Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Dr. Victor Cutait, ressalta que o procedimento estético é apenas um dos meios para conquistar a autoconfiança
Há tempos, as pessoas são
pressionadas a se enquadrarem ao padrão de beleza de cada época, principalmente
as mulheres. Nos últimos tempos, com o advento da tecnologia, com apenas alguns
cliques, ficou mais rápido e fácil modificar o corpo em uma foto e se enquadrar
no ‘padrão’ de beleza pré-estabelecido. O uso do Photoshop e, mais
recentemente, os filtros, minimizam imperfeições indesejadas e surgiram como
aliados para os corpos expostos na internet se encaixarem no padrão. Já para
soluções na vida real para quem deseja realmente investir na mudança corporal,
uma das alternativas é a cirurgia plástica.
Artistas, famosos, influenciadores digitais e a mídia têm papel
fundamental como disseminadores do modelo idealizado de beleza para a
sociedade. Recentemente, em entrevista com a cantora norte-americana Mariah
Carey, a rapper Cardi B revelou inseguranças em relação ao corpo quando era
mais jovem e destacou que a cirurgia plástica a fez ter a confiança que sempre
desejou.
Durante a conversa, a rapper contou que era muito magra e que no colégio
era chamada de "reta". Segundo ela, tais comentários a faziam sentir
feia e insegura. Para solucionar o problema, quando completou 18 anos fez
implante de seios e, mais adiante, com 20, preencheu a região das nádegas com
mais volume. Após os procedimentos a rapper passou a se sentir ‘super
confiante’.
Expectativa, realidade e respeito à multiplicidade da beleza
O Brasil é o país que lidera o ranking de cirurgias plásticas para fins
estéticos no mundo. Segundo a pesquisa da Sociedade Internacional de Cirurgia
Plástica Estética (ISAPS), em 2018, foram registradas cerca de 1,5 milhões de
cirurgias plásticas estéticas, seguido pelos Estados Unidos, que realizaram
cerca de 1,4 milhões de procedimentos.
Apesar da cirurgia plástica trazer mais autoconfiança, o médico
cirurgião plástico e Professor da Universidade Nove de Julho (Uninove), Dr.
Victor Cutait, ressalta que o procedimento estético é apenas um dos meios para
conquistar a autoconfiança pessoal.
"A cirurgia plástica ajuda no aumento da autoconfiança e melhora a
autoestima, mas não resolve todos os problemas pessoais. Muitas pessoas
associam felicidade a um corpo perfeito, mas, antes de decidir fazer um
procedimento é importante balizar as expectativas e entender questões que podem
não ter nada a ver com estética, mas que são emocionais. É preciso equilíbrio
para que a busca pelo corpo dos sonhos também priorize a saúde mental",
afirma.
Além disso, o especialista destaca que qualquer procedimento estético,
desde o mais simples até o mais complexo, possui riscos de complicações ou até
mesmo de haver insatisfação com o resultado final.
"Já atendi pacientes que chegaram até mim ansiosas para terem
corpos parecidos aos de celebridades e, agora, mais recentemente, querendo
fazer procedimentos da moda influenciadas pelo que veem nas redes sociais.
Infelizmente, esses meios banalizam cirurgias plásticas a ponto de que as
pessoas acreditem que tudo pode ser equiparado a uma ida ao dentista (ou à
manicure?) e isso não é real. Todo tipo de cirurgia, da mais simples à mais
complexa, possui riscos", diz.
O médico explica que antes de fazer um procedimento é importante
entender a paciente e se realmente a intervenção é necessária. "O trabalho
de um bom cirurgião vai muito além de realizar o procedimento em si: é preciso
conhecer as expectativas de cada um e motivações para realizar tal procedimento
- junto a um bom histórico do que a pessoa está vivendo no momento - e, enfim,
fazê-la entender que cada pessoa é um ser humano único e que a beleza é
múltipla", pondera.
Ele destaca também que a atenção e cuidado com os pacientes precisam ser
constantes em todas as etapas do processo, especialmente no pós-cirúrgico,
momento no qual muitas vezes acontecem as complicações mais graves e podem
levar à morte.
"Defendo a cirurgia plástica como uma ferramenta de empoderamento e
conquista da autoestima. Mas, antes disso, a cirurgia precisa alinhar o desejo
do paciente, respeitando, juntamente cada etnia e constituição física. Não
existe um padrão, pois a beleza não é única, mas plural.", finaliza.
Victor Cutait - possui
graduação em Medicina pela Faculdade de Medicina de Marília (2001) com
especialização em cirurgia plástica pelo Instituto Brasileiro de Cirurgia
Plástica, em São Paulo. Ele é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia
Plástica (SBCP), professor de cirurgia plástica da Universidade Nove de Julho
(UniNove) e dirige a Clínica Cutait Cirurgia Plástica, especializada em
Cirurgia Plástica, Dermatocosmiatria e Fisioterapia Dermatofuncional. O médico
cirurgião é pioneiro em lipoaspiração fracionada no Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário