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sexta-feira, 20 de maio de 2022

Casos de Doenças Inflamatórias Intestinais crescem no Brasil. Conheça as causas, sintomas e os tratamentos.

A enfermidade está relacionada com o histórico familiar e afeta o dia a dia do paciente

 

O Maio Roxo foi criado para alertar a opinião pública para o aumento da prevalência das Doenças inflamatórias intestinais (DII), males que atingem cinco milhões de pessoas no mundo e que vem crescendo no Brasil.  

“As doenças inflamatórias intestinais autoimunes que inflamam e adoecem o tubo digestivo. São 2 tipos principais: Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa. A Doença de Crohn inflama todas as camadas intestinais e pode comprometer uma extensão da boca até o ânus do paciente. Retocolite Ulcerativa acomete somente o intestino grosso e o reto, com inflamação somente da camada mais superficial do intestino”, explica Fernando Bray, coloproctologista e cirurgião do aparelho digestivo do Hospital Santa Catarina -- Paulista.  

No Brasil, a prevalência das DII atinge de 12 a 55 em cada 100 mil habitantes. A maior concentração de brasileiros que sofrem com as doenças fica nas regiões sul e sudeste e a maioria são mulheres. Os números são menores do que em países como EUA e Canadá, onde a prevalência pode chegar próxima a 120/130 para cada 100 mil moradores.  

“As causas são multifatoriais: dieta, microbiota intestinal (microorganismos que vivem no intestino), estresse, uso de antibióticos e anti-inflamatórios. Podemos identificá-las via exames de imagens, endoscópicos e biomarcadores fecais”, diz Bray  

Os principais sintomas das DII são sangramento e muco nas fezes, dor abdominal, diarreia, emagrecimento sem causa aparente, fraqueza, gases, falta de apetite, febre, náuseas e vômitos. No Brasil, de acordo com estudo produzido em 2020, o brasileiro demora em média 62 meses, ou mais de cinco anos, para ser diagnosticado com algum dos males, fazendo com que muitas pessoas não saibam como se tratar e percam dias de trabalho ou escola.  

“Os fatores de risco das Doenças Inflamatórias Intestinais não são conhecidos. Embora existam algumas causas que podem aumentar as chances como a parte genética, reação anormal ao sistema imunológico, fatores ambientais como vírus, bactérias, dietas, tabagismo entre outras. Ela é mais comum em caucasianos e é mais comum surgir entre os 10 e 40 anos de idade”, explica Rafael Sanchez Neto, coloproctologista e cirurgião do aparelho digestivo do Hospital Santa Catarina-Paulista.  

Há duas formas de tratamento: o medicamentoso e o cirúrgico. No medicamentoso são utilizadas drogas anti-inflamatórias intestinais, que minimizam a irritação do intestino. Também podem ser utilizados antibióticos, que traçam abscessos e infecções secundárias, corticosteroides, que desinflamam e modulam o sistema imunológico. Há também a possibilidade da utilização de remédios biológicos, que assim como os corticosteróides, também modulam o sistema imunológico.  

“O tratamento cirúrgico depende com relação ao Crohn e a Retocolite Ulcerativa. Tanto um quanto o outro é indicada a cirurgia, quando a terapia clínica não surte resultados. A partir disso, na doença de Crohn, é necessário tirar a parte do intestino doente e fazer uma anastomose (ligar duas partes do intestino). Após a cirurgia, o intestino funciona normalmente, apenas com mais evacuações. Entre seis a dez pessoas que fazem a cirurgia podem ter a recorrência da doença”, afirma Sanchez Neto.  

Em relação a Retocolite Ulcerativa, um em cada três pacientes com mais de 30 anos terão que fazer uma cirurgia. Pelo fato da doença afetar mais o intestino grosso ou cólon, a cirurgia será uma colectomia (ressecção cirúrgica de uma parte ou da totalidade do intestino grosso) parcial ou total. Nos casos que afetam o intestino fino ou ânus, é preciso fazer uma ação localizada.

 

Cinco passos para evitar as DII

  • Caso já tenha sofrido com alguma das DII, evite alimentos que estão associados ao aparecimento delas;
  • Faça exercícios físicos;
  • Não fume;
  • Adote uma dieta com baixo teor de gordura e com muitas fibras;

·         Evite alimentos picantes e vegetais que aumentam a produção de gases


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