Crédito via previdência complementar fechada usa investimento como garantia e oferece taxas mais baixas do que as praticadas pelo mercado
A alta da inflação que
provocou o aumento da Selic e, por consequência, o maior custo do
endividamento, aliada à redução da renda da população brasileira por conta da
conjuntura econômica levaram ao endividamento das famílias brasileiras e
consequente aumento da inadimplência. Neste cenário, para manter a
sustentabilidade financeira, é preciso avaliar o custo da dívida e, usar o
patrimônio acumulado na previdência complementar, pode ser um excelente
negócio.
Segundo levantamento da
Prevtech uFund, a média das taxas desta modalidade de crédito podem ficar ao
redor de 1% ao mês, enquanto o custo médio do consignado (INSS) se encontra em
1,9% e do financiamento de veículos em 2%. Em quarto lugar, aparecem os
empréstimos via consignado privado (2,57%). As modalidades mais caras ainda são
o cheque especial (6,92%) e o cartão de crédito (7,56%). Em termos de valor da
parcela mensal, a diferença fica mais evidente. Enquanto na modalidade
previdência fechada, o valor fica em R$ 111,46, no parcelamento do cartão é de
R$ 382,60. Uma diferença de 211,7%. A pesquisa levou em consideração um
empréstimo no valor R$ 5.000 em 60 vezes.
“É possível financiar
automóveis, imóveis, bens de consumo, viagens com juros bem menores porque o
próprio patrimônio do participante acumulado no fundo de previdência serve como
garantia do empréstimo”, destaca o CEO da uFund, Alexandre Teixeira ao
justificar a diferença do custo do financiamento. As parcelas do financiamento
podem ser descontadas na folha de pagamento de salários ou de benefícios previdenciários.
“Isso permite uma redução expressiva do custo e da burocracia que a
constituição das garantias tradicionais impõe, através de hipotecas de imóveis
e alienação fiduciária de veículos, por exemplo”.
São cerca de 3,8 milhões
de participantes de planos de previdência complementar fechada que podem ter
acesso rápido e seguro às linhas de crédito ofertadas pelas Entidades Fechadas
de Previdência Complementar (EFPCs). “Essas pessoas podem fazer empréstimos
mais em conta, garantindo sua sustentabilidade financeira, sem abrir mão da
poupança para a aposentadoria”, ressalta Teixeira.
Ele explica que o
potencial de crescimento do volume de concessões deste tipo é enorme. As
entidades administram patrimônio superior a R$ 1 trilhão, sendo que 15% deste
montante, ou seja, R$ 150 bilhões podem ser disponibilizados em linhas de
crédito para os participantes. Porém, apenas 2,1% (R$ 21 bilhões) estão sendo
empregados para esta finalidade. “Muitas vezes, tais recursos estão investidos
em ativos de maior risco ou menor potencial de retorno”, diz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário