Doença é
a principal causa de cegueira reversível no mundo
Segundo
dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a catarata é responsável por cerca
de 51% dos casos de cegueira no mundo em pessoas com mais de 50 anos.
Como a idade é o principal fator de risco, o aumento da prevalência da doença
está relacionado diretamente com o envelhecimento populacional no Brasil e em
vários outros países. Com isso, a catarata se tornou um problema de saúde
pública em todo o mundo.
Segundo a oftalmologista Dra. Maria Beatriz Guerios, a catarata
afeta o cristalino, cuja principal função é fornecer nitidez à visão. “O
cristalino funciona como uma lente intraocular. Essa estrutura se localiza
atrás da pupila e permite a passagem de luz até a retina. Essa, por sua vez, é
composta de células nervosas que levam a imagem por meio do nervo óptico para
que o cérebro as interprete”.
“A catarata ocorre quando o cristalino se torna opaco. Com isso, a visão fica
embaçada. Na evolução do quadro, a luz não consegue chegar à retina, causando a
perda da visão”.
Lentes embaçadas
A médica ressalta que a perda da visão que ocorre na catarata não é abrupta. “A
pessoa começa a perceber aos poucos que sua visão não está boa. Há uma redução
progressiva da capacidade de enxergar de perto e de longe, sendo que o uso de
lentes corretivas não promove melhora da visão”.
“Além disso, há embaçamento e distorção dos objetos. Os pacientes costumam
referir como uma névoa que cobre a visão. Há ainda redução da percepção do
brilho, contraste, cores e dificuldade em enxergar contra a luz”, adiciona Dra.
Maria Beatriz.
Fatores de risco
Em 90% dos casos, a catarata é consequência do processo natural do
envelhecimento. Porém, há outros fatores de risco, como:
- Diabetes
- Traumas
- Colesterol alto
- Doenças do fígado
- Distúrbios hormonais
- Medicamentos
- Inflamações
- Cirurgias oculares prévias, como a vitrectomia
Diagnóstico é simples
O diagnóstico da catarata envolve alguns exames, como o teste de acuidade
visual, o exame com lâmpada de fenda, o exame da retina e o exame de pressão
ocular. Todos eles, normalmente, são realizados durante a consulta com o
oftalmologista.
“Infelizmente, no Brasil muitas pessoas não têm acesso ao oftalmologista e/ou à
cirurgia que corrige a catarata. Há longas filas de espera no sistema público
de saúde. Todavia, mesmo quem têm acesso à especialidade, pode não ter o
costume de realizar consultas preventivas”, lamenta Dra. Maria Beatriz.
Cegueira reversível
Felizmente, a cegueira causada pela catarata pode ser revertida por meio de uma
cirurgia. O procedimento é feito para substituir o cristalino por uma lente
artificial. A cirurgia é de baixa complexidade, rápida, feita com anestesia local
e sem necessidade de internação. Porém, demanda cuidados pós-operatórios
importantes.
O tipo de cirurgia e o tipo de lente intraocular (LIO) dependem de vários
fatores. Portanto, a catarata requer um tratamento individual e personalizado.
Além disso, como qualquer outra cirurgia, há risco de complicações. Por isso, é
fundamental procurar um oftalmologista especialista em catarata para avaliação
e tratamento.
Catarata e danos oxidativos
Ao longo dos anos, os estudos apontaram que a catarata relacionada à idade tem
forte relação com os danos oxidativos que o cristalino sofre a partir da
exposição crônica ao oxigênio molecular.
“O oxigênio é fundamental para a absorção dos nutrientes pelas células. A
queima do oxigênio pelas células é chamada de oxidação. É nesse processo que
são liberados os radicais livres, que também podem ser produzidos por fatores
externos, como tabagismo, radiação solar, deficiências nutricionais, entre
outros”, explica Dra. Maria Beatriz.
O problema é que as moléculas de radicais livres aceleram o processo de
envelhecimento celular e podem danificar as células. Esses fatores podem levar
a doenças como a catarata senil.
Portanto, a partir dessas descobertas, é possível traçar algumas mudanças de
hábitos que podem contribuir para prevenir a catarata relacionada à idade,
como:
- Sempre usar óculos de sol
com proteção UVA/UVB e evitar olhar diretamente para o sol
- Evitar o consumo de álcool e
cigarro
- Manter uma alimentação
saudável, investindo em alimentos ricos em vitamina C
- Realizar consultas
oftalmológicas preventivas a partir dos 40 anos
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