São 19 ambientes nos quais profissionais de
arquitetura, decoração, engenharia e construção, entre outros, oferecem
sugestões para o uso de flores e plantas ornamentais em ambientes internos e
externos em residências, escritórios e empresas, além de apontar as tendências
de uma decoração cada vez mais sustentável
Em
um mundo que exige o fim do desperdício e a redução do consumismo,
ecologicamente correto é, sempre que possível, reaproveitar objetos e
materiais. Os arquitetos, paisagistas, decoradores, engenheiros e designers que
participam da Mostra de Paisagismo e Decoração da Expoflora 2019 entraram nessa
“vibe” e mostram, em seus projetos, como a reutilização pode trazer
interessantes resultados – econômicos e pessoais -, além de tornar os ambientes
internos e externos de residências, escritórios e empresas bem confortáveis e
agradáveis.
A
preocupação com o meio ambiente e reaproximação do homem com a natureza também
demonstram ser uma forte preocupação desses profissionais para assegurar uma
melhor qualidade de vida em momentos cada vez mais competitivos e estressantes.
Nos
19 ambientes que formam a Mostra de Paisagismo e Decoração deste ano são
oferecidas sugestões muito interessantes para varandas, jardins, quintais,
garagens, espaços gourmets e outros ambientes que, com criatividade, incentivam
a melhor e maior utilização de áreas residenciais e comerciais.
“A
proposta de reaproveitamento não se refere apenas à economia de material. O
reuso contribui também para o resgate da memória, para trazer as lembranças do
passado que, hoje, aliadas às modernas soluções tecnológicas, contribuem para
garantir melhor qualidade de vida. Precisamos avançar, sempre, sem perder a
segurança que as nossas raízes proporcionam”, diz Karina Taccola, coordenadora
da Mostra.
A
Expoflora, maior exposição de flores e plantas ornamentais da América Latina,
será realizada no período de 30 de agosto a 29 de setembro, de sexta a domingo,
em Holambra, no interior de São Paulo. Antiga colônia holandesa, a cidade tem,
hoje, 15 mil habitantes e responde por cerca de 50% do comércio brasileiro de
flores e plantas ornamentais. O evento promove em 2019 a sua 38ª edição e
recebe, a cada ano, cerca de 300 mil visitantes de todas as partes do Brasil.
Os ingressos custam R$ 52,00 nas bilheterias. Na compra antecipada, até o dia
20 de agosto, o preço é de apenas R$ 25,00 no site www.ingressorapido.com.br ou com os representantes informados no
site www.expoflora.com.br.
A
Mostra de Paisagismo e Decoração é uma das atrações da Expoflora. Realizada em
um imenso parque de 250 mil metros quadrados, o evento apresenta, ainda, a
Exposição de arranjos florais, a Parada das flores e Chuva de pétalas, o
Shopping das flores, o Passeio turístico por Holambra com visita a uma fazenda
produtora de flores, parque de diversões, minissítio, Museu de Holambra, danças
e gastronomia típicas holandesas.
MOSTRA
DE PAISAGISMO
Ambiente
1 – Sustentabilidade na prática
Leonardo Celli Coelho e Karina Taccola (arquiteta, de Holambra)
Esta
residência sustentável é representada pela garagem, cozinha, banheiro e estar.
Os conceitos e soluções reais e viáveis de um futuro ultratecnológico são
trazidos para o presente que já demanda outras formas de pensar, produzir, consumir,
descartar, morar, viver e progredir. A garagem tem um “carport” (estrutura
metálica coberta com sistema fotovoltaico) para, além de servir de abrigo,
gerar a energia elétrica própria e renovável para recarregar as baterias de
veículos elétricos, como carros, motos, ciclomotores, bicicletas e patinetes.
São apresentados os tipos de processos de recarga e a rotina de quem já usa
esses veículos. Essa energia abastece ainda a estufa criada por alunos da
Unicamp.
Na
cozinha, o lixo também é transformado em energia. O biodigestor residencial e
modular é alimentado com sobras de alimentos, resíduos orgânicos e até com o
esgoto do banheiro que se transforma em gás metano para ser utilizado no fogão.
O equipamento também produz um biofertilizante que é aplicado nas plantas e na
horta.
São
de pallets a mesa com tampo de vidro, a prateleira para a pequena horta de
temperos (sálvia, orégano, manjericão, pimenta, alecrim etc.), o suporte para a
pia do banheiro, o mobiliário da sala, além da porta do sanitário, na forma de
estrado de cama. Os bancos são de papelão e suportam até 100 kg. Detalhe para
os cachepôs altos de papelão sanfonado. Materiais escolhidos para desmistificar
o seu uso para essas finalidades e para estimular o pensamento sobre os
potenciais de circularidade dos produtos consumidos em nossas casas.
O
piso é de pneu reciclado. O paisagismo tem maciços de vegetação com plantas
perenes e de baixa manutenção. As amaryllis e pentas, bem como as madressilvas brancas,
destacam-se no meio do verde abundante. A proposta é provocar o público sobre
essa nova revolução pós‐industrial
e sobre o que está por vir.
Ambiente
02 – Biojardim
Rogerio Bernardes (laguista e paisagista, de Lençóis Paulista), Gustaaf H. M. Winters (biólogo e paisagista) e Martina T.E. Winters (empresária), ambos de Holambra
Os
destaques são a biopiscina (piscina natural), o Spa de ozônio, o lago
ornamental e a bioconstrução na parede. A biopiscina utiliza sistemas de
filtragem naturais em vez de produtos químicos. A depuração se dá por meio de
um filtro biológico e de plantas aquáticas filtrantes, submersas e flutuantes -
que oxigenam e depuram dejetos - e por raízes acumulativas (que retêm as sobras
de alimentos dos peixes). O processo garante a vida natural dos “lambaris rosa”
que nadam em cardumes. Junto à piscina natural, o Spa é apropriado para a ozonioterapia,
recomendada para o tratamento da pele, dos cabelos e até mesmo de algumas
doenças. A carga de ozônio vem do próprio filtro.
Também
o lago ornamental se caracteriza pela presença de plantas - entre elas as
bromélias -, e carpas Nishikigoi. A água cristalina nas duas pequenas
cachoeiras rola sobre as pedras. Integrado a um projeto paisagístico, seus
componentes induzem o homem a contemplar, meditar e relaxar frente ao estresse
do dia a dia.
A
piscina natural e o lago ornamental estão ligados, dando a impressão de que
todo o espaço foi alagado. As bombas e filtros são “abastecidos” com energia
fotovoltaica. As placas indicam a quantidade de energia poupada graças à
utilização desse sistema.
Ao
fundo, a parede de bioconstrução, de pau a pique, utilizada pelos índios, se
funde com outra técnica, conhecida como “Cordwood” (construção com lenha).
Trata-se de uma parede feita com troncos de madeira, vidro reciclado e ferro,
entre outros materiais, ligados com o barro. O jardim vertical é irrigado e adubado
com o “dejeto” proveniente da filtragem da biopiscina e do lago ornamental -
material riquíssimo em nutrientes compostos por nitrito, nitrato e fosfato.
Esse ciclo de filtragem e irrigação é todo automatizado, com hora e data
pré-programados. Nas paredes, foi utilizada a geotinta - feita com a própria
terra do espaço, água, cola e cal - que, além de mais econômica, não contém
derivados químicos.
Ambiente
3 - Remanso Tropical
Paula Brito (paisagista, de Campinas)
O
conceito é de um jardim tropical, de fácil manutenção e exuberante em seu
minimalismo e simplicidade pelo uso de apenas duas espécies de plantas em maior
escala: as fortes palmeiras e as belas e rústicas bromélias. Um lugar para
repousar os pensamentos ou desfrutar de bons momentos de bate-papo junto aos
amigos e familiares, iluminados e aquecidos por um fogo de chão. As plantas
escolhidas necessitam de pouca água.
Os
quatro tipos de palmeiras (Rupícolas, Carandá, Latania Vermelha e Cabadae)
mostram a possibilidade de combiná-los em um mesmo jardim, assim como as
diferentes variedades de bromélias (Neoregelias Royal Burgos, Bossa Nova, Eva,
Compacta, Correia Araújo e Imperial Rubra). O piso é drenante.
O
chafariz quadrado, inspirado em fontes europeias, foi introduzido para
apresentar a flexibilidade de interação de um jardim tropical a outros estilos
paisagísticos. Nessa junção de estilos, os vasos na forma de taças italianas,
em volta do chafariz, ostentam as brasileiríssimas bromélias.
Todo
o mobiliário foi confeccionado com ferragens e outros materiais descartados em
ferros-velhos e elegantemente reciclados. Os bancos, as esculturas na forma de
painéis e o fogo de chão - assim como as luminárias - trazem a assinatura da
artista sustentável Simone de Oliveira, de Minas Gerais.
Ambiente
4 – Jardim das Abelhas
Marcia Janeiro (paisagista e ambientalista, de Mairiporã)
Pensado
para as pessoas que gostam de celebrar a vida e não abrem mão de um espaço
harmônico junto à natureza, o jardim foi planejado para também garantir a
preservação do meio ambiente. Assim, as 52 espécies diferentes de plantas -
entre flores, árvores frutíferas, ervas aromáticas e plantas ornamentais - são
um chamariz para as abelhas que cumprem o importante papel no planeta de promover
a polinização - processo necessário para o surgimento de novas plantas e
alimentos.
Tanto
que, para as abelhas, especificamente, foram criados seis canteiros na forma de
colmeias que abrigam muitas flores, como girassóis, rosas, pentas, gerânios e
petúnias, entre outras. As casinhas, chamadas de meliponário, funcionam como
abrigo para as abelhas sem ferrão, possibilitando a produção do mel e a
reprodução das abelhas para a perpetuação da espécie, que está em risco de
extinção devido às ações negativas do homem.
Já o
canteiro da entrada traz um mix de plantas como onze horas, tostão, alecrim,
lavanda e senecio, que compõem com a louça azul da mesa de cruzetas, protegida
pelo ombrelone. Ao fundo, um canteiro que se estende por todo o espaço com onze
horas para trazer leveza e delicadeza ao muro de pedras. O ambiente central
traz aconchego em meio à rusticidade elegante dos móveis de madeira
reaproveitada e da lareira em pedra quartzito. O macramê das almofadas aparece
também no pergolado que suporta as moderníssimas e coloridas hang chairs, com
design belga, confortáveis, decorativas e que emprestam charme ao ambiente.
Para
completar essa composição, a parede à direita foi transformada em um jardim
vertical com ervas aromáticas e PANCs (plantas alimentícias não convencionais),
possibilitando a colheita de temperos frescos e plantas ornamentais.
Ambiente
5 – Jardim em Festa
Roberta Cicivizzo Lazarov (designer de produtos, espaços, jardins e plantas) e Rose Faria (designer de plantas)

O ambiente é divertido e lúdico. Tem espaço para o piquenique, lugar para as crianças brincarem e um bar para os adultos. A mesa baixa para o lanche ao ar livre traz almofadas azuis e estampadas para quem quiser se sentar no chão. O tampo é todo feito de musgos, pimentas, suculentas, crótons e cúrcumas e decorado com Phalaenopsis. Ficam apenas os espaços para os jogos americanos. Ao fundo, um painel de crisântemos bola belga em amarelo, bronze e vermelho. No espaço kids tem espreguiçadeira, brinquedos, mesinha e uma amarelinha sensorial com casas de pedras, casca de pino, tijolo, areia e madeira. Tem até mesinha com guarda-sol e cabana de índio. Há vasos com critonias, minirrosas, miniantúrios e cúrcumas para compor o “primeiro jardim”. As primaveras pink são apresentadas moduladas por estruturas de ferro.
Do
outro lado, para os adultos, o gastrobar mescla a antiguidade da madeira de
demolição do balcão com os bancos altos de plástico. As kokedamas flutuam por
todo o espaço, ora pequeninas, com flores mini, ora imensas, suportando
bromélias, e até na forma de coração. Muito reaproveitamento de materiais de
construção, de objetos de decoração e utilitários foi usado na ornamentação.
Ambiente
6 - Jardim de Orquídeas
Daniela Vieira (arquiteta paisagista, de São Paulo) e José Maria da Silva (gestor ambiental, de Campinas)
É um
jardim conceitual. Composto basicamente por madeira reciclada e plantas
tropicais, estimula a criatividade nas diferentes formas de ver, sentir e
interagir neste espaço lúdico.
Os
pallets estruturam o ambiente formando uma passarela sinuosa que conduz o
visitante para dentro do jardim e para o alto. A percepção do ambiente se transforma
a partir das novas perspectivas que surgem ao caminhar entre os jardins
suspensos de orquídeas e a parede verde. Sugere a imersão no cenário ao mesmo
tempo em que se abre para além dos limites da Mostra.
Ambiente
7 - Espaço Gourmet
Luciano Marangoni Simões (paisagista, de Valinhos), Lucas de Castro Frigo (paisagista) e Marcos Caberlin (empresários)
Pedra,
madeira e planta compõem o espaço para o churrasco. Sob o pergolado com
cobertura de filetes de bambu, a mesa retangular com oito cadeiras tem as
mesmas linhas do armário-cristaleira e da mesinha bistrô com cadeiras altas e
banco - feitos de madeiras de demolição. Tudo é rústico - até as arandelas e os
vasos de barro.
Sobre
o fundo marrom escuro, desenhos de pássaros, flores e folhas em cores vibrantes
da artista plástica Chris Quaglio estampam a parede sobre o canteiro de ráfias.
No paisagismo, há a simplicidade da grama com pequenos canteiros de alpínia,
moreia, guaimbê, bromélia imperial e Phalaenopsis no chão. No suporte - também
em madeira, preso à base do pergolado -, nota-se a delicadeza da cravínia
branca e rosa.
Ambiente
08 – Praça da Paz
Luciano Marangoni Simões (paisagista, de Valinhos) e Lucas de Castro Frigo (paisagista)
Essa
pracinha pode estar em qualquer canto, de qualquer esquina. Inspirada nas
pequeninas praças portuguesas, ela traz o portão de ferro envelhecido
sustentado por pilares de tijolos à vista para garantir a proteção do espaço.
As arandelas são as sentinelas. Os bancos de madeira reaproveitada e o balanço
são para o descanso e a tomada de fôlego necessários no vai e vem do dia a dia.
O piso drenante ajuda a manter a umidade dos canteiros que cercam o pequeno
espaço, assim como a fonte de tijolos e a cascata de concreto contribuem para
manter o frescor. Ali, parecem ter crescido naturalmente a oliveira, a
cerejeira e a laranjeira que agora ganham a companhia de moreias, kaizukas,
lavandas, podocarpos, thunbergias e da quaresmeira. Espaço de baixo custo que
pode ser copiado também num cantinho do quintal.
Ambiente
9 - Jardim Sunset
Mauro Contesini (engenheiro agrônomo, paisagista e designer, de Vinhedo)
Como
o próprio nome sugere, o espaço é para quem admira o pôr do sol. Duas telas
unidas formam uma imagem inspirada na Grécia, caracterizando o ambiente como
praiano. Os quadros destacam-se na parede cor “Rio das Ostras” – uma ousadia do
projeto - que a contrasta com o rosa das flores, dos balizadores e das
cadeiras. Os ambientes se completam e criam uma única identidade. Tem o espaço
mais confortável para explorar o convívio em família ou com os amigos, com dois
sofás dispostos em “L”. Eles acomodam até sete pessoas confortavelmente,
concebendo uma sala ao ar livre protegida apenas por ombrelones. Dois apoios em
alumínio e vidro se acoplam aos sofás para uso diverso.
A
espreguiçadeira - com design arrojado que lembra uma folha - e as almofadas
macias com misturas padronizadas de estampas lisas e geométricas dispostas no
chão foram pensadas para os mais jovens. Um terceiro espaço, demarcado com o
uso de duas cadeiras na cor pink, é propício para a conversa mais reservada.
Todo
o mobiliário tem estrutura de alumínio que pode ser reciclado. As cadeiras são
de polietileno, fibras e tecidos sintéticos. Na cor pink, elas têm os pés em
alumínio imitando madeira para deixar o ambiente mais vibrante e alegre. As
mesas de apoio são de concreto. Prateleiras de madeira de demolição presas
diretamente na parede otimizam o espaço e possibilitam a personalização com o
uso de objetos e enfeites entre os vasinhos de cerâmica nas cores verde e rosa.
As ideias são de fácil aplicabilidade.
No
paisagismo, o fícus foi destacado pelas sunpatiens na cor rosa, assim como os
canteiros que trazem balizadores com hastes mais longas na mesma cor. A
iluminação com lâmpadas de LED favorece o baixo consumo de energia e permite a
contemplação noturna. Pequenas plantas, como cactos e outras suculentas, além
de folhagens, estão em vasos colocados de forma pontual para criar pequenas
ilhas de vegetação, facilitando muito o cuidado e a rega. Árvores da espécie
Pau Mulato foram escolhidas pelo belo efeito de seu tronco brilhante de cor
marrom. O piso é drenante. Vasos de polietileno - apoiados em estruturas de
base - se destacam em todo o ambiente pelas diferentes formas e volumes,
criando movimento e servindo para demarcar cada transição de uso do espaço.
Ambiente
10 - Cor e arte
Karina Taccola (arquiteta, de Holambra) e Tania Gine (artista plástica, de Jaguariúna)
Pensado
como uma instalação, permite ao visitante interagir com o ambiente e, ao mesmo
tempo, aproveitar ideias para compor um cenário temporário. No centro, um
grande painel colorido de “raios de cor” chama o visitante para muitas selfies.
Sob um painel, maciços de ráfias, num verde intenso, oferecem a sensação de
profundidade ao painel, ampliando a perspectiva do desenho. Nas laterais, há
zamioculcas e as delicadas, mas resistentes, angelônias - uma novidade que
chega este ano ao mercado. Nas laterais, pergolados com tiras de tecidos em
amarelo, rosa e azul oferecem sombreamento para os canteiros dos encantadores
girassóis.
Sob
os pergolados, folhas secas de árvores no chão criam um clima bucólico para o
descanso no sofá - feito de grandes bolas de plástico. Em uma das extremidades
do espaço está a galeria de arte. De um lado, delicadas aquarelas com pinturas
de pássaros brotam das floreiras de peperômias. As ráfias também fazem o
fechamento tendo ao fundo angelônias nas cores cereja e branco. No outro
extremo, destaca-se a composição de vasos de zamioculcas, ráfias e yucas.
Ambiente
11 - Wine Bar
Allan de Oliveira (designer de interiores, de Artur Nogueira), Nayara Laurindo Pereira (arquiteta urbanista e designer de interiores, de Iracemápolis) e Renato Lima (designer de interiores)
Essencialmente
masculino, o espaço harmonioso e funcional traz tons neutros para ser
sofisticado e prático. Os amigos podem saborear um bom vinho no balcão de pedra
granito e de pallet, mesma madeira reaproveitada para a construção do
deck. Os caixotes de feira fazem as vezes da cristaleira e da adega. As
folhagens - dispostas em vasos na adega - seguem exatamente as tonalidades das
diferentes garrafas de vinho.
Destaque
para a mesa posta para a refeição e para o espelho d'água, feitos de isopor®
banhado em cimento. Eles estão interligados por um vinco de água corrente que
escorre pelo centro da mesa, entre as louças, talheres, copos e taças, para
formar a cascata que abastece o espelho d’água. Tudo para garantir mais frescor
ao espaço. Nas paredes, revestimentos diferenciados, com e sem volume, criam
esculturas em movimento. Tem uma intervenção de pintura e, no bar, o papel de parede
foi substituído por um “lambe-lambe” (impressão em sulfite) com a temática do
ambiente. A impermeabilização é feita com cola branca. O jardim é prático e de
fácil execução e cuidados. As plantas escolhidas são samambaia, aspargo,
begônia, tostão, agave azul, peixinho, mandacaru e suculentas.
Ambiente
12 - Quintal da Paisagista
Carla Dadazio (arquiteta)
A
passarela que liga a varanda ao fundo do quintal é marcada pelo plantio
retilíneo de folhagens, alternado por faixas de pedriscos, casca de pinus e por
balizadores. O conceito urban jungle - floresta urbana - resgata o convívio com
a natureza. Para tanto, foram usadas diversas folhagens de meia sombra e pleno
sol, criando um mix de tons de verde e brincando com as cores das folhas das
plantas. Entre elas, stromanthe, alocácia amazônica, calatheas, zamioculca,
pata de elefante, cicas, strelitzia augusta, palmeiras, pacovas, chamaedoreas,
bromélias, begônias rex, samambaias, aspargo pendente, peperômias e suculentas.
Todas de baixa manutenção.
A
área de convívio oferece sofá e poltronas de fibra e mesa de centro em tora. Na
área de lareira, poltronas de corda náutica. Porta-retratos, arranjos de
suculentas em pequenos troncos de árvores e minikokedamas decoram as mesas
central e laterais. As paredes foram pintadas na cor “quentão”. Bem próximo ao
espelho d´água, com uma fonte em vaso transbordante, fica o cantinho de lareira
externa que pode ser transformada em churrasqueira. Cada lareira é singular, já
que são feitas artesanalmente. Sua montagem é simples, rápida e limpa, sem a
necessidade do uso de mão de obra qualificada. Ela pode ser desmontada e
montada em outro local.
O
espelho d’água, construído com chapa metálica, também tem rápida montagem e
manutenção zero. Ainda no estilo “faça você mesmo”, a fonte com vaso
transbordante é montada de maneira simples e funciona com uma bomba de aquário
e com um tubo de PVC. Uma caixa para as abelhas sem ferrão foi colocada no
espaço para incentivar a ideia de criá-las em casa para ajudar na sua
preservação. Todo o paisagismo é autoirrigável, ideal para quem quer ter verde
dentro ou fora de casa sem trabalho nenhum. O aparador em madeira de demolição
é usado para a montagem ou manutenção de vasos.
Ambiente
13 – Garagem Gourmet
Orpheu Thomazini (arquiteto urbanista e paisagista) e Cléia Thomazini (arquiteta urbanista, paisagista e decoradora de interiores)
Numa
homenagem ao ícone do paisagismo Roberto Burle Marx, esta área de garagem traz
elementos decorativos ousados e coloridos, em tons de laranja, azul turquesa e
verde, cores do movimento de “contracultura” dos anos 1970. Essas cores vivas
estão em todo o mobiliário, formado por bancos, cadeiras, pufes e divãs.
Estacionados na garagem estão um antigo Opala vermelho-alaranjado, duas motos e
duas bicicletas, todos daquela década. A jardineira suspensa é um para-choque
reciclado. Na estante de caixas de madeira repousam o velho aparelho vermelho
de televisão, discos de vinil e peças de carro. Na área gourmet, o balcão e as
prateleiras são de concreto com granito verde. Os nichos em laranja combinam
com a geladeira retrô. Os quadros do ambiente são dos artistas plásticos Paula
Rochel e Charles Chaim, ambos de São Paulo. O piso é de madeira de pinus
tratada e, na garagem, há um mosaico feito de pedras portuguesas preto e
branco, remetendo ao calçadão de Copacabana, marca registrada de Burle Marx.
Na
parede entre a cozinha e a sala de refeições, samambaias, oxalis e jiboias
pendem sobre um grande painel de gesso pintado de branco e azul, como os
mosaicos consagrados pelo homenageado. Sob o pergolado, está a extensa mesa de
madeira para as refeições ao ar livre. As luminárias são de vidros reciclados,
voltadas para as gravuras de mosaico picassiette. Flores coloridas,
representadas pelas diferentes variedades de crisântemo, e plantas diversas -
entre elas arecas e bismarckias - dão leveza ao jardim ondulado.
Ambiente
14 – Solar da Fazenda
Marcelo Oliveira (engenheiro agrônomo e paisagista, de Niterói - RJ)
O
ambiente retrata os terraços das sedes coloniais das antigas fazendas
cafeeiras, onde as famílias se reuniam com vizinhos para contemplar as
plantações e as novas safras. Era o modo de vida do século XIX, trazido pelos
imigrantes que chegavam para iniciar uma nova vida em terras tropicais. A ordem
é reusar - em vez de comprar. Assim, os móveis coloniais foram garimpados em
antiquários, marcenarias e lojas especializadas. Os candelabros franceses de
cobre têm lugar de destaque sobre a grande mesa de jantar enquanto que o de
ferro fundido repousa sobre uma mesinha de pinho-de-riga com pés de forma de
sapateiro. Os bancos são de madeira de demolição e a imensa porta de madeira de
lei tem três metros de altura e quase dois de largura. O baú de madeira, usado
como bagagem nos navios, foi transformado em mesa de centro. O oratório sobre a
cômoda - com puxadores indianos de porcelana - protege a imagem de Nossa
Senhora Aparecida, esculpida em madeira e guardada por arranjos nos quais prevalecem
as minirrosas. Os porta-retratos homenageiam a Família Imperial Brasileira e os
antigos colonizadores. O assoalho de pinus - utilizado em construções e
envelhecido - imita os de tábua corrida. Os dois lustres antigos são de ferro e
de cobre. Do quadro, a "nonna italiana" observa quem entra e quem
sai.
Sobre
a mesa retangular de madeira com tampo de ardósia, a toalha de linho branco de
renda recebe as louças de porcelana portuguesa e um grande vaso de poinsettias
vermelhas. O pergolado em tecido náutico reveza as estampas listradas com as de
folhas de costelas de Adão.
No
alpendre, as pedras arredondadas pesam mais de 200 kg cada e foram esculpidas à
mão. As tinas de vinho viraram floreiras, assim como os dois cochos que
alimentavam os animais, foram entalhados com machado para servir de
jardineiras. Os pezinhos de café aparecem timidamente entre as mais de 250
mudas de lavandas.
O
projeto paisagístico é completado por espécies de fácil cultivo e conta com a
predominância do verde das folhagens e arbustos, o lilás das lavandas e a
fúcsia das flores de cúrcuma (açafrão). Foram escolhidos grandes pinheiros
kaizukas e lavandas que dão um clima europeu ao jardim, além de buxinhos entre
diferentes variedades de palmeiras plantadas em vasos compondo com bromélias
que trazem a tropicalidade do Novo Mundo. Nativas da Ilha de Madagascar, as
ravenalas dividem espaço com musgos e forrações. Os condimentos e temperos
estão entre as flores de cúrcuma (açafrão), que podem ser colhidos e usados na
cozinha da fazenda.
Ambiente
15 – Paraíso Tropical
Cris Antonelli (arquiteta, paisagista e laguista, de Salto) e Ricardo Natalicchio (arquiteto urbanista, de Salto)
A
novidade é a piscina de areia polimérica que forma uma espécie de prainha. Da
rede, é possível sentir os respingos da água que desce da cascata de pedras
naturais e artificiais em isopor®, incrustadas de bromélias. Nos suportes em
verde e laranja da parede, há apenas vasos cônicos de papelão 100% reciclável.
A prainha também pode ser curtida a partir das espreguiçadeiras de madeira de
demolição. Bem próximo, o lago orgânico das carpas pode ser acessado pelo deque
de dormentes ao lado do pergolado de madeira de engenharia (LVL), de alta
resistência, utilizada também como elemento estrutural.
Os
painéis ao fundo também são de EPS - Poliestireno Expandido (isopor®), fazendo
uma releitura dos recursos da natureza. Eles foram revestidos de um composto
cimentício pintado com tintas acrílicas e formam figuras de árvores, aves e
plantas tropicais. As mandalas são de MDF, escolhidas pela sua naturalidade. O
paisagismo apresenta cerca de 400 plantas entre bromélias, helicônias,
alpínias, guaimbês, palmeiras, sunpatiens, clorofitos, colocasias, orquídeas,
aspargos, pistias, aguapés, hibiscus e petit hibiscos, que formam a cerca viva
rasteira do ambiente. Na cor laranja, esses minihibiscos são lançamento de
2019.
Ambiente
16 - Pátio de oração
Patrícia Casselli (paisagista e artista plástica) e Filipe Casselli Goethe (engenheiro agrônomo, de Mairinque)
Como
nos pátios dos antigos seminários, o jardim permite a sintonia entre a oração e
a meditação com os elementos paisagísticos e decorativos de devoção. Grades,
portões e janelas de ferro fundido e forjado remetem às igrejas. Eles foram
recuperados das demolições de antigos casarões. Algumas das peças são do século
XIX.
As
esculturas religiosas, como as imagens de São Francisco e dos anjos que protegem
a entrada, foram esculpidas em barro e cimento pelo artista plástico João Viana
Guevara. O sino artesanal de bronze pesa 56 quilos e traz gravados a imagem da
Sagrada Família e o brasão do Vaticano. O contrapeso, ao ser acionado, reproduz
o som na nota musical Sol. O centro do espaço é livre, com bancos e poltrona de
madeira apenas nas laterais.
O
painel com a mandala do Espírito Santo parece estar em um altar, ladeado por
vasos de petúnias. A mandala é uma arte sustentável, feita com reaproveitamento
de madeiras por Patricia Casseli. No paisagismo, foram utilizados clorofitos,
buxinho, trapoeraba roxa, cinerária, hera, moreia branca, crótons, maranta e
kaizukas, além de espécies arbustivas, como a primavera e o jasmim. O canteiro
redondo circunda a releitura de um vitral feito em ferro, pedriscos e pedrês.
As sunpatiens e as amaryllis brancas quebram o verde do jardim. No arranjo
sobre o aparador e nos braços dos dois anjos, vasos de crisântemos rosas.
Ambiente
17 - Ateliê Naturarte
Marisa Trippia (artista plástica, de Holambra)
Mesclar
as suas obras à natureza, passando do abstrato para o real, já é a marca
registrada desta artista. Marisa leva a natureza de suas telas para o
paisagismo e os jardins para seus quadros. Para este ano, ela criou a personagem
Hanna, que caminha pela estrada florida, trazendo na cabeça um cesto de
kalanchoes naturais, dando a sensação de 3D. O caminho pintado no painel segue
pelo ambiente transbordando essas delicadas flores em um degradê de tons rosas.
Tecidos de Chita floral formam painéis ao lado da estrada e encapam os suportes
de madeira que escoram os cestos de flores.
A
arara azul voa em direção ao Sol depois de atravessar o corredor de peperômias
sobre os tocos de madeira.
As flores da decoração foram escolhidas pelo que propagam: o kalanchoe, pela vibração das cores; a peperômia, pela harmonia; e a Neomarica Caerulea (falsa Íris), pela beleza rústica. A cor rosa predomina pelo romantismo, suavidade e ternura que transmite. Tudo para despertar as emoções e as possibilidades artísticas. Gravuras pintadas com tinta a óleo - com desenhos de flores e peixes - decoram o espaço. O ateliê conta com móveis de madeira de demolição e de peroba rosa. O tampo da mesa de dois metros de comprimento também traz um lago com carpas em 3D. Os cavaletes permanecem na exposição à disposição da artista, sempre pronta para novos trabalhos.
Ambiente
18 – O Bistrô
O
trabalho é altamente sofisticado e moderno, dando nova vida aos insumos que
seriam descartados e tornando a praça sustentável, com base no reaproveitamento
de madeiras, troncos de eucalipto descartados, contêineres, paletts e blocos de
concreto. A trama de treliça que sustenta a parede verde de aspargos alfinete e
a estrutura do coreto são de pontaletes de eucalipto reaproveitado. Eles também
servem de base para as heras que ficam em vasos, bem lá no alto, a três metros
de altura. No centro do coreto, há sete grandes vasos de alfazema, para que o
aroma se espalhe pelo espaço. Os bancos são de madeira reaproveitada e podem
servir de descanso enquanto os visitantes saboreiam o café do bistrô, que foi
instalado em um contêiner sobre um deque feito com pallets de baixo custo. O
grafismo em branco - que faz flutuar as plumas da boca-de-leão - interage o
espaço com o público por meio de fotos.
Detalhe
para a decoração com vasos funcionais confeccionados com materiais de descarte,
escolhidos pelo design diferenciado. Eles podem ser usados para cultivar
plantas e flores ou, ainda, como bancos ou mesas. Vale observar também os
jardins de “boas intenções”, nos quais as sansevierias (espadas de São Jorge) -
que já asseguram proteção - tiveram suas folhas adesivadas com palavras de
motivação. Vasos afunilados, na forma de suporte para as bolas de golfe,
ostentam amaryllis brancas. Esses vasos são abertos na parte de baixo para o
contato direto com o solo.
Ambiente
19 – Tenda Escola
Cinara Libéria Pereira Neves (agrônoma, de Holambra) e Roberta Cicivizzo Lazarov (designer de espaços, eventos, jardins e plantas, de Holambra)
A
sala de aula foi criada em um ambiente aberto e ajardinado e será destinada aos
cursos práticos e com abordagens simples sobre flores - todos voltados para
jardineiros ou meros amantes de plantas. As informações visam a enriquecer o
cotidiano das pessoas, tanto nas dicas de como criar locais agradáveis com a
utilização de variados tipos de plantas, quanto para decorar ambientes no dia a
dia e em ocasiões especiais, como jantares, cafés etc. No ambiente, há um pouco
de tudo: plantas de corte, ervas aromáticas ou condimentares, cactos e outras
suculentas, folhagens, forrações e flores coloridas em vasos. São plantas de fácil
acesso, encontradas em diversos tipos de estabelecimentos - nada exóticos ou
diferentes -, com manejo simples para serem utilizadas em residências ou
escritórios.
Móveis
de demolição foram usados como bancadas e aparadores. Mesas de refeitório foram
adaptadas para os alunos. A decoração foi feita com os vasos de polietileno,
cerâmica, vidro e lata e com plantas diversas que serão utilizadas nas aulas.
No piso de pedriscos e cascas de árvores, foram criados canteiros e colocados
vasos de zamioculcas, kalanchoes, suculentas e musgos. Destaque para a árvore
de gipsófila tinturada em vermelho, rosa, azul e amarelo. A miniestufa ajuda a
proteger as plantas e a mantê-las nas melhores condições para o seu perfeito
aproveitamento.


































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