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quinta-feira, 6 de maio de 2021

Mães revelam o que querem no seu dia: Saúde, vacina e abraço

Pesquisa realizada pela Behup, tema do webinar Arena de Ideias desta quinta-feira, comprova sobrecarga de tarefas das mulheres na pandemia impacta saúde mental


O trabalho doméstico e as responsabilidades com os filhos, que já eram grandes e desproporcionais, ficaram ainda maiores e desgastantes durante a pandemia, aumentando os riscos de problemas de saúde mental e exaustão nas mulheres. Foi o que apontou a pesquisa inédita realizada pela Behup, empresa de tecnologia e inteligência de dados, para identificar as mudanças e impactos causados após um ano de pandemia. Nas respostas, os maiores desejos apontados para o Dia das Mães são saúde, vacina e abraço.

O levantamento foi divulgado no webinar Arena de Ideias desta quinta-feira (6) e mostra que a Covid-19 colocou ainda mais pressão sobre as mulheres, que têm que dividir o seu tempo entre trabalho, tarefas domésticas e o cuidado com os filhos.

De acordo com a pesquisa, a pandemia causou um retrocesso de três décadas na participação da mulher no mercado de trabalho. Além disso, as mães relatam impacto na carreira, finanças e na saúde mental: 62% das mulheres têm medo de perder o emprego, 60,5% temem queda na renda e 56% relataram aumento do estresse. As mulheres também passaram a acumular novas tarefas durante a pandemia, como limpar a casa (73%) e cozinhar (64,7%).

"Para as mães está sendo reservado o papel tradicional de cuidadoras e para os homens, de provedores. A pesquisa mostra que quem realmente está segurando a onda durante a pandemia são as mulheres, que já dedicavam duas vezes mais tempo para as tarefas do que os homens. A essas multitarefas são somados o momento de dor, incerteza, insegurança e de muita doença", afirmou a jornalista e sócia-diretora da In Press Oficina, Patrícia Marins.

A partner da Behup, Cila Schulman, explica que está enraizada na sociedade essa falsa impressão de que a mulher consegue executar várias atividades ao mesmo tempo. O que, naturalmente, não é verdade. "Uma fake news que corre por aí é que a mulher é multitasking, que ela consegue fazer várias coisas ao mesmo tempo. Isso é mentira. É um jeito de nos passar mais tarefas. O cérebro do homem e da mulher são exatamente iguais nesse sentido. Reverter isso é com informação, ter essa consciência e educar nossos filhos para isso".

Para a consultora organizacional e coach executiva da Homero Reis - Relações Inteligentes, Thirza Reis, a sobrecarga de tarefas que tem deixado as mulheres estafadas pode causar gerar sérios prejuízos à saúde mental. "A pandemia tem evidenciado o quanto a gente ainda entende esse espaço doméstico como responsabilidade da mulher. A gente faz essas escolhas sem sequer perceber, não é algo racional. A gente vai no fluxo, quando vê já está com aquele bando de coisas na mão e nem cogitamos nos sentar com o parceiro e dizer que a vida mudou".


Homeschooling sob a responsabilidade das mães

As aulas on-line aumentaram ainda mais a sobrecarga das mulheres, que precisam auxiliar os filhos com as tarefas diárias e conexão com a internet. E acabam, muitas vezes, renunciando à carreira profissional. Segundo a pesquisa, 27% das mães acreditam que o fechamento das escolas impactou totalmente as finanças da família e 32% acreditam que o fechamento das escolas impactou totalmente a sua saúde mental.

"A pesquisa revela algumas questões bastante dramáticas sobre o homeschooling. Quando perguntamos sobre essa questão, 90% são mulheres e mães que respondem. Isso já demonstra como esse assunto está com as mães", explicou Cila Schulman.

Thirza Reis enfatiza que o acompanhamento das aulas on-line é apenas mais uma das inúmeras atividades incorporadas na rotina das mulheres durante a pandemia. "Estamos vivendo uma situação não de home office ou homeschooling, é de "home tudo". Não é que agora nós tornamos multitarefas, sempre fomos. É uma permeabilidade que leva a gente a uma sensação absoluta de exaustão".

A pesquisa questionou as mulheres sobre o significado do Dia das Mães. Pela segunda vez, a data será celebrada em plena pandemia. Apesar da distância e isolamento causados pela covid-19, as emoções para a data são positivas, e 82% das palavras emocionais utilizadas em discursos espontâneos são de motivação, felicidade, relaxamento e vaidade.

 

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