A
chegada do PIX - o novo sistema de pagamentos e transferências instantâneas e
gratuitas desenvolvido pelo Banco Central do Brasil (Bacen), que aconteceu no
dia 16 de novembro de 2020, tornou mais fácil o processo de transações
bancárias e pagamentos online. O principal objetivo da plataforma é trazer mais
agilidade e praticidade na hora de fazer pagamentos, levando o sistema bancário
brasileiro para outro patamar de inovação. Para se ter ideia, de acordo com
informações do site 6 minutos, que pesquisou os dados do BC e da Câmara
Interbancária de Pagamentos (CIP), o PIX já responde por 78% de todas as transferências
bancárias feitas no Brasil.
Além
disso, de acordo com números do Banco Central,
atualizados até 14 de janeiro de 2021, o Brasil conta com cerca de 56 milhões
de usuários na plataforma, atingindo a marca de 147 milhões de chaves - um
número que equivale a 26% da população brasileira. Sobre a plataforma, é
importante sabermos que as instituições financeiras com mais de 500 mil contas
ativas são obrigadas a aderir o PIX. Tornando mais fácil o processo de
transações bancárias e pagamentos online, a plataforma faz com que o mercado
econômico brasileiro evolua, acelerando a inclusão financeira no país, algo que
é de muita importância no meio de uma pandemia e crise econômica.
A
plataforma também causa impactos positivos para os varejistas, já que pode ser
usada como forma de economizar e atrair novos clientes, afinal, a empresa terá
menos custo com recebimento de pagamentos. Outro ponto importante é que se
torna mais difícil sofrer algum tipo de fraude, já que, com o PIX, o pagamento
é identificado imediatamente, ou seja, o comerciante não precisa enviar o
produto antes de receber o pagamento - como acontece quando o pagamento é feito
no crédito, por exemplo. Entretanto, a realidade é que a maioria dos varejistas
ainda não aderiram ao PIX. Segundo dados do Banco Central,
o PIX feito de pessoa física para empresa ainda representa menos de 7% das
operações.
Cuidado
com os golpes
Quando
falamos de uma plataforma que visa transformar o mercado econômico e comporta
milhares de usuários, é importante sempre estar atento aos possíveis golpes.
Não é novidade que criminosos usem de plataformas digitais para aplicar golpes,
e com o PIX não seria diferente. Recentemente, o Nubank, maior fintech do
Brasil, denunciou o golpe “Bug do PIX”, em que criminosos têm divulgado
mensagens e vídeos alegando que o aplicativo sofreu um “bug” que permitiria
receber dinheiro em dobro na conta. A Febraban (Federação Brasileira de Bancos)
mostra que, 70% das fraudes financeiras estão vinculadas à engenharia social,
quando os criminosos costumam induzir as pessoas a passarem informações
pessoais em troca de algo.
Já
de acordo com a Forcepoint, Companhia Americana que atua com segurança digital,
em duas varreduras digitais feitas em outubro, a empresa identificou pelo menos
5.500 e-mails falsos com tentativas de golpes de phishing. O sistema traz
grandes benefícios, mas também pode causar riscos com o vazamento de dados. Os
golpes também podem acontecer ao conseguir alguns dados sobre os usuários, é
preciso ficar atento a e-mails e mensagens suspeitas.
Os
benefícios do PIX
Não
são poucos os benefícios que podem ser encontrados ao utilizar a plataforma. Um
dos principais motivos para que as pessoas tenham aderido ao PIX, é que as
transações financeiras estão mais práticas e rápidas. A plataforma facilita as
transações entre instituições diferentes, possibilitando que elas sejam feitas
em até 10 segundos.
A
atenção fica mais voltada para quando houver suspeitas de fraudes, que podem
fazer com que o processo demore cerca de 30 minutos. Além disso, o fim das
cobranças de tarifas é outro ponto positivo. As pessoas físicas não têm tarifas
cobradas ao fazerem pagamentos para estabelecimentos, mas os lojistas sofrem
essa cobrança. Neste caso, são as instituições financeiras que irão decidir o
valor das tarifas cobradas aos lojistas.
A
maior segurança para os consumidores é outro atrativo, principalmente quando se
trata de uma plataforma ainda um pouco desconhecida. Por conta disso, a
principal recomendação é criar uma chave PIX. Além disso, vale ressaltar que as
informações dos usuários serão armazenadas pelo Banco Central do Brasil e terão
proteção da Lei de Proteção de Dados (LGPD). A possibilidade de fazer tudo pelo
celular também facilita muito mais a vida do brasileiro. O PIX também permite o
pagamento em comércios sem usar dinheiro físico ou cartão de crédito e débito.
É uma ferramenta que veio para revolucionar a forma do consumidor se relacionar
com o dinheiro.
Plauto Holtz - advogado e especialista em Direito do Consumidor
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