Livro da doutora em Psicologia Valeska Zanello aborda saúde mental e gênero
Por que mulheres têm tantas queixas na esfera do amor? De se sentirem não amadas, de não receberem tanto afeto quanto gostariam ou simplesmente por estarem sozinhas? Por que mulheres que são mães carregam tanta culpa? E as que não são, por que se sentem na obrigação de estarem disponíveis a cuidar dos demais? Em março, Mês Internacional das Mulheres, a professora doutora Valeska Zanello traz essas questões no livro "Saúde Mental, Gênero e Dispositivos: Cultura e Processos de Subjetivação (editora Aprris)".
Valeska Zanello, professora adjunta do Departamento de Psicologia Clínica da Universidade de Brasília, tem se dedicado a estudar e compreender os processos de subjetivação que se configuraram historicamente em nossa cultura, no Brasil, e como mulheres e homens se subjetivam, sofrem e se expressam de formas diferentes. O livro é resultado de 13 anos de pesquisas na área de saúde mental, sob a perspectiva de gênero, e de 20 anos de experiência como psicoterapeuta clínica.
De acordo com a autora, o dispositivo amoroso configura uma certa forma de amar que vulnerabiliza as mulheres. " Na nossa cultura, os homens aprendem a amar muitas coisas e as mulheres aprendem a amar os homens. Difícil, dessa forma, que as mulheres não sofram muito nas relações amorosas. Elas se subjetivam na “prateleira” do amor, na qual “ser escolhida” e validada por um homem torna-se uma legitimação fundamental", explica a doutora em Psicologia.
As
questões interseccionalidades também são abordadas. "Em uma cultura
sexista e racista como a brasileira, tornar-se pessoa é tornar-se homem branco,
homem negro, mulher branca e mulher negra. No livro, aponto essas
especificidades, únicas, que trazem sofrimentos e cujas configurações
precisamos reconhecer e acolher", completa.
Link para compra: https://www.editoraappris.com.br/produto/1907-sade-mental-gnero-e-dispositivos-cultura-e-processos-de-subjetivao
Sobre
a autora: A professora doutora Valeska Zanello é graduada em
Filosofia e em Psicologia pela Universidade de Brasília (UnB), onde também
concluiu o doutorado em Psicologia, com período de pesquisas na Université
Catholique de Louvain (Bélgica). É professora do departamento de Psicologia
Clínica da UnB, onde também orienta o mestrado e o doutorado no Programa de
Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura. Tem experiência na área de
Psicologia, com ênfase em saúde mental, gênero, psicanálise e filosofia da
linguagem. Coordena o grupo de pesquisa “Saúde Mental e Gênero”, com foco em
mulheres e interseccionalidade com raça e etnia.
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