Pandemia é uma das principais responsáveis por esse aumento
Doença que
atinge mais de 30 milhões de brasileiros, a Hipertensão é uma condição clínica
multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão
arterial (PA) -- acima de 140/90mmHg. Em pleno crescimento, a enfermidade, que
é uma das comorbidades da Covid-19, foi uma das que mais cresceu no período
pandêmico (37%) e deve afetar mais pessoas nos próximos anos.
“Sem dúvida
veremos um aumento dos casos de hipertensão arterial no Brasil e no mundo após
a pandemia, pois tivemos aumento dos casos de obesidades e sedentários”,
explica Edilberto Castilho, cardiologista do Hospital Santa Catarina --
Paulista. A doença pode acarretar em morte súbita, acidente vascular
encefálico, infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca, doença arterial
periférica e doença renal crônica.
A hipertensão
raramente apresenta sintomas, mas nos casos em que acontecem, os mais comuns
são dor de cabeça, tonturas, zumbidos no ouvido, dor no peito e falta de ar. Já
os fatores de risco relacionados à enfermidade são: cigarro, álcool, ingestão
de alimentos com muito sal, frituras, sedentarismo e obesidade.
“A prevalência
da HAS (hipertensão arterial sistêmica) na população varia de 22% a 44%, com
mais de 50% entre 60 e 69 anos e 75% acima de 70 anos. Idade, etnia (mais
frequente em afrodescendentes), sexo (até 50 anos de idade, mais comum em
homens) também são fatores de risco”, diz Ricardo Rienzo, clínico-geral do
Hospital Santa Catarina -- Paulista.
No mundo, a
hipertensão afeta mais de um bilhão de pacientes e mata mais de 10 milhões.
Para mudar a situação, a Organização Mundial da Saúde (OMS) almejava reduzir em
25% as mortes até 2025. No entanto, a pandemia complicou o objetivo, que deve
ser revisto nos próximos anos. “Após esses 2 anos de pandemia, acho difícil
conseguirmos atingir essa redução de mortes até 2025 como estabelecido pela
OMS. Provavelmente esse objetivo será reavaliado. Muitas pessoas perderam o
seguimento médico, deixaram de praticar atividade física, não fizeram os exames
de rotina, aumentando as complicações”, afirma o cardiologista do Santa
Catarina.
“Apesar da
mortalidade por doença cardiovascular (DCV) aumentar progressivamente com a
elevação da PA a partir de 115 x 75 mmHg, define-se um paciente como hipertenso
quando a pressão arterial sistólica for maior ou igual 140 mmHg ou pressão
arterial diastólica maior ou igual 90 mmHg em duas ou mais consultas, ou se o
paciente já está em uso de anti-hipertensivos. Esse conceito é importante, pois
é muito comum as pessoas serem rotuladas como portadoras de pressão elevada com
apenas uma medida isolada de pressão. Para o diagnóstico e, consequentemente, o
tratamento, é necessário mais de uma medida, em momentos diferentes e em
condições adequadas”, explica o clínico do Santa Catarina.
O tratamento
da doença pode ser feito tanto por via medicamentosa ou não medicamentosa. Na
segunda opção, o paciente é instruído a mudar o estilo de vida, ou seja,
praticar atividade física, evitar bebidas alcóolicas, refrigerantes, frituras e
alimentos com muito sal. Além disso, é recomendado diminuir a quantidade de
carne vermelha e doces.
Nenhum comentário:
Postar um comentário