É cada vez mais comum querer momentos íntimos, de prazer, mas sem a responsabilidade do compromisso de uma relação formal. Uma vantagem da amizade colorida é justamente aliar a satisfação sexual/íntima à independência, à liberdade. Outra vantagem é fazer isso com alguém que você tenha não só atração, mas também afeto, parceria e o mesmo objetivo que você: uma relação aberta, sem compromisso e cobranças.
Apesar
de cada relacionamento ser único, assim como as regras que o envolvem, há
alguns parâmetros que devem ser levados em conta para que a relação se mantenha
leve e saudável:
Alinhe
expectativas e evite cobranças
O
que vocês realmente esperam deste relacionamento? Afinal, a definição da
amizade colorida é justamente a relação íntima/sexual descompromissada entre
dois amigos. Ou seja, não há espaço para cobrar que o outro não ligou, sumiu ou
viajou sem avisar. Muito menos sentir ciúme, fazer interrogatório e stalkear.
Tudo isso é coisa de casal, algo que vocês não são. Portanto, quanto mais claro
estiver para vocês o que significa a relação, maior a chance de fluir da forma
como desejam.
Proteção
no sexo, sempre
O
velho discurso “a gente já se conhece faz tempo” não cola mais. Quem tem acesso
à informação sabe perfeitamente que, em hipótese alguma, não dá para ter
relação sexual sem preservativo (se puder incluir anticoncepcional no pacote de
cuidados, melhor ainda). No caso da amizade colorida é ainda mais perigoso, já
que o sexo não é exclusividade entre vocês dois. Imagine contrair uma doença
sexualmente transmissível ou engravidar do seu amigo?
Cuide
da amizade
Ambos
nunca devem esquecer que, antes do sexo entrar em cena, já existia uma parceria
de confiança, lealdade e cumplicidade. Entender os limites e saber separar os
dois tipos de relacionamento é difícil, mas fundamental. Lembre-se que atração
física tem prazo de validade e o sexo entre vocês pode acabar murchando. Por
isso, se a amizade realmente for importante para você, não hesite em optar por
ela.
E
se o sentimento mudar?
Não é novidade que não mandamos no coração. Com o tempo, pode acontecer de um dos dois acabar se apaixonando. Afinal, já existe uma relação de amizade, carinho e admiração. Aliando tudo isso a uma química sexual maravilhosa, a chance de essa relação duradoura se transformar em algo a mais para um dos dois é enorme. Se for mútuo, ótimo. É bem provável que a amizade vire namoro.
O problema é
quando o sentimento não é recíproco. Daí, cabe aos dois ter uma conversa
sincera, aberta e tentar decidir o que fazer, para que a relação, antes tão
gostosa e divertida, não se transforme num poço de mágoa e tristeza. Para o que
se apaixonou, certamente será mais difícil lidar com esse novo e inesperado
sentimento. O outro lado terá a árdua missão de amenizar seu sofrimento, o que
nem sempre será possível. Pode ser que a amizade acabe. Pode ser que continue,
só que nunca mais será a mesma. Enfim, esse é um potencial risco da amizade
colorida. E os dois precisam ter consciência, desde o início, que isso é
previsível.
Adriane Branco - psicóloga especialista
em Sexualidade Humana pela USP, em Terapia Cognitivo-Comportamental pelo Centro
Psicológico de Controle do Stress (CPCS) e pesquisadora do Centro de Estudos e
Pesquisas em Comportamento e Sexualidade (CEPCOS)
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