O fotógrafo Lineker Pires elenca efeitos, edições e poses consideradas bregas e cafonas pelas atuais gerações
Se você
navega constantemente na internet, é difícil não ter se deparado com a
expressão “cringe” nos últimos dias. Nas redes sociais, o assunto tem gerado
memes, testes e até reflexões sobre os conflitos entre gerações.
"Cringe"
é o termo usado pela geração Z (nascidos entre 1996 e 2010) para descrever
atitudes cafonas e bregas dos millennials (nascidos entre 1980 e 1995). A
gíria, que também é usada como sinônimo para “vergonha alheia” ou “constrangedor”,
caiu na graça dos usuários com mais de 25 anos, ao descobrirem que tomar café,
vestir calça skinny e sapatilhas, gostar de Harry Potter e Friends, é algo
considerado fora de moda pelos mais novos.
O que muita
gente não sabe é que o mundo da fotografia também conta com vários elementos
vistos como “cringe”, seja pela geração Z, seja pelos profissionais da área. O
fotógrafo internacional Lineker Pires elenca cinco desses hábitos, que envolvem
edições, poses e efeitos ultrapassados. Acompanhe!
Usar
filtro de Instagram
“Com vários
apps acessíveis e de uso intuitivo, é praticamente indefensável continuar
aplicando os filtros de Instagram em suas imagens, além de deixarem todas elas
muito iguais umas às outras”, aponta Lineker. “Entre os meus aplicativos
favoritos para essa finalidade, estão o AirBrush, RNI Filmes, Prequel e VSCO.”
Lineker
afirma que os presets exagerados também estão cafonas atualmente. "As
fotos ficam muito pesadas, com cores fora da realidade. Aposte mais naquela
foto clean, com luz natural.”
Abusar do
Photoshop
Já se foi o
tempo em que era cool editar as fotos com efeitos artificiais, como se fazia
com o uso do Photoshop. Hoje em dia, a tendência é a naturalidade. Defendo a
edição, mas uma que foca em correção de cor. Hoje em dia, o bonito é ser
natural”, afirma.
Alterar o
corpo na edição
A
naturalidade também envolve aceitar a beleza singular de cada rosto e corpo.
Dessa forma, as edições que afinam a cintura, braços e pernas, retiram a
expressão facial e te tornam praticamente irreconhecível não são bem vistas.
“Além da foto
apresentar um aspecto fake, já que acaba deformando o fundo, por exemplo, isso
também é importante para a autoestima da pessoa. Utilizar em alguns detalhes
mínimos até vai, mas não abuse. Todos nós temos gordurinhas localizadas, isso é
normal.”
Fazer
poses forçadas
Assim como as
edições forçadas, as poses também são encaradas como cafonas. “Biquinho,
careta, dedo de vitória, língua para fora, pose de maloqueira, dedo do meio,
posso listar várias”, brinca o fotógrafo. “Isso se deve ao fato de que as
poses, de modo geral, são datadas e vão contra a proposta leve que as imagens
pedem atualmente”, aponta.
Efeitos de
gosto duvidoso
Alguns
efeitos específicos, segundo Lineker, são tidos como antiquados há muitos anos.
Mesmo assim, há pessoas que ainda apostam nessas opções. “Menos é mais sempre,
ainda mais na fotografia. Fuja da alta saturação, halos de luz, olhos
incandescentes, vinhetas, bordas desenhadas, cores seletivas e detalhes em
neon. Vários desses efeitos de gosto duvidoso são símbolo dos anos 90, quando a
era dos computadores havia começado”, completa.
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