O médico
referência em cirurgia oncológica no Brasl, Wandemberg Barbosa, tem notado o
aumento do número de casos desse tipo de câncer em seu consultório.
Justificativa pode estar na ingestão de sal com mais iodo, o que induziria a
glândula a se deteriorar
Julho é o mês da conscientização sobre o câncer
na região da cabeça e pescoço. Para chamar a atenção da população para essa
doença que deve atingir mais de 36 mil brasileiros apenas em 2022, a Sociedade
Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP) lançou a campanha Julho
Verde.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer
(Inca), o câncer mais comum da região da cabeça e pescoço é o da tireoide. Ele
costuma afetar três vezes mais as mulheres do que os homens e de acordo com a
mais recente estimativa brasileira, realizada em 2018, é o quinto tumor mais frequente
em mulheres na região Sudeste e Nordeste. Segundo o Inca, a estimativa é de que
no triênio 2020/2022, sejam diagnosticados 13.870 novos casos de câncer da
tireoide no Brasil.
Médico referência em cirurgia plástica e
oncológica no Brasil, Wandemberg Barbosa atende regularmente pessoas que
necessitam de cirurgia para a retirada de tumor da tireoide. Wandemberg atesta
que, embora a estatística preveja maior incidência desse tipo câncer entre
pessoas de 35 anos a 65 anos, ele tem observado em seu consultório um aumento
significativo de casos entre pessoas mais jovens.
“A justificativa para esse aumento de nódulos
na população mais jovem pode estar na ingestão de sal com mais iodo, o que
induziria a glândula a se deteriorar”, explica Wandemberg. Conforme o médico,
fatores genéticos, histórico de exposição à radiação, presença de bócios,
tabagismo, obesidade, exposições hormonais são outros fatores que podem levar
ao desenvolvimento da doença.
Wandemberg relata que os tipos mais comuns de
câncer na tireoide são o folicular e o papilífero, sendo este o responsável por
cerca de 90% de todos os cânceres na região. Conforme o médico, o tratamento
recomendado para estes dois tipos de nódulos é a remoção da glândula e a
posterior administração de iodo radioativo, caso seja necessário. “Ao serem
adequadamente tratados, esses tipos de câncer resultam em 98% de cura”, afirma.
Mais raros, os cânceres medular e anaplásico da
tireoide – o primeiro acomete cerca de 10% da população e o segundo apenas 1% -
são também mais agressivos. De acordo com Wandemberg, esses tipos de câncer
apresentam chances elevadas de darem metástases precoces. “Por isso, além da
cirurgia, o tratamento indicado é radioterapia e quimioterapia, dependendo do
caso”, diz.
Para que o diagnóstico seja precoce e evite-se
quadros piores, Wandemberg recomenda que as pessoas fiquem atentas a alguns
sintomas, tais como: aumentos dos gânglios linfáticos, inchaço ou nódulos no
pescoço.
O médico referência em cirurgia plástica e
oncológica destaca que nódulos na tireoide são um achado ultrassonográfico
frequente, o que não significa que todos sejam malignos. Para tipificar o
nódulo é feita uma punção aspirativa por agulha fina dirigida por ultrassom.
Após ser extraído, o material é analisado em laboratório. Cerca de 60% costumam
ser considerados benignos.
Dr. Wandemberg - cirurgião formado pela Faculdade
de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e cirurgião oncológico
formado pelo Hospital A.C Camargo – Fundação Antônio Prudente. Inclusive foi
médico residente dessa instituição, terminando sua residência em 1981. Algum
tempo depois, montou o Serviço de Cirurgia Oncológica do antigo Hospital
Matarazzo (atual Hospital Humberto I), na capital paulista, onde atendia
milhares de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), oferecendo um alto
padrão de cirurgias, junto com assistentes e residentes. Nessa ocasião, foi
responsável por criar uma residência médica neste hospital. Em 1989, começou a
trabalhar no Hospital 9 de Julho, também em São Paulo, onde instituiu um grupo
de cirurgia oncológica, no qual atuou até 2005. Em 1998, concluiu mestrado em
Cirurgia Plástica Reparadora pela Faculdade Medicina da Universidade Federal de
São Paulo (Unifesp), e, em 1999, titulou-se especialista em Cirurgia Plástica
pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
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