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quarta-feira, 27 de julho de 2022

Covid Longa já afeta 23% dos pacientes em recuperação

Especialista em medicina integrativa explica que os sintomas característicos desta condição costumam persistir por mais de três meses, com prevalência em mulheres

 

Mesmo mais de dois anos após o início da pandemia do COVID-19, o vírus ainda é motivo de diversas incógnitas para a comunidade científica, mas o que tem chamado a atenção dos pesquisadores mundo a fora neste momento é a persistência de sintomas decorrentes da contaminação pelo vírus, o que chamam de Covid Longa. A nutróloga e especialista em medicina integrativa, Dra. Esthela Oliveira afirma que qualquer um que já teve PCR positivo para COVID pode sofrer com as sequelas do vírus.

De acordo com um estudo da Universidade do Sul da Califórnia (USC), nos Estados Unidos, 23% daqueles que já tiveram a doença, desenvolvem o quadro, o equivalente a milhões de pessoas por todo o globo. Segundo a nutróloga, Dra. Esthela Oliveira são comuns entre paciente que já testaram positivo para COVID a presença de sintomas como confusão mental, problemas de memória e concentração, fadiga excessiva, dores articulares, queda de cabelo e até ganho de peso.

“Quando esses e outros sintomas persistem por mais de três meses depois da contaminação pelo vírus, podemos considerar que o paciente pode estar com a chamada Covid Longa, especialmente quando descartadas outras patologias como diabetes e disfunções da tireoide, por exemplo. É preciso uma avaliação mais completa para identificar os sintomas e suas causas”, explica a especialista.

Anteriormente a Fiocruz, já havia publicado um estudo demonstrando que 50,2% dos brasileiros infectados relatavam sintomas característicos da Covid Longa. Em paralelo, avaliando perfis de mais de 1 milhão de britânicos infectados pelo vírus há alguns meses, pesquisadores da University College London, identificaram ao menos 200 sintomas que afetam os sistemas de órgãos importantes do corpo e maior prevalência da síndrome em pessoas de 35 a 60 anos, com saúde mental e física já fragilizadas antes da pandemia e com histórico de déficits imunológicos.

“Pacientes com obesidade, que apresentaram durante a contaminação pelo vírus queda de cabelo, dores de cabeça, garganta e articulações tendem a ter sintomas mais persistentes, pelo que observamos nos estudos até o momento. Além disso, mulheres costumam ser mais afetadas pela Covid Longa. Acredita-se que essa diferença entre os sexos seja em decorrência de alterações no sistema imunológico feminino, que embora apresente respostas inumes mais rápidas ao vírus, são mais vulneráveis a doenças autoimunes prolongadas”, destaca a nutróloga.

A especialista em medicina integrativa afirma que ainda não existe um teste específico para detectar a Covid Longa e que o tratamento costuma ser sintomático, ou seja, pode variar de acordo com os sintomas relatados pelo paciente. “Ainda é necessário mais tempo de pesquisa sobre o vírus para entendermos os fatores de risco e como evitar os sintomas a logo prazo, mas para diagnosticar e indicar o tratamento mais assertivo para cada caso é necessária uma bateria de exames primeiro. É importante reforçar que o tempo de tratamento também varia de acordo com a resposta imunológica de cada paciente”, conta.

A Dra. Esthela Oliveira ressalta que um acompanhamento médico periódico e multidisciplinar após a contaminação pelo vírus também é fundamental para que o paciente possa tratar os sintomas antes que se tornem crônicos e voltar a vida normal o quanto antes. 

 

Esthela Oliveira - Médica do esporte (RQE 76855), membro titular da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte e médica do corpor clínico do Hospital Israelita Albert Einstein. É pós-graduada em nutrologia pela Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). Pós-graduada em Medicina Integrativa pelo Instituto de ensino e pesquisa Albert Einstein. Em 2019 Realizou curso de Mind Body Medicine na Universidade de Harvard.

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