O sono pode interferir na saúde da
coluna
O sono é
fundamental para reparação da nossa saúde e também da coluna vertebral. É o
momento de descanso e recuperação das energias para as atividades do dia
seguinte. Mas, segundo o ortopedista especialista em coluna e membro
da Sociedade Brasileira de Coluna, Dr. Luiz Cláudio Lacerda, para uma
parcela da população a noite não traz esses sintomas de paz e relaxamento, e
pode significar sofrimento e angústia, principalmente para quem tem dor lombar
ou cervical crônica.
Alguns sinais a
serem observados são dores musculares, dor aguda na região das costas, dor que
irradia para a perna e flexibilidade limitada ou problemas nos movimentos das
costas, que podem significar um verdadeiro pesadelo para as pessoas que
convivem com o drama diariamente na hora de adormecer.
Atenção
para a posição na hora de dormir
Segundo o
especialista, não existe uma receita certa para amenizar as dores na coluna e
se ela está prejudicando a qualidade do sono, se faz necessária uma avaliação
com um ortopedista para solicitar exames e fazer um diagnóstico correto. “Se a
dor nas costas prejudica o sono, procure imediatamente ajuda médica”.
Lacerda aponta
que deitar em posições que façam pressão na lombar ou na cervical podem
fazer o indivíduo sentir dores e até mesmo ter a sua respiração prejudicada.
Por isso, é preciso ficar atento na melhor posição na hora de dormir: que é de
lado, o que na linguagem técnica chama-se de decúbito lateral. Assim, ele
recomenda:
- Utilizar um travesseiro de altura suficiente para preencher o espaço entre o ombro e a cabeça, que irá manter sua coluna alinhada;
- Colocar um travesseiro entre as pernas, na altura dos joelhos, para evitar a sobrecarga da coluna lombar pelo posicionamento de uma perna sobre a outra;
- Escolher um colchão que proporcione equilíbrio, ou seja, nem muito fofo e nem muito duro. E evite dormir na posição de bruços (decúbito ventral).
Qual o melhor colchão?
O
ortopedista conta que existem dois tipos de colchões, o de mola e o de espuma,
sendo que o primeiro tem uma durabilidade maior, podendo chegar a oito anos, e
o de espuma dura aproximadamente quatro anos. Mas, eles devem ser escolhidos de
acordo com as características e as preferências de cada um. “Ambos têm suas
vantagens. O colchão de molas tem uma durabilidade maior e para camas de casal
eles são muito bons, pois se adequam aos
indivíduos de forma independente. Já o de espuma, cada fabricante tem uma
densidade adequada ao peso da pessoa, não pode ser nem muito duro e nem macio
demais”, alega Lacerda.
O
médico também alerta sobre o tempo de uso, pois o produto que já passou da
validade não retorna para algumas posições. “Eles deixam buracos e estas falhas
causam uma sobrecarga na coluna, podendo comprometer a saúde da mesma”.
Algumas
dicas úteis são: não deixar o travesseiro mais alto que a linha do ombro e
evitar colocar o braço por baixo do travesseiro. Uma outra dica importante é
que em alguns colchões recomenda-se virá-los de lado a cada três meses, pois
aumentam sua longevidade e diminui as deformações comuns do uso contínuo
(consulte o fabricante).
“Qualquer sintoma ou
desconforto, procure o médico”, recomenda o especialista.
Dr.
Luiz Cláudio Lacerda -
ortopedista, especialista em cirurgia de coluna, membro da Sociedade
Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), da Sociedade Brasileira de
Coluna (SBC) e Membro da North American Spine Society (NASS). Formado pela
Faculdade de Medicina de Valença, especializado em Ortopedia e Traumatologia no
Hospital Santa Marcelina. Aprimorou-se em Cirurgia Degenerativa e Deformidades
da Coluna Vertebral no Hospital Ortopédico Orton em Helsinque, Finlândia e em
Oncologia e Cirurgia oncológica da coluna Vertebral Instituto Ortopédico
Rizzoli Bolonha, Itália. É mestre e doutor em Medicina pela Unifesp.
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