Em apenas dois meses de lançamento, o PIX já representava 30% das transferências entre bancos. Segundo dados do Banco Central, até janeiro, a modalidade realizou mais transações do que a TED, tornando-se um dos principais meios de transferência no Brasil. Com a popularidade, a ferramenta se tornou alvo de criminosos nos mais variados tipos de golpes.
Os
golpistas utilizam diversas abordagens, o que levou órgãos como o Banco Central
e o Procon-SP a promoverem campanhas para conscientizar os usuários. “Pela
velocidade com que as transações são realizadas, muitas vezes quando a pessoa
percebe já é tarde para cancelar a operação”, alertou o administrador
com foco em economia, banco digital e fintechs, Marcelo Pereira.
As
táticas para fisgar as vítimas são criativas: desde anúncios falsos em sites ou
redes sociais com produtos a preços extremamente atrativos, solicitação de
envio de dados pessoais por meio de links, mensagens de texto ou ligações
telefônicas, um “bug” em que seria possível receber um valor dobrado à
transferência realizada para chaves aleatórias e pedidos de empréstimos após
clonar ou utilizar a identidade de outras pessoas via WhatsApp são algumas das
abordagens utilizadas pelos criminosos.
Segundo
o especialista, é preciso desconfiar de ofertas tentadoras. “Desconfie
de preços muito abaixo do normal, jamais compartilhe seus dados com estranhos,
não clique em links suspeitos recebidos por SMS, WhatsApp, e-mail ou redes
sociais e não acredite em ‘bugs’ ou outras falhas que vão lhe dar dinheiro”,
afirma.
Com a popularidade e praticidade do PIX,
a variedade de golpes aumentou
Depositphotos |
Ele
lembra que os bancos e seus funcionários não ligam para fazer testes de PIX e
nem pedir informações pessoais. “Também confira sempre se você está realizando suas
transações via aplicativo ou canais oficiais das instituições”,
diz Pereira.
Antes
de realizar uma compra on-line, a dica é pesquisar a reputação do vendedor na
internet. “Existem sites especializados e entidades como o Procon que fazem
rankings de reclamação on-line. Verifique se ela existe e se o canal que você
está utilizando é oficial”, orienta o especialista.
Quanto
à clonagem de WhatsApp, em que os golpistas pedem dinheiro emprestado usando o
nome de amigos e parentes, o ideal é fazer contato com a pessoa por outro meio.
“Ligue para ela ou para alguém muito próximo e pergunte se o pedido é
verdadeiro”, diz.
O
mais importante, no entanto, é sempre checar todas as informações antes de
realizar qualquer transação. “Não informe seus dados fora do aplicativo ou canal
oficial e cheque todas as informações do recebedor antes de concluir sua
transferência. Lembre-se, todo cuidado é pouco quando se trata do seu dinheiro”,
aconselha.
Se
mesmo assim, a pessoa cair em um golpe, a recomendação é avisar a instituição
financeira. “É importante também fazer um boletim de ocorrência
para que a polícia tenha ciência do crime e possa trabalhar para que não atinja
ainda mais pessoas”, conclui Marcelo Pereira.
Dicas para não cair em golpes:
- Jamais compartilhe seus dados com estranhos ou fora de canais oficiais das
instituições financeiras
- Pesquise a reputação das lojas antes de fazer uma compra online
- Não clique em links suspeitos recebidos por SMS, WhatsApp, e-mail ou redes
sociais
- Confira os dados do recebedor antes de confirmar uma transação
- Não acredite em boatos que prometem dinheiro por meio de transferências
- Não empreste seu dinheiro sem confirmar, por outro meio que não seja o
WhatsApp, que é a própria pessoa quem realmente está pedindo
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