O último relatório da Organização
Mundial da Saúde (OMS) aponta que 2.2 bilhões de pessoas ao redor do mundo
convivem com deficiências visuais, ou seja, têm baixa visão ou cegueira. O
levantamento também aponta que, destes casos, pelo menos 1 milhão poderiam ter
sido evitados ou ainda não tiveram o adequado atendimento médico. Foto ilustrativa / Shutterstock
Segundo a Organização Panamericana de Saúde (OPAS), as
principais causas de deficiência visual a nível mundial são os erros de
refração não corrigidos - como astigmatismo, miopia e hipermetropia - e
catarata.
A refração é quando um feixe de luz atravessa nosso globo ocular formando a visão na retina. Quando os feixes de luz são desviados e chegam sem foco na retina, ocorrem os erros de refração e dificuldade para enxergar.
O cirurgião oftalmologista especialista em cirurgia refrativa
e de catarata, Dr. Ricardo Ducci, explica que existem diferentes tipos de
tratamentos para estas alterações. “Doenças como a miopia, astigmatismo, presbiopia e hipermetropia podem ter indicação de uso de óculos, lentes de contatos
e a cirurgia refrativa, principalmente para os casos mais graves. O
procedimento leva cerca de dez minutos e é capaz de corrigir o grau do
paciente, devolvendo a visão, qualidade de vida e autonomia”, afirmou.
Já a
catarata é uma opacidade no cristalino - uma lente comum que recobre nossos
olhos - que pode levar a diminuição progressiva da visão. É mais comum entre os
idosos e a maior causa de cegueira tratável no mundo, correspondendo por cerca
de 45% dos 33,6 milhões de casos de perdas de visão, de acordo com um
levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil a doença
corresponde a 49% dos casos de cegueira, segundo o último censo do Conselho
Brasileiro de Oftalmologia.
Ducci
explica que a catarata é tratável com cirurgia, mesmo que o paciente já esteja
cego. “O procedimento é indicado a partir do momento em que a condição começa a
atrapalhar a visão e gerar problemas de bem-estar e segurança. Alguns exemplos
simples são a dificuldade para ler, dirigir ou caminhar pela casa no escuro. As
técnicas modernas disponíveis atualmente permitem que a cirurgia seja feita
antes de uma evolução mais grave da doença”, alerta.
Nos
dois casos cirúrgicos o tempo de recuperação é relativamente curto e o paciente
pode retornar às atividades habituais em poucos dias, sendo necessários
cuidados básicos como evitar o contato com água do mar ou piscina, não levar a
mão aos olhos e fazer o uso adequado dos colírios indicados para o
pós-cirúrgico.
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