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segunda-feira, 16 de maio de 2022

Hipertensão: doença que afeta mais de 30 milhões de brasileiros deve crescer nos próximos anos

Pandemia é uma das principais responsáveis por esse aumento  

 

Doença que atinge mais de 30 milhões de brasileiros, a Hipertensão é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA) -- acima de 140/90mmHg. Em pleno crescimento, a enfermidade, que é uma das comorbidades da Covid-19, foi uma das que mais cresceu no período pandêmico (37%) e deve afetar mais pessoas nos próximos anos.

“Sem dúvida veremos um aumento dos casos de hipertensão arterial no Brasil e no mundo após a pandemia, pois tivemos aumento dos casos de obesidades e sedentários”, explica Edilberto Castilho, cardiologista do Hospital Santa Catarina -- Paulista. A doença pode acarretar em morte súbita, acidente vascular encefálico, infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca, doença arterial periférica e doença renal crônica.

A hipertensão raramente apresenta sintomas, mas nos casos em que acontecem, os mais comuns são dor de cabeça, tonturas, zumbidos no ouvido, dor no peito e falta de ar. Já os fatores de risco relacionados à enfermidade são: cigarro, álcool, ingestão de alimentos com muito sal, frituras, sedentarismo e obesidade.

“A prevalência da HAS (hipertensão arterial sistêmica) na população varia de 22% a 44%, com mais de 50% entre 60 e 69 anos e 75% acima de 70 anos. Idade, etnia (mais frequente em afrodescendentes), sexo (até 50 anos de idade, mais comum em homens) também são fatores de risco”, diz Ricardo Rienzo, clínico-geral do Hospital Santa Catarina -- Paulista.

No mundo, a hipertensão afeta mais de um bilhão de pacientes e mata mais de 10 milhões. Para mudar a situação, a Organização Mundial da Saúde (OMS) almejava reduzir em 25% as mortes até 2025. No entanto, a pandemia complicou o objetivo, que deve ser revisto nos próximos anos. “Após esses 2 anos de pandemia, acho difícil conseguirmos atingir essa redução de mortes até 2025 como estabelecido pela OMS. Provavelmente esse objetivo será reavaliado. Muitas pessoas perderam o seguimento médico, deixaram de praticar atividade física, não fizeram os exames de rotina, aumentando as complicações”, afirma o cardiologista do Santa Catarina.

“Apesar da mortalidade por doença cardiovascular (DCV) aumentar progressivamente com a elevação da PA a partir de 115 x 75 mmHg, define-se um paciente como hipertenso quando a pressão arterial sistólica for maior ou igual 140 mmHg ou pressão arterial diastólica maior ou igual 90 mmHg em duas ou mais consultas, ou se o paciente já está em uso de anti-hipertensivos. Esse conceito é importante, pois é muito comum as pessoas serem rotuladas como portadoras de pressão elevada com apenas uma medida isolada de pressão. Para o diagnóstico e, consequentemente, o tratamento, é necessário mais de uma medida, em momentos diferentes e em condições adequadas”, explica o clínico do Santa Catarina.

O tratamento da doença pode ser feito tanto por via medicamentosa ou não medicamentosa. Na segunda opção, o paciente é instruído a mudar o estilo de vida, ou seja, praticar atividade física, evitar bebidas alcóolicas, refrigerantes, frituras e alimentos com muito sal. Além disso, é recomendado diminuir a quantidade de carne vermelha e doces.

 

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