O dia 8 de maio marca o Dia Mundial da Espondilite Anquilosante (EA), uma doença crônica que tem como principal sintoma a dor nas costas. Trata-se de uma inflamação nas articulações da coluna, que também pode atingir as articulações presentes na região das nádegas1. As dores e a rigidez causadas pela doença são piores após repouso, principalmente pela manhã, e melhoram com atividades físicas2.
Para ampliar
o conhecimento sobre a doença, confira cinco curiosidades sobre a EA:
1. Quando a dor nas costas é frequente, fique atento (a).
A dor nas costas afeta 8 a cada 10 pessoas em alguma fase de vida3. Dor nas costas que melhoram com exercícios físicos e pioram no descanso é um sintoma da espondilite anquilosante4.
“Na EA, a inflamação é caracterizada por dor nas costas, rigidez e desconforto crônico nesta região. Além de dor nas costas matinal ou após períodos de repouso, a espondilite pode causar dores nos quadris, nas nádegas e na parte de trás da coxa”, explica o reumatologista Tatiana Karenini Muller.
2. Uma doença crônica de origem genética
A EA é causada pelo sistema imunológico do próprio organismo, sendo provável o envolvimento de fatores genéticos e, portanto, hereditários5.
Os sinais e sintomas da EA geralmente começam no final da adolescência ou início da idade adulta (entre 17 e 35 anos de idade), e muitas vezes ocorrem em pessoas da mesma família. “Além disso, a EA é uma doença que atinge mais homens do que mulheres”, complementa Tatiana.
3. Consulte um reumatologista
“A espondilite anquilosante pode ser difícil de diagnosticar. Isso porque as alterações no RX, que é o exame principal para diagnóstico, só acontecem após anos de evolução da doença. Além disso, muitas pessoas com EA acham que a dor nas costas que sentem se deve a algum tipo de tensão física no local”, conta Tatiana.
Reumatologistas
são a especialidade médica para diagnosticar e tratar distúrbios que afetam as
articulações, músculos, tendões, ligamentos, tecido conjuntivo e ossos.
Portanto, os mais indicados para dar o diagnóstico de espondilite e seu
tratamento6.
4. Não há cura, mas existem tratamentos disponíveis no Brasil
Ainda não existe cura para espondilite anquilosante, mas a boa notícia é que há tratamentos e medicamentos disponíveis para reduzir os sintomas e controlar a dor. Atualmente, existem medicamentos que podem inclusive retardar a progressão da doença7.
“Pessoas diagnosticados precocemente podem iniciar o tratamento antes que a doença tenha progredido, permitindo manter a flexibilidade e o movimento das articulações. O atraso no diagnóstico pode levar à incapacidade permanente de executar tarefas diárias”, alerta a médica.
5. Consulta pública do Sistema Único de Saúde discute ampliação de
biológicos
No sistema único de saúde, o SUS, o protocolo clínico de diretrizes técnicas da doença inclui o fornecimento de medicamentos anti-inflamatórios1 e, quando em falha, medicamentos biológicos podem ser indicados para os pacientes. Os biológicos atuam na inibição das proteínas que promovem a inflamação8.
Até o dia 17
de maio está aberta a consulta pública de número 29 para a manifestação da
sociedade geral sobre a ampliação de medicamentos biológicos na primeira linha
de tratamento de EA no SUS. Qualquer cidadão pode manifestar a sua
opinião, clique aqui e contribua, caso se interessar8.
Referências
1. van der Heijde D, Ramiro S, Landewé R, Baraliakos
X, Van den Bosch F, Sepriano A, et al. 2016 update of the ASAS-EULAR management
recommendations for axial spondyloarthritis. Ann Rheum Dis. 2017;76(6):978–91.
2.
Sociedade Brasileira de Reumatologia. Doenças. Disponível em: https://www.reumatologia.org.br/doencas/principais-doencas/espondiloartropatias-soronegativas/ Acesso em outubro de
2018.
3. GBD 2015 Disease and Injury Incidence and
Prevalence Collaborators. Lancet. 2016;388 (10053):1545-1602 et Mokdad AH et
al. JAMA. 2018 Apr 10;319(14):1444-1472.
4. Sieper J, van der Heijde D, Landewé R et al. New
criteria for inflammatory back pain in patients with chronic back pain: a real
patient exercise by experts from the Assessment of SpondyloArthritis
international Society (ASAS). Ann Rheum Dis. 2009 Jun;68(6):784-8.
5. NIH – Medline Plus. Ankylosing Spondylitis.
Disponível em: https://medlineplus.gov/ankylosingspondylitis.html Acesso em outubro de 2018 et Van der Heijde D, Ramiro S, et al. 2016
update of the ASAS-EULAR management recommendations for axial
spondyloarthritis. Ann Rheum Dis. 2017 Jun;76(6):978-991.
6.Rudwaleit M, Landewe R, van der Heijde D, Listing J,
Brandt J, Braun J, et al. The development of Assessment of SpondyloArthritis
international Society classification criteria for axial spondyloarthritis (part
I): classification of paper patients by expert opinion including uncertainty
appraisal. Ann
Rheum Dis. 2009;68(6):770–6.
7.
Resende GG, Meirelles ES, Marques CDL, et al. The Brazilian Society of Rheumatology guidelines for axial
spondyloarthritis - 2019. Adv Rheumatol. 2020;60(1):19.
8.
Site Ministério da Saúde CONITEC. Disponível em < http://conitec.gov.br/consultas-publicas > Acesso em 26
abr 2021.
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