A enfermidade está relacionada com o histórico
familiar e afeta o dia a dia do paciente
O Maio Roxo foi criado para alertar a opinião
pública para o aumento da prevalência das Doenças inflamatórias intestinais
(DII), males que atingem cinco milhões de pessoas no mundo e que vem crescendo
no Brasil.
“As doenças inflamatórias intestinais autoimunes
que inflamam e adoecem o tubo digestivo. São 2 tipos principais: Doença de
Crohn e Retocolite Ulcerativa. A Doença de Crohn inflama todas as camadas
intestinais e pode comprometer uma extensão da boca até o ânus do paciente.
Retocolite Ulcerativa acomete somente o intestino grosso e o reto, com
inflamação somente da camada mais superficial do intestino”, explica Fernando
Bray, coloproctologista e cirurgião do aparelho digestivo do Hospital Santa
Catarina -- Paulista.
No Brasil, a prevalência das DII atinge de 12 a 55
em cada 100 mil habitantes. A maior concentração de brasileiros que sofrem com
as doenças fica nas regiões sul e sudeste e a maioria são mulheres. Os números
são menores do que em países como EUA e Canadá, onde a prevalência pode chegar
próxima a 120/130 para cada 100 mil moradores.
“As causas são multifatoriais: dieta, microbiota
intestinal (microorganismos que vivem no intestino), estresse, uso de
antibióticos e anti-inflamatórios. Podemos identificá-las via exames de
imagens, endoscópicos e biomarcadores fecais”, diz Bray
Os principais sintomas das DII são sangramento e
muco nas fezes, dor abdominal, diarreia, emagrecimento sem causa aparente,
fraqueza, gases, falta de apetite, febre, náuseas e vômitos. No Brasil, de
acordo com estudo produzido em 2020, o brasileiro demora em média 62 meses, ou
mais de cinco anos, para ser diagnosticado com algum dos males, fazendo com que
muitas pessoas não saibam como se tratar e percam dias de trabalho ou escola.
“Os fatores de risco das Doenças Inflamatórias
Intestinais não são conhecidos. Embora existam algumas causas que podem
aumentar as chances como a parte genética, reação anormal ao sistema
imunológico, fatores ambientais como vírus, bactérias, dietas, tabagismo entre
outras. Ela é mais comum em caucasianos e é mais comum surgir entre os 10 e 40
anos de idade”, explica Rafael Sanchez Neto, coloproctologista e cirurgião do
aparelho digestivo do Hospital Santa Catarina-Paulista.
Há duas formas de tratamento: o medicamentoso e o
cirúrgico. No medicamentoso são utilizadas drogas anti-inflamatórias
intestinais, que minimizam a irritação do intestino. Também podem ser
utilizados antibióticos, que traçam abscessos e infecções secundárias,
corticosteroides, que desinflamam e modulam o sistema imunológico. Há também a
possibilidade da utilização de remédios biológicos, que assim como os
corticosteróides, também modulam o sistema imunológico.
“O tratamento cirúrgico depende com relação ao
Crohn e a Retocolite Ulcerativa. Tanto um quanto o outro é indicada a cirurgia,
quando a terapia clínica não surte resultados. A partir disso, na doença de
Crohn, é necessário tirar a parte do intestino doente e fazer uma anastomose
(ligar duas partes do intestino). Após a cirurgia, o intestino funciona
normalmente, apenas com mais evacuações. Entre seis a dez pessoas que fazem a
cirurgia podem ter a recorrência da doença”, afirma Sanchez Neto.
Em relação a Retocolite Ulcerativa, um em cada três
pacientes com mais de 30 anos terão que fazer uma cirurgia. Pelo fato da doença
afetar mais o intestino grosso ou cólon, a cirurgia será uma colectomia
(ressecção cirúrgica de uma parte ou da totalidade do intestino grosso) parcial
ou total. Nos casos que afetam o intestino fino ou ânus, é preciso fazer uma
ação localizada.
Cinco passos para evitar as
DII
- Caso
já tenha sofrido com alguma das DII, evite alimentos que estão associados
ao aparecimento delas;
- Faça
exercícios físicos;
- Não
fume;
- Adote
uma dieta com baixo teor de gordura e com muitas fibras;
·
Evite
alimentos picantes e vegetais que aumentam a produção de gases
Nenhum comentário:
Postar um comentário