Vista como peça-chave para recolocação profissional e desenvolvimento pessoal, a criatividade pode ser desenvolvida ao longo da vida. Entenda.
Uma das principais habilidades humanas que nos separam dos animais
é a criatividade. A boa notícia é que ela pode ser exercitada e adquirida com o
passar dos anos.
Na prática, um cérebro criativo possui uma grande capacidade não
apenas de pensar, mas, sobretudo, de conectar ideias entre muitas regiões do
cérebro.
“O que acontece no cérebro em um processo criativo? Uma grande
bagunça de conversas entrecruzadas entre muitas áreas neuronais. Quanto
mais interconectado o cérebro, melhor o efeito de modificar, desmontar e montar
de novo tudo que é visto”, explicou a neurocientista do Supera – Ginastica para
o cérebro, Livia Ciacci.
Eu, mais criativo?
Diferentemente do que se pensa, a criatividade aguçada não é um
privilégio de crianças e adolescentes e está implícita em nosso dia a dia.
Se você se imaginou mais criativo ao ler esse texto, logo, você é
capaz de ser mais criativo, porque a criatividade está diretamente ligada a
capacidade de imaginar.
E o que separa um adulto de uma criança criativa? As crianças são
tidas como portadoras da criatividade mais natural e autêntica, porque estão
motivadas ao máximo pela sua curiosidade sobre o mundo e não tem medo de usar
sua imaginação para interpretar tudo à sua volta.
Novidade, variedade e grau de desafio crescente
Podemos pensar o desenvolvimento da criatividade – e
consecutivamente resolução de problemas, um pensamento inovador e disruptivo,
como um cérebro que se coloca em constante rota de novidade, variedade e grau
de desafio crescente.
“O cérebro se torna criativo ao máximo quando troca a segurança
pela surpresa, a rotina pelo desconhecido, o que implica em risco. É impossível
criar algo original tendo certeza do seu resultado. Essa tolerância ao risco e
predisposição de aprender com os erros são essenciais e podem ser
desenvolvidos. Alimentar o cérebro de referências e repertórios variados e usar
a imaginação para combinar tudo de todos os jeitos possíveis é uma receita
válida”, detalhou Livia Ciacci, neurocientista do Supera – Ginástica para o
cérebro.
O treino cognitivo para ter mais criatividade
Mesmo conforme envelhecemos, o pensamento flexível treinado
estimula a plasticidade e criação de novas rotas. O passado e as
experiências sendo consideradas como repertório de combinações, a ousadia de
imaginar muitos cenários e assumir os riscos dos testes fracassados, porém
cheios de aprendizados.
“Evitar a repetição é o que fazemos desde que nos entendemos como
sociedade, seres humanos buscam novidades. Mas há o equilíbrio, porque não
queremos viver num loop infinito de dias e coisas iguais, mas também não
queremos acordar e ver que todos os softwares do computador estão funcionando
diferente - há um meio termo entre reconhecer e desvendar”, lembrou Livia.
Neste sentido, a ginástica para o cérebro contribui diretamente em
dois pontos:
· Melhora o
desempenho das operações básicas de atenção, memória e raciocínio lógico -
essenciais na hora de reter informações ou fazer combinações mentais de novas
possibilidades;
· Trabalhar a
metacognição, ou seja: a capacidade de ter consciência dos próprios processos
mentais - essencial para compreender os passos que levam ao desenvolvimento de
uma ideia genial ou resistir a tentação de desistir na primeira dificuldade;
Como quase tudo na vida, a criatividade também pode ser
construída, e requer paciência. Confira 6 dicas para melhorar essa
característica hoje:
· Um bom hábito é
não se satisfazer com a primeira ideia, pois a primeira resposta do cérebro
será sempre a mais fácil e mais comum. Se precisa de uma solução criativa, se
esforce para arrancar das suas redes neurais o máximo de combinações possíveis
- o volume aqui é muito importante!
· Tentar criar uma
possibilidade alternativa para tudo à sua volta pode ser divertido e estimula a
flexibilidade mental;
· Seja curioso. Ás
vezes a combinação ideal para resolver um problema de informática pode vir de
uma situação inusitada;
· Passe um tempo
sozinho, focado no tema que quer desenvolver. Estudo é vital;
· Pense muito,
assuma a postura de iniciante, como se fosse uma criança vendo o assunto pela
primeira vez;
· Converse
sobre sua ideia, o lado social é importante para o cérebro e o ponto de vista diferente
pode te fazer enxergar outras possibilidades.
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