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sexta-feira, 21 de maio de 2021

Butantan vai ganhar museu de vacinas centro avançado de produção de soros

Novo espaço para a fabricação de soros terá 6 mil metros quadrados e comportará linha produtiva completa, além de incluir o processo de transformação dos produtos líquidos em pó; museu abrigará atrações interativas e históricas, além de palestras, com o objetivo de incentivar o interesse pela ciência



O Instituto Butantan, ligado ao Governo de São Paulo, iniciou as obras para a construção de seu novo Centro Avançado de Produção de Soros e para a criação do futuro Museu da Vacina da instituição.

O novo centro de soros, que deve ficar pronto em 2023, permitirá a produção industrial completa, em uma única planta, de todos os soros que o instituto disponibiliza contra toxinas de animais peçonhentos e microrganismos. Já o Museu da Vacina será inaugurado em 2022 e aberto para visitação do público.

Com investimentos de 34,5 milhões, o projeto do novo centro de soros prevê um espaço 6,6 mil m² com cinco pavimentos, que contemplará desde o processamento do plasma até o envasamento dos frascos. A nova fábrica também contará com um liofilizador, que permitirá que os produtos líquidos sejam desidratados e transformados em pó, mantendo as propriedades neutralizantes dos soros mesmo sem refrigeração. A finalização da obra está prevista para 2023.

“O projeto da nova fábrica prevê a inclusão da liofilização no processo produtivo dos soros. Com isso o produto poderá chegar a locais e regiões do país em que a refrigeração é uma dificuldade. Isso fará com que os soros estejam mais acessíveis, principalmente nas regiões mais inóspitas onde, por exemplo, os acidentes com animais peçonhentos são muito comuns”, explica Fan Hui Wen, Gerente do Núcleo de Produção de Soros.

Há mais de um século, o Butantan produz diversos tipos de soros contra toxinas de animais peçonhentos e microrganismos. Atualmente o Instituto disponibiliza 12 tipos de soros ao sistema público de saúde, a partir de acordos de fornecimento com o Ministério da Saúde.


Sua produção envolve a imunização de cavalos com antígenos produzidos a partir de venenos, toxinas bacterianas ou vírus, a obtenção de diferentes tipos de plasma, que são submetidos a processamento industrial de purificação, formulação e envase, resultando em produtos de alta qualidade, segurança e eficácia.


Museu da Vacina


O projeto em desenvolvimento do Museu da Vacina visa criar um espaço cultural que instigue o interesse pela ciência e pesquisa através do tema vacinação, além de contar a história e reforçar a importância da imunização no país e no mundo. Entre as atividades serão realizadas também exposições interativas, atividades complementares e palestras.

Para a restauração dos 309 metros quadrados estão sendo investidos R$ 2,6 milhões. O local onde o museu funcionará é uma edificação histórica, construída no fim do século 19, e utilizada inicialmente como sede da Fazenda Butantan na produção de leite bovino distribuído na cidade antes mesmo da criação do Instituto.

Ao longo dos anos o ambiente teve diferentes finalidades como, por exemplo, ser a residência de Vital Brazil, primeiro diretor do Butantan. Em 1933 a casa foi transformada em escola rural do Grupo Escolar do Butantan e, posteriormente, foi utilizado como ponto de apoio para áreas técnicas da instituição. Mais recentemente a casa era utilizada pelos laboratórios de Herpetologia, Ecologia e Evolução.

Este será o quinto museu do Instituto Butantan, que hoje possui também o de Microbiologia, Biológico, Histórico e de Saúde Pública (Emílio Ribas).

O Museu da Vacina será um grande marco na trajetória de mais de 120 anos do Butantan, que se consolidou como principal produtor de vacinas e soros da América Latina. Com este novo espaço o Butantan espera contribuir ainda mais para incentivar o conhecimento sobre a importância dos imunizantes para a prevenção de diversas doenças.


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