018, v. 111, n. 3, pp. 436-539. Disponível em: https://doi.org/10.5935/abc.20180190. Acesso em 24 jun. 2022.
[8] Nasri, Fabio. "O
envelhecimento populacional no Brasil." Einstein 6.Supl 1 (2008): S4-S6.
[9] Oliveira, Raquel Duarte
Medeiros de. Consumo de alimentos ultraprocessados por indivíduos com
insuficiência cardíaca atendidos ambulatorialmente. BS thesis. Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, 2021.
[10] Gossec L, Smolen JS, Ramiro S
et al. European League Against Rheumatism (EULAR) recommendations for the
management of psoriatic arthritis with pharmacological therapies: 2015
update. Ann Rheum Dis. 2016 Mar;75(3):499-510.
[11] Guimarães, Jorge Ilha, et al.
"Revisão das II Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia para o
diagnóstico e tratamento da insuficiência cardíaca." Arquivos Brasileiros
de Cardiologia 79 (2002): 1-30.
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