Especialista em medicina integrativa explica que os sintomas característicos
desta condição costumam persistir por mais de três meses, com prevalência em
mulheres
Mesmo mais de dois anos após o início da pandemia
do COVID-19, o vírus ainda é motivo de diversas incógnitas para a comunidade
científica, mas o que tem chamado a atenção dos pesquisadores mundo a fora
neste momento é a persistência de sintomas decorrentes da contaminação pelo
vírus, o que chamam de Covid Longa. A nutróloga e especialista em medicina
integrativa, Dra. Esthela Oliveira afirma que qualquer um que já teve PCR
positivo para COVID pode sofrer com as sequelas do vírus.
De acordo com um estudo da Universidade do Sul da
Califórnia (USC), nos Estados Unidos, 23% daqueles que já tiveram a doença,
desenvolvem o quadro, o equivalente a milhões de pessoas por todo o globo.
Segundo a nutróloga, Dra. Esthela Oliveira são comuns entre paciente que já testaram
positivo para COVID a presença de sintomas como confusão mental, problemas de
memória e concentração, fadiga excessiva, dores articulares, queda de cabelo e
até ganho de peso.
“Quando esses e outros sintomas persistem por mais
de três meses depois da contaminação pelo vírus, podemos considerar que o
paciente pode estar com a chamada Covid Longa, especialmente quando descartadas
outras patologias como diabetes e disfunções da tireoide, por exemplo. É
preciso uma avaliação mais completa para identificar os sintomas e suas
causas”, explica a especialista.
Anteriormente a Fiocruz, já havia publicado um
estudo demonstrando que 50,2% dos brasileiros infectados relatavam sintomas
característicos da Covid Longa. Em paralelo, avaliando perfis de mais de 1
milhão de britânicos infectados pelo vírus há alguns meses, pesquisadores da
University College London, identificaram ao menos 200 sintomas que afetam os
sistemas de órgãos importantes do corpo e maior prevalência da síndrome em
pessoas de 35 a 60 anos, com saúde mental e física já fragilizadas antes da
pandemia e com histórico de déficits imunológicos.
“Pacientes com obesidade, que apresentaram durante
a contaminação pelo vírus queda de cabelo, dores de cabeça, garganta e
articulações tendem a ter sintomas mais persistentes, pelo que observamos nos
estudos até o momento. Além disso, mulheres costumam ser mais afetadas pela
Covid Longa. Acredita-se que essa diferença entre os sexos seja em decorrência
de alterações no sistema imunológico feminino, que embora apresente respostas
inumes mais rápidas ao vírus, são mais vulneráveis a doenças autoimunes
prolongadas”, destaca a nutróloga.
A especialista em medicina integrativa afirma que
ainda não existe um teste específico para detectar a Covid Longa e que o
tratamento costuma ser sintomático, ou seja, pode variar de acordo com os
sintomas relatados pelo paciente. “Ainda é necessário mais tempo de pesquisa
sobre o vírus para entendermos os fatores de risco e como evitar os sintomas a
logo prazo, mas para diagnosticar e indicar o tratamento mais assertivo para
cada caso é necessária uma bateria de exames primeiro. É importante reforçar
que o tempo de tratamento também varia de acordo com a resposta imunológica de
cada paciente”, conta.
A Dra. Esthela Oliveira ressalta que um acompanhamento médico periódico e multidisciplinar após a contaminação pelo vírus também é fundamental para que o paciente possa tratar os sintomas antes que se tornem crônicos e voltar a vida normal o quanto antes.
Esthela
Oliveira -
Médica do esporte (RQE 76855), membro titular da Sociedade Brasileira de
Medicina do Exercício e do Esporte e médica do corpor clínico do Hospital
Israelita Albert Einstein. É pós-graduada em nutrologia pela Associação
Brasileira de Nutrologia (ABRAN). Pós-graduada em Medicina Integrativa pelo
Instituto de ensino e pesquisa Albert Einstein. Em 2019 Realizou curso de Mind
Body Medicine na Universidade de Harvard.
draesthelaoliveia l sideclinic
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