Estudos são preliminares e apontam melhora no sistema imunológico
Com a chegada do
outono, as doenças respiratórias alcançam um pico que segue em alta até junho,
momento em que o clima e o ar estão mais secos. Os vírus respiratórios, que
causam infecções das vias aéreas superiores - gripes e resfriados, pneumonias,
crises de asma e bronquite, estão circulando com mais frequência no período.
Segundo pesquisa da Universidade de Ciências Médicas de Teerã, publicada em
2018, um acúmulo de evidências sugere que o sistema endocanabinóide, através de
receptores presentes no organismo (especificamente o tipo 2 - CB2) que se ligam
nas substâncias presentes na cannabis (fitocanabinóides), desempenha um papel
significativo na melhora de infecções respiratórias virais.
"A ação dos
fitocanabinóides nesses receptores do sistema respiratório se mostra eficaz,
podendo ser uma alternativa com menos efeitos colaterais no tratamento de
doenças respiratórias. Vale ressaltar que cada paciente tem uma necessidade
específica, sendo importantíssima a individualização do tratamento",
comenta Dra. Maria Teresa Jacob, médica que trabalha com a cannabis medicinal
no alívio da dor crônica há alguns anos.
Um artigo do PubMed
Central também aponta o uso do canabidiol (CBD), uma das substâncias presentes
na cannabis, como um relevante anti-inflamatório nesses casos. A mesma pesquisa
indica que o canabinóide pode fornecer mais benefícios neuroprotetores do que
as vitaminas C e E, além de contribuir com a imunidade. A interação do CBD nos
receptores endocanabinóides do organismo estimula o sistema imunológico,
trazendo ainda outros alívios, como melhora na qualidade do sono e alívio de
dores.
Em tempos de
coronavírus, em que as taxas de ocupação dos hospitais estão elevadas, a
cannabis medicinal tem sido cada vez mais explorada e pesquisada para auxiliar
no tratamento de diversas patologias. "Ainda não existem muitos estudos em
humanos devido aos anos de criminalização da planta, como a maioria das
publicações científicas destacam. Com a mudança de classificação da cannabis na
reunião da ONU em dezembro de 2020, reconhecendo o valor medicamentoso dela,
mais pesquisas serão realizadas em humanos, reforçando inúmeras pesquisas
realizadas in vitro e in vivo em estudos animais, que indicam o uso da cannabis
inclusive para melhorar a imunidade", finaliza Dra. Maria Teresa.
Dra. Maria Teresa Jacob -
Atua no tratamento de Dor Crônica desde 1992 e
há alguns anos em Medicina Canabinóide para diversas patologias em sua clínica
localizada em Campinas. Dra. Maria Teresa Jacob é formada pela Faculdade de
Medicina de Jundiaí, turma de 1982, com residência médica em Anestesiologia no
Instituto Penido Burnier e Centro Médico de Campinas. Pós-graduanda em
Endocanabinologia, Cannabis e Cannabinoides pela Universidade de Rosário,
Argentina. Possui Título de Especialista em Anestesiologia, Acupuntura e Dor.
Além de especialização em Dor, na Clinique de la Toussaint em Strassbourgo, na
França, em 1992; especialização em Cannabis Medicinal e Saúde, na Universidade
do Colorado e Cannabis Medicinal, no Uruguai. Membro da Sociedade Internacional
para Estudo da Dor (IASP), da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED),
da Sociedade Internacional de Dor Musculoesquelética (IMS), da Sociedade
Européia de Dor (EFIC), da Society of Cannabis Clinicians (SCC) e da
International Association for Canabinoid Medicines (IACM).
BEM - Medicina Canábica e Bem Estar
Nenhum comentário:
Postar um comentário