Quadros de
doenças respiratórias são mais comuns durante o período seco e frio que se
estende de maio a outubro. Semelhanças de sintomas com a Covid-19 exigem
atenção e cuidados redobrados
Maio já é conhecido pelos goianos como o período
de início do tempo seco e frio durante a noite. De acordo com informações do
Climatempo, a expectativa é de que as menores taxas de umidade do ar fiquem
entre 20% e 25% até o final do mês de maio. Essa situação agrava uma série de
problemas respiratórios, como rinite e asma, levando pacientes a terem mais
cuidado com a saúde nesta época, que pode se estender até outubro.
De acordo com a pneumologista Fernanda Miranda de
Oliveira, que possui um consultório no Órion Complex, em Goiânia, a baixa
umidade do ar funciona como um agressor das vias aéreas, já que uma das funções
do nariz é umedecer o ar inspirado. “Com o ar inspirado seco, o nariz não
consegue umidificá-lo adequadamente e ele chega aos pulmões sem a umidade
necessária, o que pode causar danos aos bronquios”, explica a pneumologista.
Ela ainda destaca que as pessoas portadoras de
doenças respiratórias crônicas, como a asma, doença pulmonar obstrutiva crônica
(DPOC) e rinossinusites, costumam ter uma piora no quadro clínico durante esses
períodos do ano em que as temperaturas ficam mais baixas e o ar mais seco. Ela
destaca que esses fatores podem prejudicar ainda mais o funcionamento do
aparelho respiratório. De acordo com o Centro de Previsão de Tempo e Estudos
Climáticos (CPTEC), a previsão é de que as temperaturas alcancem uma mínima de
13ºC no dia 25 de maio.
Para superar esse tempo seco e frio pelas manhãs
característico dos meses de maio a outubro, Oliveira detalha que algumas
medidas simples podem ser adotadas para melhorar a qualidade de vida e não
sofrer com problemas respiratórios. “A pessoa deve se manter bem hidratada, não
tomar banhos muito quentes, usar soro fisiológico nas narinas e não realizar
atividades ao ar livre entre 10h e 16 horas nos dias em que a umidade estiver
abaixo de 30%”, orienta.
Pandemia
Diante do cenário de pandemia, os cuidados devem
ser ainda mais redobrados. De acordo com a pneumologista, qualquer síndrome
gripal e infecciosa deve ser avaliada para se descartar uma hipótese de
Covid-19. “Caso o indivíduo apresente febre, dores de cabeça e pelo corpo,
alteração do olfato e/ou paladar, tosse seca e cansaço, apesar de serem
sintomas comuns a outras doenças, é necessário avaliar se se trata de Covid”,
alerta.
“Um dado que fala contra a hipótese do indivíduo
estar com Covid é quando a tosse tem secreção amarelada ou o peito chia. Esses
sintomas são mais comuns nas infecções bacterianas”, destaca a pneumologista,
que ainda aconselha sempre buscar acompanhamento médico.
Fernanda
Miranda de Oliveira – Pneumologista
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