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sexta-feira, 14 de maio de 2021

De infarto a disfunção erétil: hipertensão reduz qualidade de vida de 30% dos brasileiros

Além de doenças graves, problema também diminui significativamente a qualidade de vida e pode afetar adultos jovens

 

 

Cerca de 30% dos brasileiros são hipertensos, conforme estima a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Isso significa que uma parcela considerável da população está sujeita a riscos elevados que vão desde a insuficiência cardíaca, infarto e acidente vascular cerebral (AVC) até a doença renal crônica e inclusive a disfunção erétil. “Qualquer doença cardiovascular tem muita relação com o mecanismo da ereção, podendo sim causar impotência”, esclarece o médico urologista da Singulari Medical Team, Frederico Xavier.

 

O que torna esse quadro mais preocupante é o fato de que quase 50% da população adulta no Brasil pode ser hipertensa sem saber, conforme demonstrou um estudo voluntário realizado em diversas regiões do País. Para a cardiologista Juliana Coragem, esse cenário é agravado pela falta de sintomas claros em boa parte dos casos.

 

“A hipertensão é uma condição frequentemente assintomática. O grande perigo dela é que esses pacientes que permanecem com essa elevação sustentada da pressão costumam evoluir com uma alteração estrutural e funcional em diversos órgãos como coração, cérebro, rins e o sistema vascular”, explica a médica.


 

O impacto da hipertensão no organismo

 

De acordo com a cardiologista, o principal grupo de risco para a hipertensão arterial são os idosos. “Nessa população o quadro geralmente é resultante do endurecimento progressivo e da perda da complacência das grandes artérias. Com o envelhecimento da população, tem ocorrido um aumento da prevalência da hipertensão arterial com 65% dos indivíduos acima dos 60 anos apresentando o problema”, argumenta.

 

Contudo, pessoas com sobrepeso e obesas também estão em risco de desenvolver a doença. Segundo a médica, estudos vêm mostrando uma relação quase direta e linear entre o excesso de peso e a elevação nos índices de pressão arterial.

 

Além disso, ela destaca que hábitos alimentares e estilo de vida pouco saudável podem contribuir para aumentar as chances de hipertensão em pessoas mais jovens. Dentre os principais fatores estão o consumo excessivo de sódio, o sedentarismo e a ingestão elevada de álcool.

 

“Pacientes que ingerem seis ou mais doses de álcool por dia, sendo cada dose equivalente a 30 gramas diários, têm maior prevalência de hipertensão arterial. Também é preciso ficar atento à existência de muitos alimentos ricos em sódio. Entre eles as carnes processadas como presunto, mortadela e salsicha, bacon, carne seca, alimentos enlatados, extrato de tomate, conservas de milho e ervilha, os queijos, principalmente os amarelos como parmesão e provolone, e aqueles temperos prontos, todos com alta concentração”, lista.


 

Hipertensão e disfunção erétil

 

É o exagero no consumo desses itens associado a um estilo de vida pouco saudável que pode levar a um quadro de hipertensão em um indivíduo jovem e, finalmente, terminar afetando até mesmo seu desempenho sexual. Isso acontece porque a pressão elevada danifica as artérias e o bom fluxo sanguíneo é necessário para obter e manter uma ereção.

 

Como explica o urologista, o pênis funciona como uma esponja. “Quando estimulado, ele se enche de sangue provocando a ereção. Assim, qualquer fator que atrapalhe esse processo poderá causar dificuldade para manter o pênis ereto”, esclarece.

 

Diante disso, o médico Frederico Xavier reforça a importância de uma rotina saudável para manter também a qualidade da vida sexual. “É recomendável aliar o controle do estresse, do sono e do peso a uma boa alimentação para prevenir e evitar a hipertensão arterial e, consequentemente, a impotência sexual. Isso se conecta de forma direta a uma melhor qualidade de vida”, completa.


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