Esses coágulos podem entupir a circulação dos vasos sanguíneos e ocasionar diversos problemas, como abortos no caso delas, abortos de repetição, ou tromboses profundas ou superficiais.
Existem dois tipos de trombofilia, a hereditária e a adquirida. A hereditária está diretamente relacionada a algum defeito genético que interfere na coagulação, e a adquirida são aquelas onde há um evento clínico específico que aumenta o risco de trombose, como a síndrome do anticorpo antifosfolípide, obesidade, uso de anticoncepcional, entre outros fatores.
Nos últimos anos, os casos de trombofilia obtiveram um aumento que, de acordo com Dr. Gilberto Narchi, cirurgião vascular do Hospital HCor, esse crescimento se deu pelos avanços no diagnóstico laboratorial. “A utilização de exames de imagem, como ultrassom vascular e tomografia, identificam a trombose venosa em pequenos vasos que, a olho nu, não são evidentes”, acrescenta. “Também suspeitamos de trombofilia em casos de trombose em pacientes com menos de 45 anos, que são jovens”, completa.
Segundo o especialista, no estado gestacional, as mulheres tendem a maior incidência de eventos trombóticos devido às variações hormonais, mesmo sem fator hereditário envolvido. Já em idade mais avançada, os homens têm incidência pouco maior.
Sintomas, complicações e como diagnosticar trombofilia
Os sintomas da trombofilia são os decorrentes do local e extensão da trombose, sendo os mais frequentes dor e edema em membros inferiores - local este de maior acometimento. Pode ocorrer em membros superiores, em vasos intra-abdominais e até cerebrais.
No entanto, é válido ficar atento a situações que apresentem dor nas pernas ao caminhar, de repouso ou parada, inchaço de apenas um membro e pele azulada no local, além de dor e endurecimento de alguma veia. Estes podem ser alguns sintomas, mas não significa que o diagnóstico seja obrigatoriamente de trombose, segundo o especialista. “É necessária avaliação médica e exames específicos”, explica Dr. Gilberto.
De qualquer forma, as principais complicações da trombofilia podem ser: trombose cerebral, embolia pulmonar, AVC, além de diversas intercorrências na gravidez como restrição de crescimento fetal, abortamento de repetição, abortos no início da gestação, perda fetal tardia, pré-eclâmpsia, aumento da pressão arterial, descolamento de placenta, etc.
A prevenção só é possível quando se conhece o histórico familiar, nos casos das hereditárias. Já para as adquiridas é recomendado conhecer os fatores de risco como imobilização prolongada e cirurgias, para utilizar recursos de prevenção. Estes recursos podem variar desde medidas simples como meias de compressão elásticas até uso de anticoagulação específica, que “afinam o sangue” para evitar trombos.
Para as trombofilias hereditárias não há cura, mas é eficaz o controle da mesma. Em situações específicas, como imobilização por fraturas com cirurgias em membros inferiores, por exemplo, o risco cessa após a recuperação total do quadro.
“Os fatores que minimizam os casos de trombose é manter-se bem hidratado e evitar longos períodos de imobilidade, como acontece em viagens prolongadas de avião. Além disso, em alguns casos e dependendo da situação do paciente, recomenda-se o acompanhamento médico com vascular, hematologista ou obstetra de alto risco”, indica Dr. Gilberto.
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