Considerado o tumor
mais comum em mulheres de todo o mundo, o diagnóstico precoce é essencial para
a cura da paciente e garante um prognóstico mais saudável; saiba mais sobre os
tratamentos e formas de prevenção
O sentimento ao receber um diagnóstico de câncer de mama pode ser
devastador. No entanto, é essencial que a paciente saiba que a descoberta da
doença pode estar longe de ser apenas uma sentença negativa, sem chances de uma
vida saudável após o tratamento - ou ainda, na pior das hipóteses, ter pouca
expectativa de sobrevivência ao passar por essa fase.
Apesar do crescente número de casos da doença - só em São Paulo, são esperados
18.280 novos casos de câncer de mama em 2020, de acordo com a estimativa
realizada pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) - em contrapartida, nos
últimos anos ocorreram importantes avanços nos tratamentos, principalmente no
que diz respeito a cirurgias menos mutilantes, assim como a busca da
individualização de todo esse processo.
De acordo com o oncologista Daniel Gimenes, do CPO Oncoclínicas, o tratamento
varia de acordo com o estágio do tumor e suas características, além de depender
também das condições da paciente - fatores como idade, comorbidades e status
menopausal.
"O prognóstico do câncer de mama também depende desses fatores. Quando a
doença é diagnosticada no início, as chances de cura são elevadas acima de 90%
com o tratamento. No entanto, quando há evidências de metástases, todos os
procedimentos passam a ter como objetivo principal o prolongamento da sobrevida
e melhora da qualidade de vida da paciente", explica Dr. Daniel.
Ainda de acordo com o oncologista, o acesso à informação de qualidade é um
grande aliado no combate à doença. "O diagnóstico não é o fim, mas sim uma
continuidade, que não deve ser encarada com medo. Por isso, faça exames e
mantenha a rotina das consultas médicas independente da idade. Confie no seu
médico, compartilhe seus anseios e não confie em tudo que lê na internet,
tomando cuidado principalmente com as fake news sobre a doença", alerta.
Confira a seguir as principais informações que todas as mulheres devem saber
sobre câncer de mama, esclarecidas pelo Dr Daniel Gimenes:
Com que idade as mulheres devem começar a fazer exames anuais?
É importante fazer mamografia a partir dos 40 anos, mas já existem exames que
são capazes de detectar alterações em mulheres mais jovens, como
ultrassonografia e ressonância magnética, já que a mamografia apresenta
limitações nesta faixa etária, devido às mamas densas das pacientes, o que
dificulta a identificação de eventuais tumores.
Vale lembrar que o auto exame, apesar de ser importante para o conhecimento do
corpo, não é a melhor forma de detectar o câncer de mama precocemente - quanto
o tumor já é palpável, é porque provavelmente já está mais avançado.
Como prevenir o surgimento de tumores?
Manter uma alimentação balanceada (priorizando alimentos in natura e evitando
ultraprocessados e bebidas alcoólicas), praticar atividade física regularmente,
manter o peso corporal adequado e, caso tenha a oportunidade, aderir ao
aleitamento materno, são hábitos que podem reduzir em até 28% o risco de
desenvolver câncer de mama, além de evitar a recidiva da doença.
É possível engravidar após passar pelo tratamento de combate ao câncer de
mama?
Em casos de mulheres jovens, existem técnicas para a preservação de fertilidade
durante o tratamento oncológico, no entanto é importante que a paciente
converse com o seu médico sobre os riscos e as possibilidades logo que receber
o diagnóstico - antes mesmo de iniciar o tratamento.
A forma como essa preservação será feita deve ser totalmente individualizada,
levando em conta o estado geral da paciente e seus anseios. As opções
normalmente são: congelamento de óvulos ou de embriões, congelamento do tecido
ovariano e supressão da função ovariana.
O tratamento do câncer de mama exige obrigatoriamente a extração da mama?
Nem todo tratamento oncológico de mama vai representar a sua extração. Existem
hoje diversas alternativas de tratamento, que devem sempre levar em
consideração o olhar individualizado sobre o paciente e o estágio do tumor.
O câncer de mama é necessariamente hereditário?
Nem todo câncer de mama é hereditário - ou seja, uma mutação herdada. No
entanto, a mutação genética pode ocorrer ao longo da vida, em razão de
condições externas, como estilo de vida e ambiente.
Existem alternativas para que não haja queda de cabelo durante o tratamento?
Não são todos os tratamentos oncológicos que são responsáveis pela queda
capilar.
A quimioterapia é um tratamento que afeta as células que se multiplicam com
frequência, como as responsáveis pelo crescimento do cabelo, causando alopecia
no paciente.
Porém, atualmente existe uma técnica capaz de preservar a maior parte dos fios:
a crioterapia - uma touca gelada que resfria o couro cabeludo e promove a
contração dos vasos sanguíneos. Tal esfriamento cria uma espécie de capa
protetora que preserva os folículos pilosos e reduz a quantidade de medicamento
que chega às raízes, o que reduz a queda capilar.
É importante que cada mulher tenha autonomia e protagonismo de definir o que é
melhor para si - raspar o cabelo, buscar próteses capilares ou optar por
alternativas que diminuam a queda dos fios.
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