A volta às aulas presenciais depois de tantos meses em casa com certeza precisará de certa preparação vinda dos professores. Alunos estudando durante tanto tempo à distância, alguns de maneira correta e outros nem tanto, aprendem de forma diferente e o desnivelamento quando voltam à escola é inevitável.
Ao falar nessa volta
e no desnivelamento muitas questões estão envolvidas. Para a Dra Thais Faria, o
acesso à tecnologia é algo que precisa ser lembrado. "Algumas crianças não
têm acesso nenhum, o que dificultou muito o aprendizado durante todo esse
tempo. Além disso, o apoio familiar também deve ser considerado. Existem
famílias envolvidas no processo e ajudam muito esses alunos, porém também
existem as que não ajudam, o que dificulta ainda mais quando esse aluno volta
para a escola", explica.
Em pesquisa
divulgada recentemente pelo The New York Times, países como Estados Unidos e
Canadá já têm dados sobre o assunto. Algumas pesquisas apontam para a falta de
professores e a evasão dos profissionais depois nessa volta às salas de aula.
Professores estressados e despreparados são o cenário em muitos países, não é
uma coisa que acontece somente no Brasil.
De acordo com a
neurocientista, toda responsabilidade desse desnivelamento e a parte
socioemocional desses alunos voltam para os professores. "Tudo foi
colocado em seus ombros e cabe a eles então administrar para garantir ensino de
qualidade para todos. Atividades inclusivas e pensadas para cada necessidade
podem ser aliadas nesse processo", destaca Thais.
Durante esse tempo
de isolamento muitos alunos criaram dificuldade na parte social, um grande
problema que requer também um gerenciamento do professor. Segundo Thais, fora
do ambiente escolar os alunos perderam o convívio social, o que influenciou
diretamente em seus comportamentos. "Eles ficaram muito tempo no ensino
online e fora do seu ambiente social, o que gerou uma dificuldade enorme no
convívio. Nesse sentido, é necessário um suporte da escola para ajudá-los a
fechar essas lacunas que levam à dificuldades no convívio e principalmente no
aprendizado. Acredito que a única maneira de fechar essa lacuna seja entender
onde está esse aluno, em termos de currículo educacional, e onde ele precisa
chegar", afirma.
Thais explica que
esse desnivelamento precisa ser resolvido ainda com os professores. Nesse
sentido, a escola deve colaborar criando elementos que ajudem esses
profissionais nesse desafio tão novo para todos. "É a escola quem deve
balancear esse lado acadêmico e o socioemocional dos alunos. Os professores
precisam dessa colaboração da instituição para terem tempo de preparação de
planejamentos para cada dificuldade dos seus alunos. É necessário tempo de
observação para não se trabalhar com achismos. Os alunos precisam de atividades
pensadas de acordo com suas necessidades, para que haja estímulo de aprendizado
diante das dificuldades que cada um deles apresenta", concluiu a
neurocientista.
Dra
Thais Faria - neurocientista,
mestre em educação e pós doutoranda em Neurociência Educacional. Em sua
especialização, Thaís adaptou a metodologia da neurociência da medicina para a
educação. Professora Ensino Superior e diretora do Instituto Thais Faria
Coelho, já formou mais de 30 turmas em seu curso de pós-graduação. https://instagram.com/thaisneurociencia?utm_medium=copy_link
Boa tarde!!
ResponderExcluirÉ preciso mesmo nos preocuparmos com a saúde mental, neste monento. Excelente parabéns professora Thaís.