Estudo da SBVC mostra que adaptação dos consumidores a novas formas de pagamento digital rompe a tradicional cultura de uso de meios físicos, como dinheiro e cartões
Os pagamentos móveis
via app e outros meios de pagamento low touch vêm apresentando uma grande
expansão. De acordo com a terceira edição do estudo “Panorama dos meios de pagamento
no varejo brasileiro”, desenvolvido pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) em
parceria com o Instituto Qualibest, responsável
pela programação na ferramenta e coleta através de painel próprio, a adoção de
meios de pagamento como apps e carteiras digitais foi acelerado pela pandemia:
62% das empresas entrevistadas fizeram alguma mudança em sua estratégia de
meios de pagamento nos últimos 12 meses para lidar com os efeitos da Covid-19.
Carteiras digitais,
implantação de novos meios de pagamento como o Pix e parcerias com empresas de cashback
são as principais respostas do varejo para lidar com os efeitos do coronavírus.
“O uso mais intenso de meios de pagamento digitais é positivo para a economia,
pois aumenta a formalização do mercado e torna mais fácil alcançar a população
desbancarizada”, analisa Eduardo Terra, presidente da SBVC.
Para ele, carteiras
digitais e pagamentos via app não são mais uma tendência, e sim uma realidade.
“Não é exagero dizer que, durante a pandemia, avançamos anos em questão de
meses. A Covid-19 acelerou a transformação digital do varejo e a adoção de
novos hábitos pelos consumidores”, afirma Terra.
O estudo faz uma
radiografia dos principais meios de pagamento que são utilizados por
consumidores e empresas do setor, mostrando que os meios digitais ganharam
espaço nos últimos anos. 36% dos consumidores costumam utilizar PIX no
pagamento de compras online, e 55% das empresas varejistas oferecem a solução
como forma de pagamento. Atualmente, 22% dos consumidores realizam pagamentos
via aplicativo, índice que era de apenas 4% em 2018. A opção de pagamento móvel
é oferecida por 54% das empresas, conta 13% há três anos.
A pandemia também
provocou uma aceleração no uso de meios alternativos, como o cashback,
hoje utilizado por 45% dos consumidores. Cupons de descontos e programas de
fidelidade também cresceram em relação às edições anteriores do estudo (para
43% e 29%, respectivamente). Por outro lado, 23% dos entrevistados dizem não
usar nenhum desses meios de pagamento. “Existe uma grande oportunidade para o
varejo se fazer mais presente na vida dos clientes, oferecendo conveniência e
vantagens financeiras como forma de criar um relacionamento mais sólido com
seus consumidores”, comenta o presidente da SBVC.
O estudo mostra que o
tipo de pagamento utilizado pelos clientes varia conforme o tipo de compra e
produto: nas lojas físicas, normalmente bens duráveis são pagos com cartão de
crédito (muitas vezes parcelado), enquanto para as compras de consumo imediato
o pagamento é realizado com cartão de débito ou dinheiro.
Para as compras online,
o cartão de crédito é o principal meio, independentemente do tipo de produto
adquirido. “A relevância do meio de pagamento é muito mais cultural do que
tecnológica, e a sua evolução depende do comportamento dos consumidores e de
sua aceitação de meios de pagamento mais convenientes, integrados ao smartphone
ou a wearables”, completa Terra.
Metodologia
O estudo ouviu os mais
importantes segmentos do varejo nacional, entre eles Eletromóveis, Moda,
Calçados, Supermercados, Drogarias e Perfumarias, Lojas de departamento e
Foodservice, em uma amostra composta em sua maioria por grandes varejistas, com
faturamento acima de R$ 1 bilhão anual. Também foram entrevistados 654
consumidores em todo o País, dos quais 86% compram online e 16% realizaram suas
primeiras compras durante o período de isolamento social.
O estudo está
disponível no site da SBVC: http://sbvc.com.br/estudo-3-edicao-panorama-dos-meios-de-pagamento-no-varejo-brasileiro/
SBVC – Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo
Instituto Qualibest
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