Aumento está
relacionado, principalmente, às cirurgias eletivas canceladas que se tornaram
de urgência e emergência
O número de cirurgias e procedimentos de urgência e
emergência no primeiro trimestre deste ano foi 46% maior em relação ao primeiro
trimestre do ano passado em nove hospitais de Campinas, Valinhos e Vinhedo. O
aumento se deve ao agravamento de casos de pacientes que tiveram cirurgias
eletivas canceladas por causa da pandemia e acabaram se transformando em de
urgência e emergência e também a um maior número de procedimentos relacionados
à Covid-19, como traqueostomia, drenagem pleural e intervenções torácicas.
“Desde o início da pandemia, hospitais de todo o
país tiveram de cancelar ou adiar as cirurgias eletivas para priorizar o
atendimento aos pacientes com Covid-19. Aqui na nossa região, não foi
diferente. Em alguns meses, quando os casos baixaram, conseguimos voltar a
fazer este tipo de procedimento dentro de uma certa normalidade, mas no
primeiro trimestre deste ano, ficou impossível. Todos os esforços, obviamente,
foram direcionados para atendimentos de Covid-19”, explica o cirurgião geral e
de urgência e emergência, Bruno Pereira, CEO do Grupo Surgical, responsável
pelo levantamento. “De janeiro para cá, só conseguimos realizar, de maneira
eletiva, as cirurgias oncológicas. Esse novo contexto teve vários reflexos, e
um deles foi o aumento dos casos de urgência e emergência que eram eletivos,
mas, por causa da demora na realização da cirurgia, se agravaram”, afirma.
Entre as cirurgias de urgência e emergência mais
realizadas no primeiro trimestre deste ano, estão a colectomia (retirada total
ou de parte do cólon), que teve um aumento de 72,7% em relação ao mesmo período
do ano passado; e a colecistectomia (retirada da vesícula biliar), com um
aumento de 26,4%. “Sempre que possível, tentamos realizar as cirurgias de forma
eletiva para que os casos não se agravem, já que cirurgias de urgência e
emergência costumam ter mais riscos. Mas, infelizmente, não foi possível manter
essa rotina durante a pandemia, já que o atendimento a pacientes com covid-19
cresceu demais, inclusive obrigando muitos hospitais a fecharem as portas dos
prontos-socorros”, comenta. “As outras doenças continuam acontecendo
paralelamente à pandemia. Por isso, é tão importante ser cuidadoso neste
momento e evitar doenças que possam ser prevenidas porque as outras, que não
podemos prevenir, não param e podem ficar sem atendimento adequado”, orienta
Pereira.
Procedimentos relacionados à Covid
A gravidade da pandemia e dos casos também fez
disparar o número de procedimentos cirúrgicos nesses pacientes, como as
traqueostomias e as drenagens torácicas. Dados do Grupo Surgical, também
relacionados a nove hospitais de Campinas, Valinhos, apontam que de janeiro a
março deste ano, o número de traqueostomias aumentou 175% em relação ao mesmo
período do ano passado, enquanto o de drenagem torácica quintuplicou e, até o
dia 18 de abril, já era igual ao total registrado durante todo o ano de 2020.
Os dois procedimentos são utilizados em casos graves de Covid-19.
Grupo Surgical
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