Cerca de 48 mil brasileiros já foram detidos este ano. Crise na fronteira pressiona Biden
De acordo
com informações da Polícia Federal, o Departamento de Segurança interna dos
Estados Unidos (DHS) vai aumentar a frequência de voos que trazem cidadãos
brasileiros deportados de volta ao país. A partir de outubro, a quantidade de
aeronaves que desembarcam trazendo brasileiros passará de 1 para 2 ou até 3 por
semana.
A
“pressa” em deportar os brasileiros em situação irregular faz parte de um
grande esforço das autoridades americanas em contornar o problema causado pela
quantidade recorde de pessoas que já entraram ou que ainda estão tentando
entrar ilegalmente nos EUA. De acordo com o CBP, agência responsável pelo
patrulhamento nas fronteiras, aproximadamente 1 milhão e 400 mil pessoas já
foram detidas nesta situação desde janeiro.
Ainda de
acordo com o CBP, cerca de 48 mil brasileiros já foram detidos este ano. Um
número bem maior do que o registrado em 2020, que registrou “apenas” 9 mil
prisões.
“Apesar
do alto número, o Brasil ocupa apenas o vigésimo-terceiro lugar na lista de
países que mais “enviam” imigrantes ilegais para os Estados Unidos. Muito pelo
contrário, nos últimos 10 anos temos visto cada vez mais brasileiros
qualificados que conseguem green cards para morar e trabalhar na América.
Infelizmente, muitas dessas pessoas que estão sendo presas e deportadas nem
imaginam que elas poderiam estar qualificadas para receber um visto de
imigrante e terem entrado nos EUA pela porta da frente, de maneira legal” –
afirmou Felipe Alexandre, advogado brasileiro/americano de imigração com
experiência em processos de green card, deportação e asilo.
A
intenção de aumentar a quantidade de voos trazendo brasileiros deportados
acontece na mesma semana em que 30 crianças brasileiras foram deportadas para o
Haiti, e em que um caminhão trazendo pessoas indocumentadas, incluindo muitos
brasileiros, foi apreendido pela Imigração americana, no Texas. Na semana
passada, também ganhou destaque a morte da brasileira Lenilda Oliveira dos
Santos, que faleceu tentando cruzar a fronteira do Novo México para chegar aos
EUA.
O tema
imigração continua sendo a principal “dor de cabeça” do governo de Joe Biden.
Desde que assumiu no começo do ano, o mandatário americano vem lidando com
crises na fronteira dos Estados Unidos com o México, onde concentra-se um a
quantidade nunca antes vista de pessoas tentando entrar ilegalmente no país em
busca de asilo, refúgio ou simplesmente de uma vida melhor. Além disso, ao que
tudo indica, Biden não conseguirá, pelo menos este ano, convencer o Congresso
americano a aprovar sua reforma imigratória, antiga promessa de campanha do
democrata.
Houve um
otimismo exagerado por parte de muitos estrangeiros que acreditaram que, com a
chegada de Biden ao poder, os EUA iriam imediatamente acolher todos os
necessitados que chegassem ao país pela fronteira. Infelizmente, a quantidade
de pessoas que tentam entrar ilegalmente é muito maior do que as autoridades
podem lidar, e não existem centros de detenção ou abrigos para manter todas
estas pessoas enquanto aguardam seus julgamentos na corte americana. Por isso
apressam-se as deportações – Comentou novamente Felipe
Alexandre
Alvo de
críticas dentro e fora dos EUA, Biden recebeu esta semana sua pior avaliação de
desempenho, com 47% dos americanos reprovando as decisões de seu governo,
especialmente no episódio de retirada das tropas militares do Afeganistão e
pela maneira como vem sendo conduzidas as deportações de imigrantes, sobretudo
de haitianos. Estima-se que cerca de 14 mil pessoas provenientes do Haiti
entraram recentemente nos EUA buscando asilo, uma vez que o Haiti passa por
grande crise política e humanitária. A situação dos haitianos, entretanto, não
sensibilizou as autoridades americanas, e todos eles devem ser retornados ao
Haiti nas próximas 2 semanas.
“A
deportação dos haitianos é extremamente triste, e acredito que deveria haver
uma tolerância maior para com estas pessoas que estão vindo de um país
devastado. As leis americanas de imigração inclusive preveem a possibilidade de
asilo em situações como essa. Ainda tenho esperança que o governo possa rever e
voltar atrás nesta decisão de deportar os haitianos” –
comentou Felipe Alexandre, que também é proprietário da AG Immigration,
escritório americano especializado em imigração.
AG Immigration
Dr. Felipe Alexandre
- advogado americano/brasileiro de imigração e fundador da AG Immigration: Ele é considerado há vários
anos pelo "American Institute of Legal Counsel" como um dos 10
melhores advogados de imigração de NY e referência sobre vistos e green cards
para os EUA.
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