Pesquisar no Blog

sexta-feira, 15 de julho de 2022

Incidência de câncer de tireoide tem aumentado entre população mais jovem

O médico referência em cirurgia oncológica no Brasl, Wandemberg Barbosa, tem notado o aumento do número de casos desse tipo de câncer em seu consultório. Justificativa pode estar na ingestão de sal com mais iodo, o que induziria a glândula a se deteriorar

 

Julho é o mês da conscientização sobre o câncer na região da cabeça e pescoço. Para chamar a atenção da população para essa doença que deve atingir mais de 36 mil brasileiros apenas em 2022, a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP) lançou a campanha Julho Verde.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer mais comum da região da cabeça e pescoço é o da tireoide. Ele costuma afetar três vezes mais as mulheres do que os homens e de acordo com a mais recente estimativa brasileira, realizada em 2018, é o quinto tumor mais frequente em mulheres na região Sudeste e Nordeste. Segundo o Inca, a estimativa é de que no triênio 2020/2022, sejam diagnosticados 13.870 novos casos de câncer da tireoide no Brasil.

Médico referência em cirurgia plástica e oncológica no Brasil, Wandemberg Barbosa atende regularmente pessoas que necessitam de cirurgia para a retirada de tumor da tireoide. Wandemberg atesta que, embora a estatística preveja maior incidência desse tipo câncer entre pessoas de 35 anos a 65 anos, ele tem observado em seu consultório um aumento significativo de casos entre pessoas mais jovens.

“A justificativa para esse aumento de nódulos na população mais jovem pode estar na ingestão de sal com mais iodo, o que induziria a glândula a se deteriorar”, explica Wandemberg. Conforme o médico, fatores genéticos, histórico de exposição à radiação, presença de bócios, tabagismo, obesidade, exposições hormonais são outros fatores que podem levar ao desenvolvimento da doença.

Wandemberg relata que os tipos mais comuns de câncer na tireoide são o folicular e o papilífero, sendo este o responsável por cerca de 90% de todos os cânceres na região. Conforme o médico, o tratamento recomendado para estes dois tipos de nódulos é a remoção da glândula e a posterior administração de iodo radioativo, caso seja necessário. “Ao serem adequadamente tratados, esses tipos de câncer resultam em 98% de cura”, afirma.

Mais raros, os cânceres medular e anaplásico da tireoide – o primeiro acomete cerca de 10% da população e o segundo apenas 1% - são também mais agressivos. De acordo com Wandemberg, esses tipos de câncer apresentam chances elevadas de darem metástases precoces. “Por isso, além da cirurgia, o tratamento indicado é radioterapia e quimioterapia, dependendo do caso”, diz.

Para que o diagnóstico seja precoce e evite-se quadros piores, Wandemberg recomenda que as pessoas fiquem atentas a alguns sintomas, tais como: aumentos dos gânglios linfáticos, inchaço ou nódulos no pescoço.

O médico referência em cirurgia plástica e oncológica destaca que nódulos na tireoide são um achado ultrassonográfico frequente, o que não significa que todos sejam malignos. Para tipificar o nódulo é feita uma punção aspirativa por agulha fina dirigida por ultrassom. Após ser extraído, o material é analisado em laboratório. Cerca de 60% costumam ser considerados benignos.

 


Dr. Wandemberg - cirurgião formado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e cirurgião oncológico formado pelo Hospital A.C Camargo – Fundação Antônio Prudente. Inclusive foi médico residente dessa instituição, terminando sua residência em 1981. Algum tempo depois, montou o Serviço de Cirurgia Oncológica do antigo Hospital Matarazzo (atual Hospital Humberto I), na capital paulista, onde atendia milhares de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), oferecendo um alto padrão de cirurgias, junto com assistentes e residentes. Nessa ocasião, foi responsável por criar uma residência médica neste hospital. Em 1989, começou a trabalhar no Hospital 9 de Julho, também em São Paulo, onde instituiu um grupo de cirurgia oncológica, no qual atuou até 2005. Em 1998, concluiu mestrado em Cirurgia Plástica Reparadora pela Faculdade Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e, em 1999, titulou-se especialista em Cirurgia Plástica pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts mais acessados