Doenças como obesidade, diabetes e problemas ósseos podem ser reduzidos quando há a prática regular de exercícios físicos
Hoje, 1º de outubro, é comemorado o Dia
do Idoso. A data vem para lembrar os cuidados com a saúde na terceira idade,
cuidados que precisam de mais atenção em período de pandemia, com o isolamento
e o distanciamento social. O profissional de educação física e especialista em
treinamento físico aplicado à saúde e alto rendimento, da Bodytech Brasília,
Robson Silva, comenta que os níveis de sedentarismo aumentaram consideravelmente
desde o começo da pandemia.
Ele aponta que apesar do novo Coronavírus, o sedentarismo também é uma
pandemia, que mata anualmente milhões de pessoas em todo o mundo. "A
obesidade e inatividade física aumentam os riscos para doenças crônicas não
transmissíveis (hipertensão arterial, acidente vascular cerebral, infarto do
miocárdio, câncer, doenças respiratórias crônicas e diabetes). Elas também são
responsáveis por um quadro de Covid-19 mais grave", destaca Silva.
O especialista afirma que é com a realização do exercício físico que se
melhoram as capacidades físicas que são essenciais para a obtenção e manutenção
da saúde. Além disso, a ciência já verificou que indivíduos ativos têm menor
chance de um desfecho de morte por COVID-19 e que o exercício físico quando
realizado na intensidade adequada pode melhorar a resposta do sistema
imunológico, com a publicação de diversas evidências científicas que defendem a
prática de exercícios físicos durante a pandemia.
A prática de atividade física nessa fase da vida, é importante porque promove a
saúde biopsicossocial. Segundo o profissional, a nível fisiológico, a atividade
aumenta capacidades físicas como a força muscular e aptidão
cardiorrespiratória, que retardam o processo de envelhecimento e tornam o idoso
mais independente para a realização de atividades de vida diária. Além de
prevenir e tratar doenças como diabetes e hipertensão arterial porque tem a
capacidade de controlar os níveis glicêmicos e de pressão arterial.
No contexto psicológico, há o aumento do fluxo sanguíneo e aporte de oxigênio,
melhorando o raciocínio, prevenindo e tratando doenças neurodegenerativas como
o Alzheimer e Parkinson. E nos âmbitos afetivo e social, aumentam a atividade
de neurotransmissores como dopamina, endorfina, serotonina, que reduzem os
efeitos do estresse e alterações de humor, melhorando as relações pessoais, a
autoestima e o convívio social e consequentemente diminui os níveis de
ansiedade e os casos de depressão. "Em resumo, a atividade física é crucial
para o bem-estar do idoso, atuando como prevenção e o fortalecendo para o
tratamento de doenças, além de muitos outros benefícios", conclui.
Saúde óssea
Henrique Mansur, médico ortopedista e especialista em cirurgia de pé e
tornozelo, alerta para os cuidados com a saúde óssea do idoso. Para ele, é
importante conscientizar a população do risco de quedas e as formas de
prevenção, uma vez que as consequentes lesões resultantes, principalmente as
fraturas, constituem um problema de saúde pública e de grande impacto social.
"Alguns estudos indicam que 30% a
60% da população com mais de 65 anos caem anualmente, acarretando lesões em 40
a 60% dos casos", alerta. "Nas pessoas com osteoporose, o risco de
lesões graves como fraturas do punho e fêmur fica ainda mais elevado, sendo
essencial a prevenção delas", acrescenta. Conforme o médico, além disso,
mesmo após uma queda sem lesões importantes, é muito comum o idoso perder a
confiança na capacidade de caminhar com segurança, causando declínio funcional,
depressão, baixa autoestima e isolamento social.
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