Maio: no mês dedicado às pessoas que são acometidas pela síndrome, que afeta mais de 4 milhões de brasileiros, o especialista Rafael Pontes Andreussi, da Cobra Reumatologia fala sobre como melhorar a qualidade de vida
São
mais de 4 milhões de brasileiros afetados e as mulheres entre 25 e 65 anos
representam as pessoas que mais são surpreendidas pelo diagnóstico, embora
pacientes mais jovens e idosos também possam manifestar a doença. No dia 12 de
maio, o Dia da Fibromialgia, o Brasil direciona sua atenção para quem sente
dor.
O
especialista Dr. Rafael
Pontes Andreussi, da Cobra
Reumatologia, fez um guia para quem sofre de Fibromialgia e
proporciona dicas importantes. A mais importante delas é “procure o médico
certo! Apenas um reumatologista pode diagnosticar e indicar o tratamento
adequado”. Alguns aspectos importantes:
Causas:
a fibromialgia
possui origem multifatorial e tanto fatores genéticos como ambientais estão
associadas à alteração da percepção de dor e desenvolvimento da doença. Estudos
mostram que genes relacionados aos neurotransmissores podem estar alterados e
passar de geração em geração, levando a maior sensibilidade à dor. Alguns
pacientes desenvolvem a doença após traumas físicos e emocionais, que também
contribuem para o agravamento dos sintomas da fibromialgia. Transtornos de humor,
como depressão e ansiedade, são frequentes e a avalição psicológica do paciente
é fundamental. Além disso, infecções virais e doenças autoimunes, como Artrite
Reumatoide e Lúpus Eritematoso Sistêmico, podem colaborar com o surgimento da
fibromialgia e devem ser investigadas e tratadas adequadamente.
Sintomas:
a doença
provoca dores musculares e articulares por todo o corpo, fadiga intensa e
sono não reparador, o que faz o paciente acordar cansado. Frequentemente é
acompanhada por dores de cabeça, prejuízo da cognição, como piora da memória e
dificuldade de concentração, e alterações do humor, principalmente tristeza e
irritabilidade. Alguns pacientes referem também dormência e formigamento
corporal, sensação de enrijecimento das articulações e cólicas abdominais.
Tratamento
e recomendações:
não há cura para a fibromialgia, mas uma abordagem multidisciplinar,
envolvendo tratamentos medicamentosos e não medicamentosos, é capaz de aliviar
os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. Entre os medicamentos
utilizados estão os analgésicos, relaxantes musculares, antidepressivos e
moduladores da dor, embora o principal tratamento da fibromialgia seja a
prática de exercícios físicos, principalmente aeróbicos, como caminhadas,
natação ou bicicleta. No início, o paciente com fibromialgia pode apresentar
acentuação das dores, mas o exercício deve ser sempre encorajado pelos seus
benefícios comprovados na melhora da dor crônica, do cansaço, do sono e humor.
Fisioterapia, acupuntura e terapias de movimento e meditação, como yoga, também
corroboram para o controle da dor. Já a abordagem psicológica com terapia
cognitiva-comportamental ajuda o paciente a aprender como enfrentar seus
sintomas e estudos apontam para a menor necessidade de medicações analgésicas pelos
adeptos desta modalidade.
Dieta:
uma alimentação
saudável é a base de uma boa saúde e pode, inclusive, contribuir para o
controle dos sintomas da fibromialgia. Dietas ricas em alimentos frescos,
integrais, com alto teor de fibras, proteínas e antioxidantes naturais e com
baixo teor de açúcar reduzem a sensibilidade à dor e garantem mais disposição
para o paciente realizar suas atividades cotidianas. Por outro lado, o consumo
exagerado de gorduras e carboidratos favorece o ganho de peso e o desenvolvimento
de doenças cardiovasculares, que comprometem a saúde de quem enfrenta a
fibromialgia. Reduzir a ingestão de alimentos industrializados que contenham
excitotoxinas, como o glutamato monossódico e aspartame, também pode auxiliar
no controle da dor e a restrição de alimentos ricos em FODMAPs (carboidratos de
difícil digestão e que sofrem fermentação no intestino, presentes em alimentos
como pães, laticínios e feijão) colabora para a melhora de cólicas e distensão
abdominal. Em algumas situações, restringir o consumo de cafeína e glúten
também pode ser benéfico para o alívio destes sintomas.
Dr. Rafael Pontes Andreussi - Graduado em Medicina pela Universidade
Federal da Grande Doutrados (UFGD), Rafael Pontes Andreussi tem residência em
Clínica Médica pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e em Reumatologia
pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC - FMUSP). Possui
Título de Especialista em Reumatologia pela Sociedade Brasileira de
Reumatologia e foi preceptor da Disciplina de Reumatologia do Hospital das
Clínicas (USP) entre 2019-2020. Atualmente faz Doutorado com ênfase em
Osteoporose no HC – FMUSP.
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